POV: DULCE MARIA
Uma das virtudes que considero mais encantadoras em um profissional é a pontualidade. Para mim, isso reflete diretamente a responsabilidade e o cuidado dedicado ao trabalho.
Entretanto, hoje, minha nova assistente revelou uma grande falha em seu comprometimento profissional ao não comparecer no horário marcado, justo em seu primeiro dia de trabalho.
Para mim, aquilo era inaceitável e nada condizente com uma postura profissional. Independentemente do que tenha ocorrido, nada justificava aquele retraso. Com quem ela pensa que está lidando? Esta empresa é uma das mais prestigiadas do país, e ela trabalhará diretamente comigo, a presidente do Império Saviñon.
Deixando de lado a situação com minha assistente, que já estava me causando certa aflição, decidi concluir a revisão dos relatórios para iniciar a aprovação urgente de alguns catálogos, para finalmente dar início aos preparativos para o desfile de outono.
A mesa estava sobrecarregada com uma montanha de documentos, e eu, que havia chegado cedo para conseguir aprovar tudo no mesmo dia, percebi que seria uma tarefa quase impossível.
Meu telefone toca, era a recepcionista informando sobre a chegada de Maite. Pedi que a liberasse e indicasse minha sala, e continuei com a revisão dos relatórios.
Ouvi batidas na porta e autorizei a entrada.
Poucos minutos se passaram até que ouvi uma voz um tanto baixa e trêmula, como se estivesse tentando comunicar algo, mas com um certo receio.
- Bom dia, senhorita Saviñón. Eu sou Maite Perroni, sua nova assistente.
Neste momento, ergui a cabeça, que antes estava imersa nos sem fins de papéis que cobriam minha enorme mesa.
Era ela, a encantadora moça do restaurante.
Fiquei perplexa. Em meio a uma cidade com milhões de pessoas, por que justamente ela tinha que ser minha nova assistente? Minhas emoções ficaram confusas diante dessa incrível coincidência.
Aquele dia se tornou constrangedor. Não queria tê-la exposto a essa situação vexatória. Não era comum para mim criar um espetáculo tão indecoroso, mas sem escolha, acabei a expondo ao ridículo.
- Senhorita Perroni, bom dia. - fiquei em silêncio por um momento, sem saber como agir naturalmente.
Levantei-me e me aproximei dela. Achava toda a situação um tanto embaraçosa demais, mas me esforcei ao máximo para parecer descontraída.
Tentei ignorar o encontro no restaurante, agindo como se não tivesse acontecido. Acreditava que seria o melhor.
Estendi a mão em sua direção.
- Muito prazer, eu sou Dulce María Saviñón, presidente desta empresa e sua companheira... Quero dizer, chefe. Você entendeu. - soltei uma risada nervosa.
Maldição, aquela situação poderia ficar mais embaraçosa?
Ela apertou minha mão em resposta e sorriu timidamente. Se notava a léguas que ela estava prestes a ter um colapso. Parecia uma competição para ver quem ficaria mais nervosa. Que constrangimento.
- O que aconteceu com você? Por que está descalça? - percebi que ela não usava sapatos.
- Houve um contratempo no caminho para cá. Vim de ônibus, e ele estava lotado. Alguém pisou no meu pé, e meu sapato ficou para trás. Não consegui recuperá-lo. - ela explicou com um sorriso desajeitado.
Ela estava claramente desconfortável, e com razão. Seu olhar percorria rapidamente o ambiente, evitando encontrar o meu. Uma sensação estranha tomou conta de mim naquele momento. Seus olhos pareciam surpreendentemente expressivos, mesmo evitando os meus.
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Amor De Aluguel (Savirroni)
Fiksi Penggemar🌼 Sinopse 🌼 Dulce María é a presidente de uma das mais importante companhias de moda do México, o Império Saviñón, fundada pelo seu avô. No entanto, está sob o seu controle desde que o mesmo resolveu se aposentar de vez. Maite é uma simples garçon...