Acordo num sobressalto.
Um raio parece ter me atingido. Um raio dos mais potentes.
Arconte Electro, o que eu te fiz?, penso ao colocar uma mão na cabeça.
— Como se sente? — pergunta uma melusine, à minha frente.
— Parece que fui esmagada por diversos slimes incontáveis vezes.
— Bem, seu amigo fez um esforço para lutar com você em mãos. Você se feriu um pouco no processo, mas nada demais. Sobreviverá.
Arregalo os olhos.
— Como? O que aconteceu?
— Algumas vidas foram perdidas na floresta próxima de onde você estava e na praia. Foi uma situação bem… complicada.
Olho em volta. Estou em uma ala médica. Raven não está aqui.
— Onde ele está?
— Então se preocupa com ele?
Franzo a testa, um tanto quanto indignada.
— Claro que não, eu não o conheço há sequer um dia!
— Ele não parece sentir-se da mesma forma. — Ela cruza seus pequenos bracinhos, duvidosa. — De todo o modo, devo informar ao Iudex que está acordada e pronta para um julgamento.
— Como?
— Vocês estão sendo acusados – com provas – de assassinato.
Sinto um gosto ruim na boca.
Não pode ser.
— Mas eu não fiz nada! Eu o pedi para não fazer também e…
— Não sou eu quem a julgará, senhorita…
— Claire. — Reviro os olhos. — Claire Cheshire.
— Muito bem — diz, depois de anotar meu nome em sua prancheta. — Estou saindo para registrar seu tratamento e pegar alguns remédios. Também contatarei o Monsieur Neuvillette para que a leve. Não temos ideia do quão perigosa pode ser, se for agressiva como o outro.
— Espere! — Ela sai da sala.
Droga!
Eu não acredito que irei a julgamento por algo que não fiz. E sequer tenho provas de que não o fiz.
O que direi para minha mãe?
Não quero parar na Fortaleza Miropide. Sou muito jovem e ainda tenho muito pela frente para ser acusada de algo como assassinato.
A pena mínima já deve me tirar de lá com cabelos brancos!, pego uma mecha de meu cabelo para o encarar. Bem, mais brancos.
Aperto o lençol da maca.
— Minha mãe me matará.
— Não se preocupe, Senhorita Claire. — Uma voz suave com um ar autoritário ressoa e, segundos depois, um homem alto entra na sala. — Tenho certeza de que a prisão é segura. Ninguém a matará ou a perseguirá. Confio plenamente na regência de Wriothesley.
— Monsieur Neuvillette! — Abaixo a cabeça em sinal de respeito. — Desculpe, eu não dizia no sentido literal. É só que saber que fui presa a deixará louca.
— Está se precipitando um pouco, senhorita. O julgamento ainda está para acontecer. Como tem tanta certeza de que será presa?
— Porque eu não tenho provas ou sequer testemunhas de que não fiz nada. Veja que engraçado — forço um sorriso —, as testemunhas que eu poderia ter estão todas mortas.
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Underwater
FanfictionUma instituição de pesquisas secretas que fora destruída quando a água do mar primordial subiu deixou seus vestígios: humanoides com afinidades aquáticas que detestam humanos. Como o único protetor de Fontaine, o mais novo substituto da Arconte Hydr...