Capítulo 19

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Christian
Três anos atrás

— Quando vou ver minha pequena Leila Williams em ação? — Eu envolvi minhas mãos ao redor da cintura de Leila. Ela estava se vestindo para ir para a aula semanal de voo de domingo que ela começou alguns meses atrás.

— Você vai me deixar muito nervosa.

Eu fiz uma careta. — Vou chamar isso de besteira. Você não tem o gene nervoso.

Leila saiu dos meus braços e pegou um boné de beisebol antes de caminhar até o espelho para posicioná-lo em sua cabeça e puxar seu rabo de cavalo pelas costas. — Você vai ser uma distração, e eu preciso me concentrar.

Eu poderia ter discutido, já que nós dois sabíamos que ela estava cheia de desculpas. Desde que decidimos morar juntos no ano passado, parecia que Leila tinha adotado meia dúzia de hobbies, nenhum dos quais me incluía. Antes das aulas de vôo, era paraquedismo e escalada, e antes disso ela voava por todos os lugares nos fins de semana para jogar em torneios de pôquer. Ela sempre foi uma temerária e uma viciada em adrenalina, mas nada como isso.

— Não faça beicinho. — Ela voltou e agarrou dois punhados da minha camisa. — Por que você não faz o que o terapeuta de casal aconselhou e começa seu próprio hobby?

— Por que você não faz o que o terapeuta aconselhou e passa um tempinho comigo?

Ela revirou os olhos. — Passamos oitenta horas por semana juntos no escritório e moramos juntos.

— Isso não é passar tempo juntos. É trabalhar e ter um companheiro de quarto.

Ela ficou na ponta dos pés e pressionou seus lábios nos meus.— Uma colega de quarto que deixou você me acordar esta manhã enfiando seu pau em mim.

Eu estava prestes a lembrá-la de que foi a única vez que fizemos sexo em duas semanas, e interromper o sono dela foi a única vez que recebi algo dela ultimamente, além de discutir negócios no escritório. Mas o terapeuta nos disse para tentar evitar confrontos desnecessários, então eu mordi minha língua e mantive as coisas positivas. — Que tal jantar hoje à noite?

— Eu provavelmente não estarei de volta até as sete.

— Está bem. Eu tenho uma montanha de trabalho para fazer no escritório. Farei uma reserva para oito naquele pequeno restaurante italiano de onde pedimos e que você gostou.

Ela assentiu. — Ok. Por que não te encontro lá, caso eu me atrase?

Eu beijei sua testa. — Soa como um bom plano. Fique segura.Não seja desonesta com seu instrutor como você faz com seu parceiro de negócios na maioria dos dias.

Ela finalmente abriu um sorriso. — Vou tentar. Sem promessas.

****


— Você gostaria de outro coquetel, senhor?

Eu balancei o gelo no meu copo vazio. — Claro, por que não? Aparentemente, preciso de algo para ocupar meu tempo.

O garçom sorriu e assentiu. Depois que ele foi embora, verifiquei meu telefone pela décima vez: oito e trinta e cinco agora e nenhuma chamada perdida. Leila tinha mandado uma mensagem por volta das cinco e meia, pouco antes de subir para a aula.Ela disse que eles estavam começando tarde e confirmou que me encontraria no restaurante. Mas mesmo que ela não decolasse até as seis, sua aula de quarenta e cinco minutos no ar teria terminado a tempo de chegar aqui às oito.

Quinze minutos depois, terminei minha segunda bebida,ainda não havia sinal dela, e minhas ligações continuavam indo para o correio de voz. Então eu levantei minha mão para chamar o garçom.

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora