Capítulo 23

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Ana

Uma semana e meia se passou antes que Christian voltasse na quinta de manhã. Eu era uma mistura de ansiedade e excitação.Eu sabia que poderia ser estranho fingir que nada havia mudadoentre nós, mas eu sentia falta de vê-lo todos os dias.

Gail precisou ficar no hospital uns dias a mais do que o esperado originalmente. Sua febre leve havia se transformado em uma contagem de glóbulos brancos bastante elevada, e eles
entraram com antibióticos intravenosos. Ela finalmente voltou para casa na quarta-feira de manhã, então Christian mandou a enfermeira que ele contratou começar naquele dia. No final da
tarde, ele correu para o mercado e, quando voltou, a enfermeira havia sumido. Gail a demitiu na primeira oportunidade que teve a sós com a mulher. Assim, Christian ficou mais uma semana, até se sentir mais tranquilo, Gail tendo se recuperado o suficiente de sua cirurgia para ser deixada sozinha apenas com a ajuda de Taylor. Ele pegou um voo esta manhã.

Eu estava conversando com Ross na sala de descanso quando ele entrou. A visão dele me fez parar.

— Ei. — Um sorriso se espalhou pelo meu rosto, mas percebi que era um pouco carinhoso e o controlei. — Você está de volta.

Ele caminhou até a cafeteira e me deu um sorriso que fez as borboletas no meu estômago se agitarem. Meus olhos dispararam para Ross para ver se ela havia notado alguma coisa, mas ela não
parecia nem um pouco incomodada.

— Bem-vindo de volta — disse ela. — Não quero bombardeá-lo, mas tenho algumas coisas para conversar com você quando tiver tempo.

Ele encheu uma caneca de café e assentiu. — Elas podem aguentar até amanhã?

— Sem problemas.

Seus olhos brilharam quando ele levou a caneca aos lábios. Havia algo malicioso em suas profundezas. Depois de beber,colocou a caneca no balcão. — Eu quase esqueci. Encontrei algo
que acho que pode ser seu, Ana. — Ele enfiou a mão no bolso e tirou um batom. — Você esqueceu isso? Estava no chão bem perto do seu escritório.

Eu balancei minha cabeça. — Não, acho que não.

Ele olhou para o fundo da embalagem do batom. — Tem certeza? Chama-se Mancha de Cereja. — Os olhos de Christian caíram para os meus lábios antes de olhar para os meus sapatos com um sorriso malicioso. — Ainda está selado, eu acho.

Oh, meu Deus. Senti meu rosto esquentar. Ele tinha voltado há cinco minutos e estava me lembrando da minha promessa de usar batom vermelho e nada além de salto alto para ele enquanto eu estava com a chefe do RH. Se isso era qualquer indicação de sua discrição, eu estava em apuros. Quando Ross virou as costas,eu lhe lancei um olhar de advertência. Mas isso só aumentou o brilho em seus olhos. O idiota ainda estava segurando o batom,então eu o peguei.

— Você sabe o quê? Talvez seja. Eu só o uso com uma roupa especial, então eu esqueci que eu tinha. — Olhei para o meu telefone, sem nem ver a hora. — Ohhh… olhe para isso. Eu tenho um compromisso. Eu preciso correr. Bem-vindo de volta, Christian.

— Sorri para a minha nova chefe. — Falo com você mais tarde, Ross.

Eu tinha um compromisso atrás do outro durante o resto da tarde, então não tive tempo de checar meu telefone. Um pouco antes das quatro, fiz uma pausa antes de escrever as anotações da
sessão do meu último paciente. Eu tinha algumas mensagens esperando. Uma da minha irmã, uma do corretor de imóveis que ia me mostrar alguns apartamentos hoje à noite, e uma enxurrada
de atividades em um bate-papo em grupo que tinha com meus amigos da pós-graduação. Mas fui para aquela que me fez sorrir só de ver a prévia.

Christian: Pensando que preciso de persianas nas paredes de vidro do meu escritório…

Deslizei para abrir, vi que tinha sido enviada há quase uma hora e meia e mandei uma mensagem de volta.

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora