Nei Tuoi Occhi c'è il Cielo

Capítulo 1: Amaretti

Louis acordou lentamente, seus olhos se abrindo com dificuldade após uma noite inquieta. A luz do amanhecer invadia timidamente o quarto, revelando as sombras das cortinas semiabertas. O ambiente estava silencioso, exceto pelo leve murmúrio dos carros lá fora.

Ao se sentar na beira da cama, o alfa esfregou as pálpebras com as mãos cansadas. O lençol amarrotado e o travesseiro fora do lugar indicavam a turbulência de suas horas de sono, o cabelo desalinhado dava uma pista visual da agitação da noite passada.

No entanto, algo além da fadiga pesava em seus pensamentos ㅡ a face angustiada de Celeste aparecia nitidamente em sua mente.

Preocupações e incertezas sobre o estado da saúde física e psicológica dela permearam seus sonhos, transformando a noite em um campo minado emocional. Ele também se compadecia com a situação de Harry, porém sabia que ele estava sendo devidamente cuidado e respondia bem ao tratamento que recebia, cenário diferente do ser pequenino que acompanhava ㅡ ademais, ainda que soasse mórbido, o jovem estava alheio a tudo que acontecia ao seu redor, enquanto a criança presenciava tudo e tentava compreender dentro das limitações da ingenuidade.

O médico se levantou, sentindo os músculos tensos e as articulações reclamando de desconforto. A água quente do chuveiro aliviou parte de sua tensão, já o restante ficaria à mercê do café da manhã, que de praxe, seria consumido em sua cafeteria favorita. Embora tenha sido criterioso quanto ao projeto de sua casa, enfatizando que prezava por uma decoração simplista, contemporânea e funcional que também exalasse acolhimento e conforto, momentos rotineiros, como se sentar à mesa, traziam a sensação de ser pequeno demais para um ambiente tão espaçoso. Portanto, ele evitava despender longos períodos em locais que remetessem à ausência de uma boa companhia ㅡ o homem era alguém particularmente reservado devido a sua criação, mas isso não significava que o silêncio que ecoava pelas paredes era agradável.

A pílula para suprir as necessidades do rut foi ingerida com um copo de água, trabalhar com serviços essenciais para a sociedade exigia alguns cuidados.

A London Roast House atendeu o cliente fiel com a sua receptividade habitual, o espresso amargo e o muffin inglês era um dos seus pedidos prediletos. Ele não pôde evitar se alimentar depressa, inconscientemente desejando iniciar seu trabalho mais cedo naquela manhã. Após presentear a garçom com uma gorjeta farta, o pediatra teve de encarar o congestionamento londrino e a garoa singela que fazia os limpadores do vidro se moverem.

O sistema de acesso ao estacionamento do hospital reconheceu o adesivo de identificação no para-brisa do carro minutos depois, permitindo que Tomlinson estacionasse seu Bentley na vaga regular. Ele aparentava uma aura arrogante e soberba sustentando um semblante fechado enquanto portava uma maleta escura, mas a verdade era que Louis era um alfa muito amável, simpático e prestativo, e isso se transparecia no instante em que adentrava o Noble Heal ㅡ ele cumprimentava à todos, enfatizando a boa educação vinda do berço.

Com os protocolos de higiene cumpridos e o jaleco branco cobrindo parte do seu corpo, o homem partiu para a Unidade de Terapia Intensiva. Ele se responsabilizou pelo tratamento de Harry durante a conversa que tivera com a supervisorada equipe de enfermeiros, não sem antes assegurar que sua ausência durante alguns períodos não prejudicaria os profissionais do plantão de emergência ㅡ Adrian também estava disposto a cuidar do caso, mas Louis havia se envolvido demais para se afastar como se não fosse nada.

Ele deu suaves batidas no quarto identificado com o número nove, deparando-se com um cenário semelhante àquele que teve ao encerrar seu plantão no dia anterior ㅡ Celeste ainda estava aninhada à mãe, porém seus olhos se encontravam bem abertos e o observavam com atenção.