Capítulo 13: Pandoro

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Harry saiu da sala de consulta sentindo o coração um pouco mais leve após a conversa com o doutor Olive Bennett. O médico havia revisado seus exames de sangue com atenção e, após uma avaliação cuidadosa, decidiu reduzir a dose hormonal. Era uma mudança sutil, mas para o ômega representava um passo importante em direção ao equilíbrio que tanto buscava.

Do lado de fora da Noble Heal, Louis esperava encostado na parede, agora sem o jaleco, a postura relaxada contrastando com o ar sempre atento. O alfa insistira para que ele não precisasse se preocupar com deslocamentos, pois poderia tranquilamente encontrar um intervalo entre os agendamentos que possuía, buscá-lo e depois levá-lo para a casa. Mas Styles, desconfortável em exigir tanto, achou que poderia ao menos evitar o vai e vem, e eles encontraram um meio-termo: retorno com Bennett ao final da tarde para que o pediatra ao menos pudesse acompanhá-los após encerrar seu turno de trabalho.

— E então? — Tomlinson perguntou ao que mãe e filha se aproximaram. — Como foi?

— Ele ajustou a dose. — O jovem replicou, uma mão portando alguns papéis enquanto a outra era ocupada pelos dedinhos de Celeste. — Disse que os exames mostraram que meu corpo está reagindo bem, então pode ser uma boa ideia reduzir um pouco.

— Isso é ótimo. — Sorriu ele, apontando para os papéis. — Isso é a nova prescrição?

O italiano hesitou, desviando o olhar com um sorriso ligeiramente constrangido.

— Sim...mas não é nada urgente. Eu mesmo posso cuidar disso depois, não precisa se preocupar.

Louis ergueu uma sobrancelha, claramente não convencido.

— Deixe-me ver, Harry. — Pediu, estendendo a mão e com um brilho firme no olhar, indicando que não aceitaria uma resposta evasiva.

Sabendo que seria inútil resistir, o rapaz suspirou e entregou os papéis. O inglês indicou a localização do carro ㅡ agora fora do estacionamento do hospital ㅡ, passando a andar com seus hóspedes enquanto analisava o que tinha em mãos.

Ele permitiu que Harry acomodasse sua prole na cadeirinha da Bentley, e uma vez que todos estavam devidamente seguros e acomodados, ele suspirou.

— Vamos passar no laboratório de manipulação para resolver isso o mais rápido possível. — Decidiu, voltando sua atenção ao banco passageiro. — Eu atrapalho se passarmos em um lugar antes de irmos para casa?

— Claro que não. — Tentou soar casual, ainda que uma parte dele se perguntasse onde mais o outro pretendia levá-los. — Sem problemas.

Eles passaram no laboratório, onde Tomlinson cuidou rapidamente da nova prescrição, comprometendo-se a retornar quando ela estivesse pronta. O confeiteiro, por outro lado, optou por permanecer no carro com Celeste, que diferente dele, aparentava completa tranquilidade.

O veículo seguiu em direção ao próximo destino. O jovem tentava não pensar tanto, mas não podia negar que uma leve curiosidade começava a tomar conta de sua mente. E enfim, depois de alguns minutos de estrada, com os dedos ansiosos tamborilando discretamente sobre o joelho, ele finalmente cedeu.

— Para onde estamos indo?

— Vamos a uma joalheria. — Replicou simples. — Uma amiga faz aniversário esse final de semana e preciso comprar um presente antes que eu me esqueça. Sua opinião será muito bem-vinda, é claro.

O ômega assentiu, voltando a olhar pela janela para evitar que o médico percebesse a expressão desconfortável que começava a se formar em seu rosto.

Uma amiga.

Não tinha razão para sentir nada além de indiferença, afinal, era apenas um presente...porém essa ideia o incomodava de um jeito que ele não sabia explicar. Era uma pontada de ciúme ㅡ sutil mas persistente.

Nei Tuoi Occhi c'è il CieloOnde histórias criam vida. Descubra agora