Nei Tuoi Occhi c'è il Cielo

Capítulo 5: Cannoli

Enquanto Harry e Celeste dormiam profundamente naquela manhã fria, Louis se viu pesquisando sobre a culinária italiana para preparar um delicioso café da manhã. Sendo a personificação de quase todos os estereótipos da sua cultura, ele deixou de lado o próprio umbigo e decidiu trilhar um caminho mais seguro afim de agradar seus hóspedes.

Embora não fosse um talento exímio na cozinha, ele não temia se arriscar. Isso, por algumas vezes, custou panelas queimadas e muita fumaça, porém, naquela circunstância, resultou numa mesa farta e bonita ㅡ tudo bem que seu maior esforço deu-se pelas frutas cortadas e encomendas por telefone, mas ele estava orgulhoso mesmo assim.

O alfa conversava com sua mãe quando flagrou o momento exato em que o ômega despertou, a linguagem corporal transparecendo desnorteamento à distância. Certo de que não estava em seu campo de visão, ele esperou que o jovem entendesse o seu entorno e continuou sua ligação. A intervenção, no entanto, veio ao notar que o italiano calçava seus sapatos e tentava acordar sua prole com certa insistência, o obrigando a encerrar a chamada sem muitas explicações.

Tomlinson se aproximou com cautela, um sorriso pequeno contrapondo com o semblante aturdido.

ㅡ Bom dia, Harry. ㅡ Saudou ele. ㅡ Você acabou dormindo e- eu não quis te acordar. Espero não ter te assustado.

ㅡ E-Está tudo bem. ㅡ Respondeu, piscando. ㅡ Eu vou para a casa agora.

O confeiteiro amarrou os cadaços, optando por ser um tanto incisivo ao colocar Celeste sentada ainda que esta não estivesse plenamente consciente. O anfitrião observava a cena da mãe calçando a criança em silêncio, pensando no que dizer e como dizer naquele contexto onde Harry demonstrava evidente desespero ㅡ ele tinha zelo ao tocar o pé afetado, não queria causar desconforto.

ㅡ A nevasca parou pela madrugada, mas ainda está nevando lá fora. ㅡ O comentário não trouxe nenhum efeito significativo. ㅡ E está chuviscando também.

ㅡ Non sono di zucchero. ㅡ A frase escapou dos lábios carmesim. Styles fitou o homem apenas para se assegurar de que ele não havia o compreendido, e uma vez aliviado, ele se recompôs para não responder com grosseria. ㅡ Estamos bem agasalhadas para o clima, não se preocupe.

A garota enfim abriu os olhos, instintivamente coçando suas pálpebras. Ela enxergou a figura distorcida do pediatra seguido da feição alarmada da mãe, incerta sobre o que sentir com a discrepância do estado dos adultos.

ㅡ Sei que está com pressa para ir embora, ㅡ O inglês continuou tentando. ㅡ Mas acredito que um café da manhã não fará mal.

ㅡ Eu agradeço o convite, doutor Tomlinson, mas precisamos ir. ㅡ Ele alcançou a touca e as luvas infantis dispostas próximas à lareira. Louis as colocou ali, garantindo, assim, que os tecidos estivessem secos no dia seguinte. ㅡ E-Eu já deveria estar em casa- não era minha intenção dormir no seu sofá.

ㅡ Eu entendo, mas talvez eu já tenha preparado um café da manhã. Para você e sua filhote. ㅡ A adição de descontração em sua entonação pareceu ser a melhor escolha. ㅡ Seria um desperdício de comida muito grande.

Para alguém que calculava suas refeições, ser o agente causador do descarte de alimentos apertava seu peito. O aroma agradável apetecia seu olfato desde o instante que acordou, mas Harry simplesmente deduziu que nada daquilo era para ele e fez um esforço para ignorar o estômago faminto e seguir adiante.

ㅡ Tudo bem se eu abrir as persianas? ㅡ Sugeriu, cogitando que um ambiente mais claro e aberto fosse mais convidativo. ㅡ Eu não abri antes porque não queria acordar vocês.

O médico não esperou por uma resposta, revelando a atmosfera outonal do lado de fora. A neve e a chuva normalmente remetiam ao sufoco que Harry entrentava em períodos de baixas temperaturas, todavia, contemplando a vista de um espaço tão quente e aconchegante como a casa de Tomlinson, elas não soavam de todo o ruim ㅡ ele não conseguiu deixar de pensar em como a perspectiva das pessoas eram afetadas dependendo do seu poder aquisitivo.