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Depois de uma rapidinha, ou quase, porque Dom não chegou a gozar, paramos em um local, aparentemente fora, parecia uma boate, mas quando entrei, não havia ninguém no salão. Com Dom, não precisei de identidade e sabia que estaria segura, visto que quase metade do estado era dele e de seus familiares. Era um ambiente muito legal, havia um bar e nós nos dirigimos até ele para pegarmos um drink, eu escolhi o meu, um martini.

- Senta lá, já vou conversar com você.

Dom me dispensou, porque um conhecido seu do estabelecimento se aproximou. Uma música badalada tocava no som ambiente pelo alto falante, não parecia uma balada, porque o local era completamente calmo, um pouco bronco eu diria, principalmente para um homem do porte do Dom, mas não quis questionar, até mesmo porque eu estava longe de ser uma mulher interesseira. Dom fez sinal, de quem já retornaria ao local e eu esperei sentada na cadeira curtindo minha bebida.
Alguns minutos se passaram e Dom não havia voltado, no local começou a surgir pessoas, alguns me olharam curiosos, vi que suas roupas eram um pouco esquisitas, tentei me questionar sobre e nada vinha a minha mente, meus pensamentos e questionamentos longos, logo tiveram fim, quando em minha frente vi surgir a figura de um homem, muito bonito por sinal.

- Boa noite.

Eu não respondi, até virei, para o moço entender que não estava interessada, mas sem sucesso.

- Eu posso me sentar?

- Me desculpe, mas eu realmente gostaria de ficar sozinha.

- Em um local como esse? Ninguém fica sozinho.

- Bacana para você, mas prefiro realmente ficar sozinha.

- Algum problema, meu pequeno anjo?

Dom surgiu por trás do homem, que se virou e ao ver sua figura tremeu.

- Dom?

- Rafael...

- Me desculpe, não sabia que era sua garota.

- Então se informe da próxima vez.

- Ela só disse que queria ficar sozinha e...

- Já é o suficiente para você não importunar toda e qualquer mulher que entra aqui Rafael, mais algum problema desses e você é banido. Estamos entendidos?

- Claro Dom, me desculpe.

O rapaz saiu andando um pouco cabisbaixo, Dom se sentou ao meu lado e posicionou em cima da mesa sua bebida.

- Eu vou te ensinar uma coisa.

Ele pegou em meu queixo me fazendo olhar para ele, nada agressivo.

- Quando você estiver sozinha e qualquer pessoa chegar perto de você, diga meu nome e não será incomodada.

- Eu não preciso de um homem para me defender.

- Ah não? O que faria nessa situação? Chamaria o segurança? Que por um acaso é homem?

Eu gargalhei.

- Ah Dom, você nem imagina como foi o meu passado.

Eu tirei da minha bolsa uma arma de choque e um canivete.

- Uma mulher sempre deve andar preparada.

- Uau, dessa vez você me surpreendeu.

Eu fechei o sorriso, ficando séria dessa vez.

- Eu sempre te surpreendo.

- Essa noite eu esperava que não, principalmente, porque eu quero fazer isso.

Eu sorri sem mostrar os dentes.

- E como pretende fazer isso?

Dom tragou um pouco de sua bebida e acendeu um charuto.

- Você sabe o que é BDSM.

Eu acenei que sim com a cabeça.

- Eu sou um mestre e procuro uma submissa para mim.

- E porque não me contou antes?

- Porque as vezes tenho medo de te machucar, existem vidros e você é um cristal, sempre quando vejo você, o que me vem a mente, é uma doce e pequena mulher, frágil também.

- Eu pareço frágil?

- Parece Alice, mesmo que não seja, quero cuidar você, quero te por em meus braços e fazer amor com você.

- Mas você vai enjoar, já que é mestre em BDSM.

- Você tem razão, por isso eu te trouxe aqui, vou te mostrar um pouco mais sobre e se quiser, podemos iniciar hoje mesmo, porque hoje, eu só conseguirei gozar, depois de acabar com você.

Sorvei um pouco de bebida e acendi um cigarro, pensando em tudo o que Dom estava me dizendo, era uma prática da qual eu tinha curiosidade, mas eu nunca havia experimentado.

- Você está nervosa?

- Um pouco...

- Porque?

- Por medo de te perder, por mais que eu queira, não sei até aonde aguento.

- Não farei nada para te machucar, só se você quiser, preciso de você sentindo prazer também, sexo é uma arte Alice e quero te fazer experimentar outras modalidades. Outra coisa, você não deve fazer nada com medo de me perder, não prometo que não irá, vou ser bem sincero, mas BDSM é para quem gosta, para quem quer e para quem aprecia, se eu ver que você foi longe demais por minha causa, eu te deixo, há várias maneiras de me satisfazer e acredite, você sempre consegue, seja confiante, gosto disso em você.

Eu concordei com a cabeça. Dom estendeu sua mão após levantar da cadeira, eu repeti seus movimentos dando o último gole em minha bebida, bati a taça na mesa e acompanhei seus passos, entramos em um corredor com luz neon, ele era cumprido ou eu quem não via seu fim, andamos mais um pouco e a mesma música do bar, era a música do salão, aonde agora Dom abriu uma cortina e meus olhos puderam comtemplar. O local era um grande salão com todos os tipos de aparelhos de BDSM possíveis, pessoas gemiam de dor e de prazer, a minha primeira impressão foi um susto, até recuei a mão que estava dada com a de Dom.

- Está tudo bem?

Eu acenei que sim com a cabeça, meus olhos correram por todo o local. Nós andamos um ao lado do outro, eu olhava curiosa e sem dizer nada, tinham coisas que passariam dos meus limites, ou não, não teria como afirmar naquele instante, pessoas de todos os gêneros e orientação sexual se divertia com seus brinquedos, algumas coisas me interessaram bastante.

- Seus olhos curiosos correm pelo salão como uma criança em um parque de diversões e eu, daria tudo para saber o que está passando nessa linda cabeça agora.

- Não há nada que você não descubra Dom.

- Talvez tenha razão ou não.

COMO SÓ VOCÊ SABEOnde histórias criam vida. Descubra agora