17.

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Depois de olhar o salão inteiro, nós saímos para fora e conversamos sobre algumas coisas.

- Bem meu pequeno anjo, agora, vamos conversar sobre o que é, BDSM, você sabe o significado da sigla?

- Sim.

- Ótimo, é um bom começo. Você sabe que praticamos BDSM já, não é?

- Não.

- Tudo o que foge do sexo comum é considerado BDSM, por exemplo, quando transamos eu te enforco sinto prazer nisso, quando eu bato em você, no rosto ou no seu bumbum, é uma prática BDSM, mas para nosso prazer e sua segurança, não sei até que ponto posso ou não fazer. Por isso eu trouxe uma lista de coisas que eu gosto de fazer e quero saber até onde podemos ir, preciso que leia e vamos conversar sobre o que e onde podemos ir.

Dom e eu conversamos, havia algumas palavras de segurança que eu precisaria recitar caso coisas passassem dos limites ou caso ele pudesse prosseguir, ele me explicou como funcionava e como eu deveria me comportar a partir de agora, sinceramente, algumas coisas me incomodavam, como saber que ele pagaria um convênio de saúde, quando eu já tinha um e nenhum deles seriam pela empresa, ele havia planejado e se preparado para a nossa conversa, era nítido que sim.
Não foi pouco tempo de conversa, foi longas horas, Dom me controlaria e eu cederia, para podermos prosseguir com as coisas que havíamos combinado, nem tudo foi permitido, porque acho que seria demais e acertamos conversar sobre essas coisas há um tempo depois desse meu relacionamento mais profundo na prática, afinal, eu poderia mudar de ideia, Dom respeitou minhas decisões e todo momento pareceu preocupado com o que eu queria, era nítido em sua fala.

- Dom, está muito tarde, acho que agora preciso ir para casa.

Ele olhou em seu relógio caro, se certificando do horário.

- Eu não quero que você vá.

- Mas eu quero ir.

- Achei que você quisesse minha companhia.

- Eu até queria, mas eu ainda preciso digerir tudo o que vi, tudo o que conversamos e analisar melhor essa lista.

Dom engoliu seco.

- A gente não precisa fazer nada, eu só queria curtir sua companhia.

- Dom, não é uma boa hora.

- Eu fiz algo que te desagradou?

- Não é sobre você exatamente.

- Então okay, eu irei até a sua casa com você, vou deixar você lá.

Eu concordei com a cabeça, nós nos levantamos outra vez da mesa e fomos para o carro, quando sai daquele ambiente, consegui respirar melhor, não conseguia saber o que me sufocava, mas tinha algo que não parecia certo. Quando cheguei em casa, desci as pressas do carro, não me despedi de Dom, ele desceu comigo e agora, falou meu nome alto.

- Alice?

Eu me virei quieta e olhei para ele.

- Me diz o que é que foi?

- Eu estou cansada.

- Não é isso, sabemos.

- Dom, eu só quero ficar um pouco quieta.

- Eu vou perguntar pela última vez, espero que seja sincera, o que é que está te incomodando?

Eu respirei fundo e disse:

- É necessário tudo aquilo para ter você, será que eu realmente vou caber em seu mundo? Porque quero fazer isso, apesar de me interessar por algumas coisas, nem tudo me agradou, eu tinha você como um companheiro ou uma companhia, agora, você é meu dono, vai mandar em mim e eu precisarei obedecer. Talvez eu esteja sufocada com essa ideia e talvez, eu te ligue amanhã dizendo que minha decisão foi apenas deixar você ir embora da minha vida, porque como você disse, estou correndo o risco de perder você e você sairá quando bem entender do meu caminho, então, para que adiar isso?

Dom suspirou e sua expressão era séria, ele engoliu seco e abaixou a cabeça, pensando em tudo o que eu havia dito.

- Eu só queria ter transado com você essa noite, como nós fizemos outras vezes, depois de um mês e meio longe de você, era isso o que eu queria, sabe, talvez você e Cris tenham razão, você é um homem de negócios e isso também está refletindo no relacionamento que não temos, então Dom, procure outra pessoa que possa atender melhor seus requisitos.

Era tudo aquilo o que eu sentia, era tudo aquilo que parecia, Dom jogou a noite inteira, desde o momento que colocou seus olhos em mim e eu não era um produto de sua empresa, do qual ele vendia ou uma mercadoria do qual ele comprava, eu ainda era humana e possuía sentimentos. Ninguém ousou dizer mais nada e eu abri a porta da minha casa, pronta para entrar, quando fechei, senti que ali estava acabando coisas da qual nem havia começado, os olhos de Dom, não saiam de mim, até o último instante e isso martelou em minha cabeça, pelo resto do fim da noite e inicio do outro dia.

COMO SÓ VOCÊ SABEOnde histórias criam vida. Descubra agora