Palhaça.
Era assim que Flora se sentia com a sua vida. Ela sentia que tudo a sua volta, gostava de pregar uma peça com ela e a fazia de palhaça.
Foi assim quando descobriu que era portadora de uma doença. Também foi assim quando ficou sabendo que se...
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FLORA SCARPA 10 de dezembro, 2022
Desço as escadas com certa rapidez quando escutei toques vindo da sala, corro até o sofá e pego o aparelho telefônico em cima do braço.
― JOAQUÍN, SEU CELULAR TA TOCANDO. ― grito em busca do jogador.
― ATENDE PARA MI.― ele berrou e pelo tom da voz, percebo que vinha da cozinha.
Olho para a tela do celular e rolo os olhos quando encontrei o nome: Antonella Nestor.
― De tantas pessoas, tinha que justo ela? ―bufo irritada ao observar a tela chamando sem parar. ― Por que ela não desliga? É difícil desligar? ―indago, solto o ar e atendo a ligação. ― Alô!?
― Olá, Joaquín Piquerez se encontra? ― rolei os olhos impaciente quando sua voz se fez presente nos meus ouvidos. ―Se eletiver presente, poderia passar o celular para ele?
Não. Eu não poderia.
―Infelizmente Joaquín não está presente, eu sinto muito. ―minto ao andar até a enorme porta de vidro e observo o jardim na minha frente. ― Eu sou a namorada dele, pode me dizer que eu passo o recado para ele quando chegar em casa. ― falo e levo meu dedo a boca, mordendo o canto da unha.
Meu Deus, o quê eu estava fazendo? Que tipo de pessoa fazia isso? Eu não estou me reconhecendo.
― Não se preocupe, eu falo com ele depois. Tenha um bom dia, Flora Scarpa. ― Antonella respondeu e eu franzi a testa surpresa quando meu nome foi pronunciado.
Afasto o celular da orelha e observo que ela havia desligado a ligação na minha cara antes que eu respondesse algo, mas que mulher abusada, se ela quer um jogador, ela que vá atrás de outro.
Joaquín Piquerez tem dona e se chama Flora Scarpa.
Viro meu corpo de uma vez e pulo de susto pondo a mão no peito quando encontro com Joaquín parado atrás de mim com suas mãos na cintura e um pano de prato no ombros. Eu forcei um sorriso cínico enquanto ele erguia uma sobrancelha.
― Qué estas haciendo, Flora? ― ele questionou curioso.
―Joaquín, oi! ―aceno com a mão falsamente. ― Era golpe. ― comento e ele ergue uma sobrancelha. ― a ligação. ―finalizo ao mostrar seu celular no ar.
― Golpe?
― Pois é, deve ser alguém do presídio querendo extorquir você. ―sorrio abertamente e ele me encara com uma cara de quem não estava acreditando no que eu estava falando.
― Entoces para eso tu respondeu que yo no estaba en casa y todavía tengo unanamorada? ―ele indagou me encarando, eu dei de ombros enquanto mantinha meu sorriso nos lábios. ― Porquê disso?
