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FLORA SCARPA 28 DE DEZEMBRO, 2022

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FLORA SCARPA
28 DE DEZEMBRO, 2022

― Ela não quer me ver nem pintado de ouro. ― Raphael resmungou ao se jogar no sofá a minha frente. ― Mandei inúmeras mensagens, liguei várias vezes e ainda fui no condomínio dela. ― franzi a testa. ― Chantagiei o porteiro para me deixar subir, você acredita?

― Acredito. ― disse simples. ― De você eu não duvido nada, Raphael Veiga. ― ele soltou uma risada sem humor.

― Pois é, o porteiro que era tão meu amigo, ficou com medo de perder o emprego caso me deixasse subir. ― Raphael bufou impaciente, eu soltei um riso. ― Tenho total certeza que aquela doida ameaçou o seu Zé para não me deixar subir, isso não é coisa que se faça. ― resmungou.

― Bom, chantagiar também não é coisa que se faça, mas você fez. ― disse o olhando. ― E se quer saber, Lissa realmente deu ordem para não deixar você subir. ― confessei, ele rolou os olhos impaciente.

― Ela tá brava, tá irritada, ta zangada e chateada também. ― Raphael começou a listar. ― E eu não faço ideia do que fazer para conquistar o perdão dela. ― comentou. ― Flora, você como melhor amiga dela e que a conhece melhor que ninguém. ― ergui uma sobrancelha em sua direção. ― O quê você acha que eu devo fazer para reconquistá-la?

― Hum. ― disse ― Que tal se você se pintar de vermelho e preto? ― provoquei, recebendo o olhar indignado dele sobre mim.

― Você tá tirando onda com a minha cara? ― resmungou, eu concordei com a cabeça. ― Fala sério, você parece leve demais para quem está na merda junto comigo. ― soltei um riso baixo. ― Pode sofrer também, eu sei que você quer, não irei te julgar por isso. ― ele brincou, eu neguei com a cabeça.

Em outros tempos talvez eu realmente sofresse, mas agora não adiantaria muita coisa. O que eu ganharia com isso? Olheiras de tanto chorar? Hum, me acho linda demais para ganhar um par de olhos roxos, então eu dispenso.

A única coisa que eu preciso nesse momento em minha vida, é de calma. Eu preciso sempre buscar a tranquilidade, é para meu bem, minha saúde.

A nossa saúde.

― Decidi que não vou sofrer por quem não me quer. ― falei simples, Veiga ergue uma sobrancelha ao me encarar.

― Flora. ― Disse Raphael ao se ajeitar no sofá, cruzando as pernas ao se sentar. ― Tudo isso que aconteceu, não significa que Piquerez não goste de você, meu bem. ― dei de ombros para sua fala. ― Ele a ama, te ama tanto que chega a ser ridículo tanto esse amor. ― soltou uma risada sem humor. ― Acho que ele só está confuso com o que aconteceu e acredito que talvez ele não aceite ainda a sua doença. ― forçou um sorriso em minha direção. ― Talvez ele só esteja assimilando tudo que anda acontecendo.

― Rapha, eu sei que você quer defender o seu amigo, não julgo por isso. ― sorri sutil para ele. ― Mas não tem mais nada que eu possa fazer para salvar esse relacionamento, entende? ― ele concordou com a cabeça. ― Tenho problemas mais importante para resolver invés de ficar me humilhando por um homem que não quer me ouvir, então eu abro minhas mãos a respeito dele. ― soltei o ar lentamente.

― E não dói? ― ele perguntou, enquanto mantinha seu olhar fixo sobre mim, eu franzi a testa.

― O quê?

― Abrir mão de quem ama!? ― mordi a pele da bochecha por dentro da boca.

Doía. Era claro que Doía.

Sinto que abrir mão do Joaquín, pela segunda vez, vai abrir aquele mesmo buraco do passado e pra piorar, creio que dessa vez não será fechado. Temos um el nos unindo, Joaquín sempre será uma parte presente na minha vida, mesmo que a gente não fique junto, sei que ele sempre se manterá por perto, até o dia da doença resolver me levar.

― Se você o ama, porque não luta por ele? ― Raphael continuou a perguntar. ― Eu entendo perfeitamente seus motivos, Flora. ― Disse antes que eu falasse algo. ― Mas agora ele já sabe a verdade, porque não dão uma nova chance para resolver todos os conflitos e tentarem viver em paz? ― questionou.

Resolver os conflitos e viver em paz. Realmente me parecia uma ideia fabulosa de se viver, mas eu andava tão cansada nisto tudo. Cansada das mentiras que eu provoquei, cansada das vezes que Joaquín disparou palavras pesadas contra mim, cansada dos meus problemas interferindo na minha vida.

Eu estava cansada e só queria viver.

Talvez a minha história seja sobre mim mesma e não sobre um romance. Talvez tenha sido para durar em um pouco intervalo de tempo e não ao longo prazo. Talvez Joaquín tenha entrado na minha vida apenas para me fazer sentir o amor e pronto. Talvez cada um deva seguir sua vida sozinho, para assim se encontrar.

Eram tantos talvez que me deixava confusa.

― Nem sempre o amor ganha, Raphael. ― disse fixando meu olhar no seu rosto. ― Às vezes você terá que abrir mão dele pra continuar e às vezes, ir embora é a melhor opção que podemos tomar. ― soltei um suspiro. ― E não é egoísmo ou intuição, mas por força. É preciso força para abandonar coisas, roupas que não servem mais, pessoas que a gente ama muito.― disse receosa. ― É com muita força também que você segue em frente. E encontra outros motivos para viver. Porque força e coragem dependem de você.

― Eu discordo. ― Raphael disse. ― Creio que quando existe amor, tudo pode ser resolvido. ― completou, eu soltei uma risada sem humor. ― Do quê está rindo, palhaça? ― ele perguntou.

― Esse tipo de amor ― comecei ― o típico de amor perfeito que você fala, só existe em filmes e livros, Raphael. ― proferi. ― Estamos na vida real e aqui não existe tempo para contos de fadas. ― ele negou com a cabeça.

― Eu discordo novamente. ― Eu rolei os olhos com sua fala. ― Quando dois querem, dois consegue, o amor não acaba, Flora, ele se transforma.

― Isso eu concordo. ― falei, notando-o abrindo um sorriso. ― O amor da senhorita Santana por ti, se transformou em chifre. ― soltei de uma vez, gargalhando em seguida quando vi Raphael abrindo a boca perplexo.

― Eu definitivamente odeio você, garota. ― Raphael resmungou, pegou uma almofada e jogou em mim, acertando a minha cara.

― Cuidado, não pode bater em gestante.

― Que? ― ele arregalou os olhos, eu gargalhei ainda mais alto, ao mostrar a língua para ele. ― Ah, vai tomar no seu cu. ― resmungou e mais uma vez pegou outra almofada, jogando em mim.

Eu definitivamente amava o meu melhor amigo e torcia para ele se resolver com Clarissa.

Amo a amizade deles! 🥹🩵

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Amo a amizade deles! 🥹🩵

CONTAGEM REGRESSIVA ― JOAQUÍN PIQUEREZOnde histórias criam vida. Descubra agora