FLORA SCARPA
7 de dezembro, 2022.
Naquele mesmo dia.Afundo o meu dedo na campainha da casa em busca de fazê-lo abrir a porta rapidamente.
― Meu Deus, onde esse homem se meteu? ―questiono irritada ao tocar no interfone mais uma vez.
― CALMA CARALHO, VOCÊ SABE FAZER CAMPAINHA? ―ele berrou de dentro da casa, escuto ele destravando e em seguida a enorme porta de madeira sendo aberta para o lado. ― Flora? ― ergueu uma sobrancelha confuso.
― Se abrisse a porta no primeiro toque, eu não iria afundar o botão, Raphael Veiga! ― cruzo os braços a altura dos peitos.
― Não passou pela sua cabeça que eu poderia estar no meu quarto? ― Veiga indagou e observo ele desviando seu olhar sobre meus ombros.
― Ele não veio, vim sozinha. ― comento receosa e observo ele voltando com seu olhar para mim.
― Ah, bom. ― Veiga pigarrou. ―Ele descobriu? ―perguntou nervoso.
― Não.― respondo ao balançar o meu pé no chão, de um lado para o outro. ― Será que eu posso dormir essa noite com você?
― Olha, dormir comigo você não pode porque respeito bastante o seu relacionamento com o Piquerez, mas tem quartos de hospedes, se assim deseja. ― Raphael brincou e eu soltei uma risada baixinha. ― Viu como seu rosto fica melhor quando está sorrindo?
― Você é tão idiota, mas ainda bem que é meu melhor amigo. ―sorrio ao olhá-lo.
― Vem, vamos entrando. ―ele chamou ao estender sua mão para mim, sem pensar duas vezes, eu seguro nela e sou puxada para dentro da casa.
Paro ao seu lado e observo ele fechando a porta. Em seguida virou-se para mim, abriu um sorriso confortante e passou seu braço sobre minhas costas, me puxando para perto dele, eu apenas deitei a minha cabeça no seu ombro.
Veiga me guiou em direção ao sofá. Me sento no móvel e ele senta ao meu lado, cruzando suas pernas e me olhando em silêncio.
Ele sabia que algo tinha acontecido, afinal eu não iria vim tarde da noite para a sua casa e ele provavelmente iria imaginar que nunca na vida que Joaquín Piquerez iria me deixar dirigir sozinha pela as ruas de São Paulo.
―Você quer me contar o quê aconteceu exatamente? ―ele perguntou baixinho e eu forcei um sorriso triste. ― Ou então podemos preparar um chá, o quê você acha? ― concordo com a cabeça. ― Ótimo, vamos pra cozinha. ― ele se levantou em um pulo, me puxou pela a mão e saímos correndo pela a casa.
Com sua mão vaga, observo Veiga abrindo as portas da cozinha e me guiando para dentro, forço um sorriso e me afasto dele indo em direção a mesa, puxo uma cadeira e me sento.
― Cadê a Zoe? ― pergunto baixinho.
― Digamos que zoe já esta cansada de ver a sua cara feia e optou por ficar dormindo. ― rolo os olhos ao escutar a risada dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CONTAGEM REGRESSIVA ― JOAQUÍN PIQUEREZ
Fiksi PenggemarPalhaça. Era assim que Flora se sentia com a sua vida. Ela sentia que tudo a sua volta, gostava de pregar uma peça com ela e a fazia de palhaça. Foi assim quando descobriu que era portadora de uma doença. Também foi assim quando ficou sabendo que se...