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FLORA SCARPA

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FLORA SCARPA

A música estava alta. Tão qual como meu irmão gostava. E ali estava eu parada no topo da escada com meu olhar intenso passando por toda expansão da sala e observando a grande maioria espalhados por aquele local. Os casados se encontravam no lado oposto dos solteiros, sempre foi assim. Dois mundos que tentavam ao máximo não se misturar, mas ao mesmo tempo se misturavam e se divertiam juntos. Sem bagunça, apenas risadas e assuntos aleatório.

Observei meu irmão e minha cunhada sentados à mesa junto com Gómez, Weverton e Flaco com suas respectivas esposas. Os jogadores riam de algo engraçado que provavelmente Scarpa havia falado enquanto as mulheres conversavam atentamente no assunto delas.

Voltei com meu olhar para o centro da sala e engoli encheio quando encontrei com Joaco andando até mim. Não, pelo amor de Deus, Joaco. Dê a meia volta e fique conversando com seus amigos. Soltei o ar lentamente quando percebi Gabriel Menino intervindo em seu meio e o impedindo de vim até mim. Joaco negou com a cabeça, deu um gole em sua bebida e deu a meia volta voltando para onde seus amigos estavam.

Não sei se eu ficava feliz ou triste com isso. Eu sabia que Joaco iria tentar ao máximo voltar com a aproximação comigo, mas não sei se EU estou pronta para reviver toda a nossa história.

Eu tinha muita mágoa. De mim. Eu tinha muita mágoa de mim.

Forcei um sorriso quando parei no último degrau e observei a mão de Menino estendida em minha direção, fazendo-me segurar na mesma.

- Como sempre um bom cavalheiro! - sorri e ele acentiu com a cabeça.

- Ah minha querida Flora, você não imagina o quanto. - Menino respondeu e me guiou em direção ao bar improvisado ali presente. - Você vai beber o quê? - questionou curioso.

Beber... não sei quando foi a última vez que havia ingerido um pingo de álcool em minha boca, eu não podia beber, fugia totalmente do meu tratamento contra o aneurisma e também os três que sabiam da minha doença não me deixava beber nada. Era surreal o cuidado que Clarissa, Veiga e Scarpa tinham comigo, tenho certeza que se eles pudessem em colocariam dentro de uma bolha e me protegeria de qualquer perigo contra o aneurisma.

Mas a vida é uma realidade diferente da ficção. É a minha vida, não posso me privar de viver por causa dessa doença.

- Um energético, apenas. - respondi e ele ergueu uma sobrancelha. - Não posso ficar bêbada porque tenho que ir deixar o meu irmão amanhã no aeroporto. - minto.

- Ah, você quer que eu vá com você? - ele perguntou prestativo. - Você sabe que eu sempre estarei a sua disposição, Florinha.

É, eu sabia. Só que eu não conseguia decifrar se Menino fazia isso porque realmente me via apenas como amiga ou porque queria algo a mais comigo. Eu sei que existia algumas piadas internas entre os jogadores sobre Menino dar em cima de mim, mas nunca teve um xaveco de forma direta, não quero dar falsas esperanças para ele.

CONTAGEM REGRESSIVA ― JOAQUÍN PIQUEREZOnde histórias criam vida. Descubra agora