1. O libertino e o homem misterioso

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4 anos antes...

- Talvez eu deva fazer uma visita a Edward, aconselhá-lo a considerar a ideia de casamento mais seriamente. - sugeriu Genevieve, retomando seu ar de duquesa ponderada. - Certamente, é um pensamento que deve amadurecer com o tempo. E quanto a você, Charlotte, há algum jovem cavalheiro que tenha despertado seu interesse ultimamente?

Charlotte riu, desconcertando-se levemente com a pergunta direta de Genevieve.

- Não, não há ninguém que tenha chamado minha atenção. Prefiro dedicar meu tempo a causas mais significativas do que aos caprichos do coração.

Elizabeth e Emmeline trocaram olhares entendidos, compartilhando um breve momento de cumplicidade, pois já sabiam o que se sucederia. Lady Genevieve, não era conhecida apenas pela beleza, ou por seu título, era uma mulher implacável, que nunca tomava uma atitude sem uma intenção.

- Deveria dar uma chance ao meu filho Edward, você é uma boa menina, eu gosto de você. - A duquesa disse com naturalidade, deixando a pobre garota boquiaberta.

Charlotte, surpreendida com a sugestão direta de Lady Genevieve, não pôde deixar de corar levemente. Seus olhos encontraram os de Elizabeth, que reprimiu uma risada e lançou-lhe um olhar cúmplice. Emmeline, por sua vez, observava a cena com uma expressão de pura diversão.

- Lady Genevieve, eu... - começou Charlotte, buscando palavras que não soassem rudes ou desrespeitosas. No entanto, antes que pudesse continuar, a duquesa a interrompeu com um sorriso travesso.

- Não precisa se preocupar, minha cara. Eu sei que essas questões do coração podem ser complicadas, mas às vezes, é preciso arriscar. Edward é um rapaz encantador, e tenho certeza de que vocês dariam um belo par.

- Eu creio que não sou adequada para os Ellingham, a senhora sabe as condições que minha família se encontra, sei que não é correto ser rude dizer tais absurdos para a duquesa, mas....

- Ora! Você é saudável? - interrompeu novamente Genevieve. - Se pode gerar um filho, a riqueza, ou a falta de riqueza da sua família não me importa. Sua família tem um nome, isso já é mais que suficiente.

Charlotte, ainda aturdida pela franqueza da duquesa, tentou articular uma resposta coerente.

- Vossa Graça, eu agradeço suas palavras gentis, mas eu não acho... - começou ela, mas novamente foi interrompida por Genevieve.

- Não precisa achar nada, minha jovem. Deixe-me lidar com Edward, e você se concentre em considerar as possibilidades. O amor muitas vezes surge onde menos esperamos. - disse a duquesa, sorrindo com uma mistura de compaixão e determinação.

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Charlotte acabara se levantar, para o que ela sabia que seria o inicio inevitável de um tormento, o dia claro e o céu perfeitamente azul, um tanto incomum para Londres naquela época, pareciam uma ironia dos céus ao seu destino trágico.

 Seu pai havia veemente solicitado que ela casasse aquela temporada, e inclusive já havia conversado com a família sobre um noivo em potencial. Ou seja, ou ela encontrava o amor nas próximas semanas, ou provavelmente seria forçada a viver com alguém que cujo o melhor sentimento poderia, ser na melhor das hipóteses tolerável. Mas, um casamento tolerável, era tudo que Charlotte não queria, porém, deveria admitir que aos 26 anos, ela se tornara uma solteirona completa.

Para sempre seu DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora