Acabamos - Capítulo 44

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Lilith Hastings Grindelwald





Um enorme desespero se abateu em meu peito, eu queria correr e fugir para bem longe, voltar para a mansão Black.

Continuo paralisada, encarando Tom, ele estava mais magro, suas olheiras estavam escuras e profundas, ele estava diferente, não achei que fosse possível mudar tanto em apenas duas semanas.

Ele continuava a me observar, parado em seu lugar, me olhando de cima abaixo, procurando por algum vestígio de onde eu pudesse estar todo esse tempo.
Finalmente encarou meus olhos, dizem que os olhos são as janelas da alma, as janelas de Tom estavam fechadas e sua alma não estava em casa, não havia ninguém em casa, nada de bom podia habitar Tom agora, não depois do que ele foi capaz de fazer.

Mas um brilho pairou ligeiramente sobre seus olhos, fazendo eu me perguntar se ainda havia esperança, era tarde demais? Eu não quero descobrir, não quero tentar mudar Tom, por que é inútil, eu só quero que ele vá embora e desapareça da minha vida.

"Filha!" Diz meu pai, me tirando do transe. Ele anda em minha direção e me dá um abraço caloroso.  "Onde esteve?" Perguntou encarando meu rosto preocupado.

Observo Tom estreitar o olhar, me fazendo a mesma pergunta silenciosamente.

"Estive longe" respondo, encarando meu pai. "precisava de um tempo pra mim"

"Fiquei preocupado, quando for viajar assim, me avise antes, por favor, achei que Grindelwald tinha feito algo contra você novamente" segurou meu rosto entre as mãos.

"Não se preocupe, estou bem, estou de volta" asseguro.

Tom anda em minha direção quando meu pai se afasta e sinto minha alma deixar meu corpo com a proximidade.

"Querida!" Diz apenas e me abraça, Tom coloca as mãos sobre a minha cintura, especificamente, no lugar onde estava a cicatriz do machucado que ele havia causado, segurando com cuidado, analisando.

Fico imóvel, paralisada, eu não podia gritar com ele e nem xinga-lo, meu pai estava ali, e ele pensava que estava tudo bem, eu não sabia o que Riddle tinha inventado para ele.

Mas não retribuo o abraço, continuo com os braços caídos ao lado do corpo, eu não conseguiria fingir.

"Tire suas mãos de mim" sussurro em seu ouvido.

Ele se afasta e me encara, surpreso.

"Também senti sua falta, querida" disse com a voz doce, antes de se afastar e se encostar novamente no balcão da cozinha.

Meu pai já tinha se voltado para as panelas.

"Vai embora" digo baixinho para Tom.

"Estava dizendo ao seu pai querida, que planejamos nos casar em breve" sorriu para mim, ignorando completamente o que eu havia dito.

Tom está maluco? O que ele pretende agindo assim?

"Fico tão feliz por você, filha!" Disse meu pai animado com a ideia "quando Tom finalmente fizer o pedido, temos que fazer uma grande festa para comemorar o noivado!" Sorriu, voltando para o fogão.

"Temos sim, pai" digo com desdém, encarando Tom com raiva "Tom, podemos conversar um minuto?" Olho para meu pai, pedindo silenciosamente que nos deixasse ir.

"Claro querida" diz Tom, calmo. Tão calmo que parecia que íamos falar sobre os preparativos do casamento.

Meu pai apenas assente com a cabeça.

Subo para meu quarto, com Tom logo atrás de mim, ele não podia ser louco de tentar algo contra mim dentro da minha própria casa e com meu pai no andar debaixo.

Predestinados - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora