10. E S T R A D A

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Fixei o papel com a assinatura do rei na porta para que Teilon a encontrasse

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Fixei o papel com a assinatura do rei na porta para que Teilon a encontrasse. Infelizmente não dispunha de papel e tinta para deixar um bilhete a ele.

Os soldados não disseram, mas se eu pudesse arriscar um palpite, diria que eles duvidavam que alguém da minha família soubesse ler. Provavelmente pensavam que ninguém nas montanhas tinha essa habilidade, de todo modo, sobre o pai eles estavam certos.

Coloquei três vestidos surrados na bolsa, um casaco e o broche da mamãe. Arrumei a malinha de Camomila também. Enquanto eu organizava rapidamente a casa, os soldados alimentaram e deram água aos cavalos. Tentei, com o máximo de empenho, fazer com que esperassem a volta de Teilon, pois o rapaz cuidaria de Camomila durante minha ausência e eu partiria menos angustiada, mas não consegui o consentimento deles. Os homens tinham pressa. Me disseram para deixar a menina com algum vizinho no caminho para Iutul.

Tentei argumentar que eu cuidava de minha irmãzinha e que só poderia partir se a levasse comigo, fiz isso garantindo que meu pai trabalhava muito e, às vezes, passava alguns dias fora. Tinha receio que eles descobrissem o abandono do pai. Eles me proibiram de levá-la, contudo asseguraram que essas audiências eram reuniões rápidas e que provavelmente eu voltaria para casa no mesmo dia que chegasse à Gade. Disseram que o mais demorado seria a viagem de ida e volta.

Minha intenção era levar Mila até Yannah e sua família, mas a casa deles ficava do lado oposto da trilha que levava à cidade, portanto, decidi que a criança ficaria com os Fadines.

Meu coração se comprimiu por sair apressada daquele jeito, sem ter tempo de me despedir de Teilon e de Yannah. O pior era deixar minha menininha assim, às pressas. Os soldados afirmaram que chegaríamos ao castelo de Gade em cinco dias, se não houvesse contratempo. Segundo seus cálculos, eu estaria de volta em Venfal em duas semanas. Ainda assim, eu continuava abatida e derrotada. Sentia que sem minha presença na cabana, Camomila ficaria abandonada e Teilon sem orientação. E se ele voltasse a se meter em encrencas? E se ele se machucasse ou adoecesse?

Partimos antes do entardecer. Fui com o soldado Quiff, em seu cavalo negro.

Mila estava adorando o passeio, ela tinha verdadeira adoração por cavalos. Sentou-se entre nós e dava gritinhos de empolgação a cada galope.

Um soldado nos ajudou a apear assim que chegamos à casa dos Fadines. Fomos atendidos por Eimel. Ela parecia surpresa e escandalizada com nossa presença diante da casa de sua tia.

— Oi, Eimel — a cumprimentei. — Que você continue sendo íntegra e que sua bondade prevaleça. Desculpe incomodar. Preciso da sua ajuda, eu...

Pela Sacerdotisa e todos os santos, Loup — exclamou a ruiva de modo escandaloso e apavorado, interrompendo-me. — O que você fez? — Ela segurou meus ombros, sondando meu semblante. — Que o manto carmesim a encubra! Em que se envolveu? Mesmo sendo uma Darquim, nunca pensei que um dia você seria levada à prisão. Soube de um roubo aqui e outro ali depois de seu pai ter ido embora, mas não imaginei a gravidade da situação — completou a ruiva, horrorizada.

Em Algum Lugar nas MontanhasOnde histórias criam vida. Descubra agora