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                                  Capítulo XI:
                           Nada







Viro para o lado, suspirando e murmurando qualquer coisa desconexa; cansada demais para perceber o que falo enquanto cochilo no sofá.

   Estou entediada. Não sei o que fazer. Eu almejava tanto essas férias, mas.. percebi que não tenho muito o que fazer, além de dormir, brincar com TumTum, ou sair rolando por aí! Eu realmente não tenho o que fazer! Não tenho amigos, e nem vizinhos. Isso na verdade é bem triste... . A única pessoa que tenho para conversar nesse enorme casarão deprimente, é Lorraine, que no momento está ocupada de mais passando pano nos móveis. Bem, até que não é tão ruim ficar o dia inteiro dormindo, cochilando no sofá.. porém tem uma hora que tudo isso fica repetitivo e chato.. Eu tinha mais coisas para fazer na escola, do que aqui...

    É até que doloroso pensar assim.. na verdade, um jeito bem burro de se pensar.. pois não consigo pensar em alguma pessoa que prefira sofrer bullying na escola, a ficar no conforto de sua casa.. . Todavia.. acho que agora tenho algum motivo para me alegrar lá...

    Sorriu de leve ao lembrar, piscando meus olhos tentando me acostumar com a claridade excessiva do cômodo iluminado pela luz brilhante que vem das janelas abertas; virando de barriga para cima, e passando a mão pela testa para afastar minha franja molhada pelo calor. O bom de ter cabelos curtos, é que você não vai ficar agoniada com vários fios longos de cabelo pregados em suas costas, braços. É bem mais refrescante!

    Sento no sofá, me levantando para levantar minhas mãos e me espreguiçar preguiçosamente com cuidado, para não levantar meus braços de mais e mostrar meus seios pela minha blusa curta que geralmente visto em dias quentes de verão, bocejando e andando até a cozinha. Na cozinha, vou até os armários, trazendo em meus braços para a bancada, pão, geleia de blueberry e pasta de amendoim, afim de fazer qualquer tipo de lanche para saciar meu estômago reclamão; pulando no lugar deixando as coisas caírem sem querer em susto, após virar para trás e ver Elijah me observando com um sorriso estranho no rosto, escorado na ilha de mármore.

    — Q-que susto, Elijah!

    Falo franzindo o cenho em raiva, me agachando sobre o chão para suspirar em frustração pelo pote da geleia ser de vidro, e ter se quebrado em pedacinhos no chão, não podendo sequer reaproveitar a geleia, pela mesma agora conter pequenos pedaços de vidro..

    Pego com as mãos os cacos grandes de vidro, e sem querer ao tentar pegar um pequeno, faço um corte doloroso na palma da mão, soltando todos os vidros para morder meus lábios pela ardência e dor, sentindo lágrimas se formarem em meus olhos pela quantidade de sangue que já se forma em minha mão, de repente, sentindo a mão fria de Elijah circular meu pulso, me levantando do chão, me puxando até a pia próxima.

    — Quando deixará de ser tão estúpida, Mabelle?

    Disse suave em meu ouvido, levando minha mão em direção a água corrente da torneira ligada. Hesito andando para trás, já chorando consciência de que vai arder e doer bastante, encontrando logo atrás de mim, Elijah, que empurra seu corpo contra o meu, e me cola na pia, introduzindo minha mão na água, a segurando com força para que eu não a tire.

    — Está ardendo!! Solt–

    — Quem em sã consciência cataria vidro com as próprias mãos?— falou me interrompendo, passando seu polegar com força por cima do corte extenso na palma de minha mão, pressionando a ferida, soltando uma risada nasal pelo meu grito de dor.— O que foi, hm? Deveria estar agradecendo seu irmão mais velho por cuidar de você..

Quando Você ChegouOnde histórias criam vida. Descubra agora