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Capítulo XVI:
               Saboreando Sua Pele






                             Elijah Kuznetsov




    Porra, essa pirralha maldita só pode estar querendo me matar do coração

    Entra em meu quarto, não, na verdade, arromba meu quarto e ainda pula em cima de mim praticamente implorando para que eu não a ignore... . Gargalho, arregalando meus olhos em tanto rir, enquanto coloco munição na pistola, completamente desacreditado por esse joguinho simples, ter a pegado como uma mosca em uma teia de aranha... . Basta ignora-lá por um dia, que já fica desnorteada, gemendo por atenção. Não posso pensar nisso, como se fosse totalmente culpa sua... Eu a provoquei de mais.

    Sua mente é muito fácil de se agradar, e entender... . No final das contas, Mabelle é apenas uma criança que almeja por atenção.. Algo que nem mesmo os filhos da puta de seus pais a deram.. . Deve ser por isso que ficou tão irada ao ponto de quase arrancar um pedaço de minha mão, por conta daquela vadia da empregada. Ela era a única que lhe dava atenção... . Pobrezinha. E agora..? Quem poderá lhe defender e lhe dar amor, se não seu irmão mais velho? Não posso enganar a mim mesmo; admito que fico extremamente excitado toda vez que a provoco... Suas sobrancelhas franzidas e lábios deliciosamente rosados contorcidos em pavor, me deixam em êxtase

    Fecho um olho, mirando para cima, sentindo minhas pupilas dilatarem a medida que a adrenalina circula por minhas veias em excitação por finalmente estar longe de tudo e todos por breves minutos que saio daquela desgraça de casa que está me tirando a sanidade; atirando no pássaro azul, que estava prestes a pousar em seu ninho baixo, na qual fiz questão também de acertar, para que seus filhotinhos não fiquem sozinhos sem a mãe.. . Não poderia os deixar órfãos...

                           Sou uma pessoa generosa... Eles não sobreviveriam na natureza sem o auxílio da mãe, quando ainda filhotes...

    Viro de costas, prestes a ir embora depois de me sentir satisfeito, parando no lugar, e arregalando meus olhos em ódio, assim que ouço piados e mais piados irritantes e finos dos filhotes de pássaro que devem ter sobrevivido... Voltando a caminhar em passos pesados em direção as raizes de uma árvore na qual estavam caídos... Os encarando de cima, com meus lábios contorcidos em nada... os observando agonizar no ninho com muito esforço feito por sua mãe que está ensanguentada ao lado.

    — Morram

    Piso no ninho diversas vezes, transformando seus pequenos corpos em carne moída, sorrindo e olhando para cima com o silêncio majestoso que faz no lugar agora...

                                        |• • •|

    — Como foi seu dia, Elijah?

    A vadia loira oxigenada insuportável que não aguento mais escutar essa mesma frase, perguntou entediada. Sei que até ela mesma não aguento mais me perguntar isso quase todos os dias, durante tantos anos.. Então por que simplesmente não cala a boca, e faz esse gentil favor para todos nós?

    — Bem.

    Respondo quase que entre os dentes em tanto ódio, cerrando meu punho na taça de vinho que seguro, já me segurando para não quebrar essa taça dentro de sua goela a baixo, desviando minha preciosa atenção para Mabelle, que a partir de hoje, decidiu se sentar mais próxima a mim, na cadeira ao lado. Tranquilizo meu olhar, segurando em sua mão quente por baixo da mesa, observando atentamente cada pequena reação sua, e de como suas bochechas ficam vermelhas, e olhos arregalam em vergonha, a medida que passo o polegar por seus dedos pequenos, amassando-os aos meus, entrelaçando-os.

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