0.4 Um susto de boas vindas.

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Eu não consigo entender a reação de Scott.
Claro que, ele não gosta muito quando eu saio com amigas, mas é um jantar, eu o avisei.

Quer dizer que nesses cinco fucking anos, serei obrigada a ficar em casa?!
Não mesmo.
Nunca dei motivos para meu namorado desconfiar de mim, e não vai ser agora que vou.

— Scott, eu quero saber porque você está se comportando desta maneira? É só o primeiro dia e você já está agindo assim?!

Falo com o celular apoiado em meu ouvido, a área aberta estava vazia, então eu poderia falar no tom que eu quisesse sem me preocupar se estarão ouvindo ou não.

— Camilla, é a porra do primeiro dia e você aparece no Instagram como se estivesse solteira, curtindo sua vidinha de rica. Comigo nunca quis nada demais, reclamava se eu exagerava em algum presente caro, ou algo do tipo. Agora fica aí se comportando igual uma...

Ele não é nem maluco de me chamar assim.

— IGUAL UMA O QUÊ, SCOTT JONES?

Falo alto e em bom som.

— Quer saber, nem termina de falar, já deu por hoje, amanhã se quiser nós conversamos, não sou obrigada a aguentar seus insultos e falta de confiança, eu não vou aceitar você se comportar assim, tendo quase seis anos de relacionamento comigo!

Me apoio sobre a varanda do lugar, que tem uma vista linda da cidade, o vento sopra fazendo os coqueiros balançarem, e em meio a escuridão da noite, as luzes dos postes e das casas, fazem a cidade parecer um céu estrelado.

— Cami, me desculpe, eu...eu me comportei como um idiota, é que eu tenho medo de te perder, Camilla, eu te amo!

Respiro fundo.

— Também amo você Scott, até amanhã!

Tiro o celular da minha orelha, e antes de desligar consigo ouvir a voz de Scott distante.
"Não! Espera Camil..."
Antes dele terminar de falar meu nome eu desligo.
Sei que o celular não é meu mas, entro nas configurações e bloqueio o número de Scott, não quero que isso vire hábito, se ele confia em mim, ele vai falar só comigo, sem necessidade de ligar para outras personas para saber se estou ou não haciendo cosas pelas costas dele.

Sinto meus pés cansados, e me sento sobre um dos sofás.
Respiro fundo mais uma vez tentando me acalmar e não pensar tanto sobre o que acabara de acontecer.
Fecho os olhos, e consigo sentir a brisa refrescante em meu rosto.
De repente um cheiro forte e amadeirado exala o lugar, é como um perfume de...homem.

Ainda com os olhos fechados, sinto a presença de alguém se sentando ao meu lado.

— Oi, desculpa, não queria te atrapalhar, mas posso me sentar aqui?

— Já está sentado. 

Um silêncio toma conta.

— É...

— Shiii!
Interrompo.

— Aproveite o momento.
Digo dessa vez sem abrir os olhos e sem me importar com a presença do homem.

Ficamos em silêncio durante uns cinco minutos, tempo suficiente para que eu me acalmasse, e não pensar em mais nada.

Abro os olhos, e vejo Tom, ainda com os seus fechados, seus braços estão cruzados e ele está esparramado no sofá, em uma posição aparentemente confortável para ele.

— Eu sei que está olhando pra mim.
Ele diz em um sussurro.
Me viro para frente tentando disfarçar.

— E-eu não estava.

OLDER/TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora