Enquanto Doom insistia em alimentá-la à força com a mamadeira, a resistência dela continuava, mesmo que ficando cada vez mais frágil diante da opressão.
As lágrimas de Amélia tornavam-se um elemento adicional na mistura de emoções. O líquido da mamadeira, agora misturado com sua saliva e lágrimas, criava um rastro pelo seu rosto, marcando simbolicamente a luta entre sua vontade e o controle exercido sobre ela.
O homem, imperturbável diante de sua resistência, continuava a agir com firmeza que indicava sua determinação em impor sua ordem. Ao lado dele, Mildred, com um semblante maternal que mascarava a dureza da situação, tentava justificar as ações da família.
- Querida, podemos ver desenho depois que isto acabar. - A voz de Mildred, apesar de sua tentativa de a tranquilizar, soava como uma extensão da autoridade de Doom. - Cuidado querido, para não machucá-la. - Dizia ao marido.
O olhar de Amélia buscava desesperadamente por uma saída, mas a sensação de estar encurralada, tanto fisicamente quanto psicologicamente, tornava-se avassaladora. A sala de jantar, um lugar que deveria ser de refeições familiares e alegria, transformara-se em um campo de batalha.
Enquanto Doom Draytons mantinha sua firmeza, ele percebia que sua abordagem começava a quebrar ainda mais a resistência da menina. Ele diminuiu a pressão momentaneamente, retirando a mamadeira de sua boca. No entanto, seu olhar não indicava compaixão, mas sim uma pausa calculada para reforçar a ideia de que a colaboração era inevitável.
- Meu amor, fique quietinha, e deixe que papai lhe dê o "mama". Ficará tudo bem.- Mildred tentou suavizar o momento, mas seu tom carregava a mesma urgência.
Amélia, agora com os olhos inchados e a respiração entrecortada, sentiu um momento de alívio temporário com a retirada da mamadeira. No entanto, a tensão no ar indicava que esse intervalo seria curto.
Doom, mais uma vez, tentou acalmar a situação, mas sua paciência parecia estar se esgotando.
- Vamos tentar novamente. Abra a boca, Amélia. Você não sairá daqui a menos que coma! - Sua voz, inicialmente suave, agora carregava um tom mais autoritário. - Estou sendo bastante claro ?
Ao assentir, sua expressão soava trêmula, suada e fraca. Sua cabeça começava a doer pelo choro intenso, juntamente da sensação de fome. Mildred, agora com uma expressão de preocupação mais evidente, aproximou-se de Amélia com cautela.
O casal, momentaneamente interrompendo a imposição da mamadeira, trocam olhares.
- Venha para a colo da mamãe. Vamos lá, querida, não seja tímida. - Ofereceu, ao que a menina, surpresa pela inusitada proposta, aceitou, já que seria bem melhor do que estar nos braços de Doom. - Sem mamadeiras agora. Quem sabe para quando sentir fome. Vamos dar uma pausa nisto tudo.
Ao chorar tão profundamente, se acomodava no colo de Mildred. Agarrada ao seu pescoço, deitava a cabeça em seu ombro. A mamãe, sorria, ao abraça -lá. Sua mão acariciava seus cabelos curtos , em uma expressão de carinho, enquanto a balançava, tentando minar todo o seu estresse.
Deitada no colo de Mildred, Amélia sentiu a tensão e o constrangimento, como se estivesse sendo julgada por uma força invisível. Sua proximidade física adicionava uma camada de desconforto à experiência.
Mas o momento tenso parecia dar uma pausa da infinitude, mas a visível exaustão de Amélia começava a fazer suas vontades cederem. Seus olhos, antes cheios de resistência, agora é marcado pelas extensas lágrimas que ainda deslizam por suas bochechas avermelhadas.
Doom, interpretando a mudança na expressão de Amélia, em um sinônimo de cansaço mental e uma insinuação de que avançaram demais nos limites da menina. Abordou-a com um toque de paciência, acariciando suas costas, tentando buscar em sua personalidade impaciente a compreensão.
- Estou orgulhoso de você. - Sua voz, embora ainda imponente, carregava uma nuance de satisfação.
Mildred, aliviada por ver uma aparente submissão, sorriu de maneira tranquilizadora enquanto colocava a mamadeira sobre a mesa. - Desculpe isto estar sendo tão ruim como esperava, Baby.
O senhor, mantinha o seu olhar firme em Amélia, observando cada passo, de que ela pudesse correr ou machucar sua esposa.
- Shii, está tudo bem .- a voz de Mildred, soava evidente, em amenizar o desconforto de Amélia.
Olhando-a com um misto de maternidade e prazer, continuava a segura-la afastando a mamadeira de si, segurava seu corpinho miúdo. À medida que Amélia cedia ao colo e os carinhos de Mildred, uma mistura de exaustão física e emocional se apoderou dela. O choro intenso, a tensão e a resistência deixavam-na fisicamente debilitada, suas forças minadas pelo confronto prolongado.
Amélia, deitada no colo de Mildred, começou a sentir uma sonolência invadir seus sentidos. A combinação de cansaço emocional e físico, somada ao líquido quente que havia consumido em doses mínimas na mamadeira, contribuía para um mal estar crescente. Seus olhos, agora pesados, lutavam contra seu fechamento.
A sala de jantar, que minutos antes testemunhara uma resistência intensa, agora se transformava em um cenário de aparente calma. O casal, satisfeito com o controle aparentemente estabelecido, começava a discutir seus próximos passos.
- Ela precisa descansar, Don - Mildred sugeriu, mantendo Amélia em seus braços. - Talvez seja melhor levá-la para o quarto.
O desespero nos olhos de Amélia refletia o temor que apossou-se dela, enquanto resistia à ideia de descansar. Seus olhos lacrimejantes fechavam-se se recusando a olhar-los, ela os odiava.
Sua hostilidade em ações e olhar era evidente, uma expressão clara de que ela temia ser machucada por eles, mas também nutria um intenso sentimento de ódio em relação ao casal. A negação de ir dormir, não era apenas uma resistência física, mas uma forma de afirmar sua autonomia, ao que todo momento tentavam impor sobre ela. O silêncio dela, agora, expressava em desdém.
Ao recusar-se a dormir, Amélia coçava os olhos com gestos cansados, uma expressão de exaustão evidente em seu rosto. As lágrimas, antes símbolo de resistência, agora eram acompanhadas por soluços silenciosos.
Doom, com as mãos nos bolsos, permanece imóvel ao lado da esposa. Seu semblante, era imóvel, sem expressão. Apenas suspirava. Se preparando para intervir, caso precisasse.
Mildred, sendo mais compreensiva, em não dar mais a mamadeira a força, balançava a jovem a ninando.
- Amor, vai se sentir melhor depois de um bom sono. - Insistiu, mantendo um olhar persuasivo, afastando seus cabelos úmidos de sua face.
Enquanto Amélia lembrava de ter rejeitado a mamadeira com relutância, sua expressão revelava uma mistura de desconfiança e desespero. Se lembrava de cada gole mais lento que havia tomado, cada demonstração de resistência de sua parte. Em sua mente, ela pensava em planejar uma estratégia para evitar situações semelhantes no futuro.
Diante da resistência de Amélia, Doom Draytons permanecia impassível, observando-a com um misto de frustração e impaciência. Seu rosto, normalmente imponente, começava a mostrar sinais de desconforto diante da hostilidade clara nos olhos da jovem.
- Não podemos continuar assim, Amélia. - Falou Doom com firmeza, tendo sua paciência se esgotando. - Você precisa descansar. Logo estará precisando saber das regras desta casa.
Mildred, tentando manter uma abordagem mais gentil, insistia suavemente:
- Não é saudável ficar acordada por tanto tempo. - Mildred notando a tensão no esposo, estende carinhosamente sua mão para o braço de Don, acariciando seus braços e mão forte, em um toque de calma. Seus dedos movem-se suavemente em um gesto reconfortante. O deixando para trás, enquanto sobre as escadas, segurando a menina.
À medida que subiam as escadas, os passos de Mildred sobre o salto ecoavam no corredor, criando barulhos rítmicos sutis para a cena.
Amélia, no colo de Mildred, mantinha uma expressão apática, seus olhos inchados revelando sua exaustão emocional. As lágrimas secas em suas bochechas mostram sua tristeza. Mildred, por sua vez, demonstrava uma ternura materna ao segurá-la.
O corredor é iluminado por uma luz suave, a cada degrau, a resistência de Amélia parecia diminuir, fechando os olhos com mais calma. O silêncio envolvia as duas, interrompido apenas pelos sons suaves dos passos e do ranger ocasional da escada.
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Admirável Mundo.
AdventureEm um sombrio futuro distópico, nossa heroína, Amelia, perdeu a mãe em circunstâncias misteriosas e é enviada para um novo lar adotivo. No entanto, ao chegar, ela descobre que este não é um lar comum. Ela é recebida por um casal mais velho, os Drayt...