Capítulo 14

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Punição ao jovem fugitivo.

Era triste a madrugada em que eles saíram; o vento soprava com força e a chuva se mostrava vir a cântaros; nuvens sombrias e espessas velavam o céu; a noite toda fora chuvosa, porque grandes correntes de água inundaram a rua. Tênue clarão anunciava a proximidade do dia, entristecendo ainda mais a cena; a pálida luz da aurora enfraquece a luz dos postes, sem clarear os tetos sombrios das casas e as das ruas solitárias; não havia sinal de vida no bairro de Dark Garland; todas as janelas estavam cuidadosamente fechadas, com as principais avenidas desertas e silenciosas.

Ao acordar no vazio negro, de uma escuridão tão densa que parecia sufoca-ló. Era apenas como se estivesse preso dentro de um túmulo, privado de qualquer vislumbre de luz ou esperança. Tentava gritar, mas apenas o silêncio ecoava em resposta, abafado por algo estranho em sua boca.

O gosto de borracha inundava sua garganta, uma sensação estranha e perturbadora que o deixava ainda mais agoniado. Sentia-se como se estivesse lutando para respirar, como se o ar estivesse sendo arrancado de seus pulmões. Cada tentativa de gritar era sufocada, cada palavra presa pela borracha parecia selar seus lábios.

O medo começou a envolver seu coração como uma cobra, apertando-o com tamanha força. Perguntas surgiram em sua mente tumultuada: Onde estava? Estava sonhando? Estava preso?

Com o impacto que seu corpo fez ao tentar se liberar, percebe que está sobre uma maca médica prateada, extremamente sólida e gelada. A ideia o fez tremer de pavor, a claustrofobia se intensificando com a simples sugestão do que poderia vir em seguida. Principalmente ao notar que está imobilizado por algemas de couro negras que prendiam suas mãos e pés ao metal frio. Algo grosso e confortável envolvia suas partes íntimas, restringindo seus movimentos o deixando ainda mais vulnerável e exposto. Ele podia sentir a textura contra sua pele nua.

"O que havia acontecido? Como cheguei aqui? '' - Pensou, isso não era bom. Não conseguia lembrar-se. - Alguém me ajude! - O jovem insistiu em gritar a plenos pulmões, mas logo estremeceu, já que às palavras morriam em sua garganta sufocadas. De repente, percebe que estava morrendo de frio. Acreditava ainda estar usando às finas vestes do pijama de algodão com que fora para a cama. Embaixo de suas costas, o chão de metal duro era como uma chapa de gelo.

A escuridão sufocante foi repentinamente rompida por um clarão intenso, inundando a sala com uma luminosidade quase dolorosa. O jovem piscou várias vezes, tentando se acostumar com a súbita mudança, enquanto a luz revelava cada detalhe.

A sala médica ao seu redor tinha as paredes pintadas todas de branco desbotado. O ar era impregnado pelo cheiro acre de produtos químicos, talco e itens infantis.

- E está - Disse o homem abrindo a porta da saleta. - É uma das salas de punições.

No momento em que o homem entrou na sala, cinco jovens adultos entraram em conjunto de maneira curvada , apenas mergulhados naquele silêncio em que apenas se ousa respirar, naquele cantarolar ou assobiar inconsciente que traduz a mais profunda concentração ou ansiedade.

Aparentemente se tratava de uma turma de estudantes, um pouco velhos, rosados e curiosos, com tamanho nervosismo, com uma humildade um tanto idiota. Todos traziam um caderno de notas, no qual anotaram a fala dita pelo homem, rabiscando desajeitamente.

- Bi-tte " Por favor" ... - O jovem Alemão tentou falar, mas as palavras saíam misturas em diferentes idiomas de sua boca, de forma trancada e entrecortada. Enquanto ele lutava para articular cada sílaba, pequenas gotas de saliva escapavam de seus lábios, escorrendo pela pele pálida de seu queixo. Em pequenas poças úmidas sobre o tecido da mordaça. Seus olhos, pequenos e enevoados pelas lágrimas, piscavam freneticamente, tentando apaziguar sua vergonha. - Socorro!

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⏰ Última atualização: May 04 ⏰

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