O Primeiro Encontro

153 19 3
                                    

Na manhã seguinte, eu não estava muito animada para ir trabalhar, então resolvi passar no mercadinho da esquina e comprar um energético.

Chegando lá, todos me cumprimentaram e sorriram. Mas eu sempre sabia que tinha alguma coisa por trás desses gestos amigáveis. O pessoal aqui não gostava muito de mim. Porque eu sempre tive uma imagem nervosa, rude, ignorante talvez. Mas não era culpa minha. O que você faria se chegasse em uma cidade totalmente estranha em que todos esperam alguma coisa de você? Eu não trabalho bem sob pressão. Simplesmente me fechei em uma bola anti-social. Apesar de todos me conhecerem, eu não conhecia todo mundo - nem de perto.

Enquanto andava pelos corredores do mercadinho procurando o tal energético, senti alguns passos atrás de mim. Suspeitei primeiramente, e então virei bruscamente esperando não levar um tiro ou coisa do tipo. Foi a primeira vez que a vi. Assim que parei meu olhar sobre aqueles lindos olhos castanhos, meus joelhos bambearam e eu quase caí no chão. Sorte minha que ela notou que eu iria cair e me segurou firmemente pela cintura. A olhei por um tempo; seus olhos lindos fixamente voltados para mim, sua mão ainda ao redor do meu corpo, me apertando contra o seu. Eu não podia negar que aquilo mexeu um pouco com o meu subconsciente. E então, depois que eu notei que metade do mercadinho estava nos olhando, eu me restabeleci no chão e tentei afastar-me um pouco da tentação.

- Eu sinto muito - disse eu, me recompondo de toda aquela situação.

- Não foi nada. - Ela sorriu gentilmente enquanto tirava a mão do meu quadril e estendia-a a mim Meu nome é Sam.

Eu rapidamente estendi a minha mão também e retribuí o sorriso amigável que ela me deu.

- Eu sou Mon Você é nova por aqui? Eu nunca te vi pelas redondezas.

- Sim, eu sou... nova ela disse, tossindo. Parecia que não queria ter começado essa conversa.

Depois de um silêncio desconfortável, até mesmo para duas desconhecidas, ela soltou minha mão e olhou para o chão. Percebi o clássico sinal do "me dê um tchau, rápido".

- A gente se vê por aí - ela disse, virando-se e indo na direção dos laticínios.

Respirei fundo e balancei a cabo, tentando focar no que eu queria naquele momento. Estendi minha mão e peguei o tal energético. Paguei-o rapidamente e fui em direção ao meu escritório. Estava estranhamente ansiosa naquele dia, queria começar a assinar todos aqueles papéis logo, apenas para não ter que pensar em outras opções de relacionamentos que eu poderia ter.

Naquele dia, tentei ocupar meus pensamentos por completo com os tais papéis da minha mesa. Por sorte, eu tinha mais trabalho do que em qualquer outro dia.

Entre ligações do FBI e de Nop - meu futuro marido, caso tenha se esquecido -, o dia até que passou rapidamente. Combinei com Nop de encontrá-lo naquela noite para jantarmos juntos. Fazia tempo que eu não o via e que não conversávamos.

Ele e eu tínhamos muita coisa em comum. Gostávamos das mesmas músicas; tínhamos opiniões parecidas quando o assunto era política; e nós dois éramos caseiros, não gostávamos de sair muito. Alguns podem até julgar isso como anti-socialismo, mas não é isso, eu apenas gostava de ar no conforto da minha casa. Quando eu estava em casa, eu tinha a sensação de que ninguém poderia me ferir.

Eu já estava pronta para sair do escritório e ir pra casa, preparar-me para o jantar com Nop, quando meu telefone tocou. Apesar da minha total impaciência, eu peguei o telefone com calma e o atendi.

Era o tal Delegado Saint, dizendo que o criminoso havia agido, roubando uma casa lotérica local. Disse que tal pessoa se dispôs de uma quantia de cinco mil dólares, e que estava se dirigindo para o Sul da cidade com uma moto Ducatti preta

Entre o Certo e o Errado (Versão MonSam)Onde histórias criam vida. Descubra agora