Não tentei pegar minha arma e ir atrás dela. Eu não tinha a menor intenção de feri-la naquele momento. Eu estava mesmo era com vontade de ferir a mim mesma, atirar em meu próprio peito, por ter sido tão imbecil em um momento daqueles.
Aquela fora a minha chance de pegá-la e, assim, ir trabalhar em um lugar melhor que a Inglaterra.
Senti-me completamente humilhada com tudo aquilo. Como eu pude ser tão idiota? Como?
Basta apenas um rostinho bonito chegar perto de mim, que eu já fico desse jeito? E ainda por cima era mulher, ARGH!
Apertei meus dentes com toda a força que eu possuía tentando esquecer o quanto eu fui burra.
Por sorte, o delegado Saint chegou antes que eu atirasse em mim mesma e me fez raciocinar um pouco, ao menos para inventar uma história que convencesse ele de que eu não tive nenhum contato visual com o tal "criminoso", apesar de eu querer muito jogar em sua cara de que eu estava certa sobre o fato de ele ser mulher. Eu não podia dizer que vi quem era, pois acabaria em um escritório da polícia internacical sendo interrogada como testemunha de tal pessoa. Além de ter que explicar o por quê fracassei em pegá-la, e eu não iria ser humilhada daquele jeito.
E, apesar de tudo, eu não tinha tanta vontade assim de vê-la presa... vai entender.
A imagem de seu rosto tão próximo do meu ficou em minha mente pelo resto da noite.
Sem ao menos me dar conta, eu já estava sentada em uma mesa de um restaurante chique, observando Nop me olhar com curiosidade.
Cravei meus dentes em meu lábio inferior tentando mandar todos aqueles pensamentos embora - inutilmente. Em minha mente, a única coisa que eu via eram aqueles lindos olhos castanhos, encarando-me com desejo; meus olhos iam descendo até a parte de seu colo, em seus seios que eram realçados pela blusa apertada que ela usara, e daí, parti para seu short: o mesmo era curto, e uma vontade avassaladora de ir até ela e arrancar-lhe à força tentava-me mais que qualquer coisa.
- O que há com você? - Nop perguntou interrompendo completamente meus pensamentos confusos.
- Eu... Ăn? Ah! Não, não há nada. Preciso ir ao banheiro.
Saí daquela mesa e praticamente corri até os banheiros.
Ao chegar lá, parei em frente a uma pia, olhando-me pelo espelho bem detalhado com diamantes. Quanta ostentação, pensei antes de pegar um pedaço de papel ao lado da pia e enxugar de leve a minha testa. Eu estava suando? Eu nunca suava. Nada em quatorze anos me fez suar. Por que eu estava suando?
Olhei-me no espelho pela segunda vez. Uma mulher pálida, de cabelos castanhos escuro e olhos castanhos claro - que todos geralmente se perdiam olhando - e maquiagem suave me encarou. Por um instante ela pareceu um tanto frágil. Eu estava começando a perder a postura. Apertei meus dentes e me levantei, olhando novamente para o espelho com tom de superioridade.
- Você é a delegada de Cúmbria, Mon. Mantenha a postura falei a mim mesma, respirei fundo e saí do banheiro.
O resto da noite fora calma. Tentei manter a concentração em Nop pela primeira vez na minha vida. Normalmente eu o bloqueava em minha mente quando ele começava a falar sobre o escritório. Nop era advogado, por isso tinha sempre alguma coisa pra falar. Um processo, uma ordem judicial, um divórcio... Ele trabalhava na cidade vizinha ao condado de Cúmbria, então às vezes dormia por lá mesmo, em um apartamento que comprou apenas para fazer de escritório.
N/A: A autora recomenda que vocês pulem essa parte pela saúde mental de vocês.
Após o jantar, fomos para a casa de Nop.
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Entre o Certo e o Errado (Versão MonSam)
RomanceKornkamon, 24 anos, delegada do condado de Cúmbria na Inglaterra, noiva de um advogado cobiçado por várias, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um criminoso internacionalmente conhecido aparece na sua cidade pacífica. Sua vida se transform...