Tinha acabado de entrar em casa com um sorriso enorme no rosto, pois Sam havia prometido que me veria novamente em no máximo uma semana.
Meu sorriso desfez-se rapidamente quando olhei o sofá da minha sala.
Lá estava sentado Nop, com as pernas cruzadas, fitando meus olhos por trás das lentes finas dos óculos de leitura que ele utilizava apenas quando trabalhava. Ele estava vestindo uma roupa social e tinha a gravata afrouxada, de forma que parecia ter sido puxada várias e várias vezes.
Andei até onde ele estava, colocando minhas chaves na estante, ao lado da TV durante o percurso, e sentei no sofá defronte ao que ele se encontrava sentado.
- Onde diabos você se meteu, Mon? - ele perguntou. Enquanto falava, notei uma veia praticamente pular em seu pescoço.
Respirei fundo.
- Trabalhando até mais tarde, Nop - falei calmamente.
- Ah, claro. E eu nasci ontem, não é mesmo? Liguei em seu escritório hoje e me disseram que você havia saído de lá seis horas! Como você sai do escritório seis horas e chega aqui ele olhou o relógio. onze e meia! Nop berrou enquanto levantava-se e me encarava.
Apenas levantei uma sobrancelha enquanto o observava agir feito um animal não domesticado e tentei pensar em algo pra dizer, mas eu só tinha em minha cabeça uma coisa, ou melhor, uma pessoa: Sam.
- Por favor, Nop, eu não sou um dos seus empregadinhos que são obrigados a te ouvir perdendo a cabeça - falei com cautela. Se você parar de agir feito um animal, eu te explico o que aconteceu.
Ele me olhou ainda com um ódio no rosto, mas ao ouvir as minhas palavras, respirou fundo e sentou novamente no sofá. Eu adorava aquilo, domá-lo era de fato, maravilhoso.
- Não sei se você sabe - provavelmente não mas um bandido muito perigoso se instalou em Cúmbria. Ou seja, eu tenho tido que falar com o FBI de Nova Iorque, tenho tido que falar com os governadores e até com o Serviço Secreto menti descaradamente. -, então, nesse tempo em que eu estive fora do meu escritório, eu estava fazendo isso. Pegando a ficha do bandido, descobrindo pistas de para onde ele fora, etc. descaradamente ainda. menti mais
Nop apenas levantou a sobrancelha e me fitou, respirando fundo em seguida.
Ele ainda tinha a expressão de que não estava acreditando muito no que eu estava falando, então eu tentei dar ênfase à palavra "perigoso".
- Ele matou cinquenta e seis pessoas, sabe falei.
De repente a expressão dele se suavizou e seu rosto pareceu lívido e preocupado. Imagina se ele soubesse que eu passei a noite com esse bandido, pensei.
Nop levantou-se e me olhou. Se tinha uma coisa que Nop odiava era estar errado, principalmente quando EU estava certa. Eu sabia que ele não iria fazer algo do tipo pedir desculpas", mas apenas de vê-lo mal. Fiquei feliz.
Talvez eu devesse terminar o noivado agora, pensei naquela hora. Talvez...
Mas o que você está pensando, Mon? - uma voz falou na minha cabeça - Vai acabar com seus planos futuros por causa de uma garota qualquer? Ainda mais sendo uma criminosa louca homicida! Mande Nop embora daqui e vá dormir, você está delirando. Sam deve ter enfiado alguma droga naquele frango, não é possível.
Tentei focar novamente no que estava acontecendo. Nop ainda me olhava sem saber o que dizer.
- Desculpe ele disse.
Acho que eu devo ter ouvido errado. Ele pediu mesmo desculpas?
Pisquei duas vezes enquanto o olhava abismada.
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Entre o Certo e o Errado (Versão MonSam)
RomansaKornkamon, 24 anos, delegada do condado de Cúmbria na Inglaterra, noiva de um advogado cobiçado por várias, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um criminoso internacionalmente conhecido aparece na sua cidade pacífica. Sua vida se transform...