Era uma manhã chuvosa na Inglaterra, o céu tinha um tom escuro e as gotas grossas batiam na janela da minha sala de estar, transmitindo o único som que eu ouvia naquela casa monótona.
Estava pensando em Sam.
Desde que ficamos pela primeira vez eu não parava de pensar nela. Era fato, eu estava viciada em Samanun Chankimha, viciada em seu corpo, em seu toque, em seus beijos... nossa, os beijos: apenas com o toque daqueles lábios eu já sentia minha intimidade pulsar de desejo e uma vontade avassaladora de agarrar-lhe me invadia por completo.
Olhei em volta da minha sala e suspirei. Tinha minhas mãos em volta de uma xícara grande de café e estava pensando em como seria o resto do dia.
Eu estava esperando por Nop ao meio dia, ele estava saindo mais cedo do trabalho naquele dia apenas para ir me ver. Ele achava que tinha algo haver com o nosso casamento... e de fato, tinha.
Enquanto eu olhava pela janela e batia pausadamente as unhas na xícara, eu pensava em como eu iria falar para ele que eu não queria mais me casar e que nem queria mais ficar com ele.
Bom, pensei. Pelo menos ele não vai saber o pior, que é por quem ele está sendo trocado. Além de ser uma criminosa homicida, ainda é uma mulher.
Sorri para mim mesma pensando como ele reagiria se descobrisse que estava sendo trocado por Sam, certamente iria quebrar o meu criado-mudo de tamanha raiva.
Nop sempre fora delicado e cuidadoso quando o assunto era nosso relacionamento. Sempre me tratara bem e nunca me faltou com o respeito, porém, eu sabia muito bem como ele ficava quando estava bravo. Lembro-me que ele tinha quebrado o próprio computador quando ficara nervoso por conta de um caso que havia perdido. Os destroços do computador naquele momento estavam em um técnico super caro que tentava recuperar os arquivos que Nop perdeu ao se enfurecer e atacá-lo pela janela do décimo sétimo andar. Levantei meu pulso esquerdo e olhei meu relógio, verificando quantas horas faltavam para Nop tacar minha televisão pela janela.
Onze horas e meia.
Da janela, vi um borrão vermelho se aproximar do meu jardim e ali parar, jorrando água para todos os lados.
Alguém desceu de cima do grande borrão vermelho - que na verdade era uma moto - e veio até a porta da minha casa, batendo em seguida.
Fui imediatamente até a porta, largando a xícara de café em cima da mesinha de centro da sala.
Quando abri a porta, Sam me observou com uma expressão séria. Seus cabelos negros e longos estavam bagunçados como sempre, mas ela permanecia completamente linda. Ela tinha um capacete vermelho nas mãos.
Sam me olhou com seriedade enquanto eu a convidava para entrar.
Ela estava com uma roupa de motoqueiro igual ao daquele dia no galpão. Enquanto colocava o capacete ao lado da minha xícara de café, eu a olhava com curiosidade. Sam nunca tinha entrado na minha casa.
- Eu estou indo embora - ela falou rapidamente e virou para me encarar.
Ela me olhava sem um pingo de sentimento. Seu rosto estava completamente inexpressivo e seus olhos estavam fitando os meus. Ela parecia não querer uma resposta, parecia nem querer estar ali, simplesmente para ela, era como se fosse uma obrigação estar ali me avisando sobre aquilo.
- Co-Como assim você está indo embora?
- Simplesmente vou. Não posso ficar em uma cidade só por mais de um mês, já me arrisquei demais - ela cuspiu. - Saint é lerdo, mas nem tanto.
- Você está mentindo! - falei, num impulso inexplicável. por isso. Você não está indo embora
- Agora é você quem sabe de tudo? ela sorriu com desdém.
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Entre o Certo e o Errado (Versão MonSam)
RomanceKornkamon, 24 anos, delegada do condado de Cúmbria na Inglaterra, noiva de um advogado cobiçado por várias, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando um criminoso internacionalmente conhecido aparece na sua cidade pacífica. Sua vida se transform...