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                Capítulo 21

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                Capítulo 21

Xiao Zhan

— Zhan! Xiao Zhan! Sou eu! Yao!

Fiquei tenso na hora enquanto caminhava pelas ruas de Chester e ouvia a voz de Yao gritando meu nome. Eu só tinha duas opções. Poderia dar uma corridinha — eu odiava correr — ou parar e conversar por alguns minutos e depois ir embora e me esconder do mundo. Parei, respirei fundo e abri o meu maior sorriso sulista e falso que consegui.

— Ah, oi, Yao. Como vai você nesta gloriosa sexta-feira?
— Nossa, olhe só para você, todo alegrinho — comentou ele, dando tapinhas no meu braço.
— Estou muito feliz por ver você tão animado depois do estranho discurso que você deu no festival de música no último fim de semana.  Ele apertou os lábios e cruzou os braços abrindo um grande sorriso.

— É uma pena, não é? Pensar que você conhece alguém e, então, BUM, ele simplesmente se transforma em outra coisa. Embora eu tenha certeza de que houve alguns sinais de alerta que você ignorou, não é?
Abri a boca para falar, mas ele me interrompeu.
— Mas o que é que seu pai costuma sempre dizer? Que Deus escreve certo por linhas tortas. E isso é verdade, não é? Espero que você ainda esteja rezando à noite.

Só aproveitando o corpo de Yibo...

— Bem, obrigado pela conversa, Yao, mas eu realmente preciso ir agora. A gente se fala mais tarde.
— Isso! Hoje à noite vamos ter uma reunião — disse ele.
— Ah, eu não vou poder ir. Já tenho compromisso.

— Mas sua mãe disse que você ia, então, vejo você mais tarde! Ah, eu coloquei que você ia levar torta de maçã! Tudo bem, tenho que correr agora! Tchau! — despediu-se ele, saindo antes de eu ter a chance de responder.

Eu estava indo para a casa de Xuanlu, mas mudei de direção porque estava na hora de ter uma conversa séria com minha mãe.
Eu não ia mais aguentá-la tentando controlar a minha vida.

— Você vai à reunião de Meng Yao  esta noite, Xiao Zhan  — ordenou minha mãe enquanto folheava o fichário das oficinas que ela organizava na igreja durante o verão. Eu fiquei andando de um lado para o outro na sala, pau da vida com o jeito mandão dela.

— Não vou, não. Você não pode fazer esse tipo de coisa, mãe. Não pode sair dizendo por aí que vou fazer coisas que eu não tenho a menor intenção de fazer.

— Mas você vai — insistiu ela, fechando o fichário. Principalmente depois do seu comportamento no último fim de semana. Veja bem, eu entendo, você está passando por algum tipo de crise de meia-idade nesse momento, e você se sentiu perdido, mas não pode continuar fugindo das pessoas que estão tentando ajudá-lo.
— Meng Yao não está tentando me ajudar. Nenhuma das pessoas que vão a esse tipo de reunião está tentando me ajudar. Elas só querem descobrir assuntos para fofocar.

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