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     Capítulo 41

Wang Yibo

Xiao Zhan se afastou por um minuto para tomar um pouco de ar, e fiquei esperando por ele. Eu estava parado ali, sentindo-me totalmente deslocado. O terno me pinicava. As pessoas eram grosseiras, e a comida era servida em porções mínimas. Eu estava oficialmente no inferno.

— Não é a sua turma usual, hein? — comentou uma mulher.
— Não mesmo.
Ela estendeu a mão para mim.
— Eu sou Xuanlu, irmã de Zhan.
É claro — eles tinham os mesmos olhos. Apertei a mão dela.
— Prazer em conhecê-la. Ouvi muitas coisas sobre você.
— Eu também ouvi muitas coisas sobre você. — Ela sorriu e se agitou um pouco.
Eu arqueei uma das sobrancelhas.
— Essa é a parte que você me manda ficar longe do Zhan?
— Não. Por que você pensaria uma coisa dessas?
— É o que todo mundo tem me mandado fazer.
— Entendi. Não é por isso que estou aqui. Eu só quero pedir para você ser gentil com ele, está bem?
— O que você quer dizer?
— O coração dele... é frágil. Meu irmão já passou por mais do que ele mesmo percebe, e não sei se ele vai aguentar mais um golpe. Se você vai permitir que ele se apaixone por você, por favor, esteja pronto para ampará-lo, pois não sei se ele vai conseguir se reerguer de mais uma decepção.

Ela amava o irmão e deixou isso bem claro com suas palavras. Xuanlu não estava gritando para eu ficar longe dele, só pedindo para eu ter cuidado com o coração e com a alma dela.
— Eu posso fazer isso — respondi.
— Promete?
— Prometo.
Ela sorriu esfregando o braço direito com a mão esquerda.
— Você gosta dele.
— Gosto.
— Ele gosta de você.

Espero que sim…

— Divirta-se hoje à noite, Yibo, e, por favor, ignore todo mundo que está nesta festa, menos ele. Xiao Zhan é tudo que importa nesta noite, está bem?

Xuanlu me agradeceu antes de se afastar para falar com outras pessoas. Eu consegui ver tanto da personalidade de Xiao Zhan em sua irmã. Era bom saber que existiam pessoas boas no mundo, além dele.
Eu queria ir atrás dele, pois já tinha saído havia um tempo, mas estava me esforçando para ser paciente. Ele precisava respirar, e eu estaria esperando quando ela voltasse para mim.

— Você deve estar muito orgulhoso de si mesmo, hein?

Eu me virei e vi Peng caminhando na minha direção. Ele parecia um pouco enlouquecido quando falou comigo.
Ele estava bêbado.

Eu já tinha visto aquele brilho nos olhos do meu pai o suficiente para saber.
— Peng, não vamos brigar esta noite — avisei.
— Fique longe do meu ômega — ordenou ele, arrastando um pouco as palavras.
— Seu ômega? — bufei. — Acho que você está usando a palavra no sentindo amplo, não é?
— Não tente bancar o esperto — avisou ele, cambaleando na minha direção.

Eu suspirei. Essa é a última coisa de que preciso agora.
Respirei fundo e tentei controlar meu instinto natural de acabar com ele. Mesmo que ele fosse um babaca, ainda era o ex do Zhan, e eu não queria fazer nenhuma bobagem que pudesse irritá-lo.

— Olha só, cara, você está bêbado e não está pensando direito. É melhor você beber um pouco d’água.

— Ah, vá se foder — sibilou ele, dificultando ao máximo as coisas para mim.
— Você está se achando o máximo por estar dormindo com meu ômega, hein?
— Novamente, usando a palavra no sentido amplo.
— Ele foi meu por quinze anos.
— E você o deixou.

Ele fez uma careta e passou as mãos pelo rosto. Aproximou-se mais e empurrou o meu peito.
— Eu vou consegui-lo de volta.

— Por favor, não encoste em mim — avisei, sentindo minha raiva crescer a cada segundo.

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