Entre Grades 11 - O Poço

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Aquilo não era uma cela

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Aquilo não era uma cela.

Era uma jaula?

Não, aquilo era um instrumento de tortura!

Paredes altas, de puro concreto, tinha um formato redondo; sem cama, sem colchão, sem janelas, sem luz.

Apenas com um buraco no chão e uma torneira, que escorria uma água fraca.

Acima da minha cabeça, tinha uma luz que vinha de um buraco com menos 30 centímetros de diâmetro. Dava para ver o sol.

- ok César! Assim vc vai poder contar os dias.- eu falava comigo mesmo.

Olhando para a porta tinha duas pequenas janelas fechadas.

Uma delas me olhava e outra provavelmente iria passar minha comida.

Diferente de uma cela normal, suas paredes eram muito frias, e o chão era úmido e grudento.

Sentei no chão e tentei organizar meus pensamentos.

De um lado eu estava feliz:

*Encarei Rogério, e venci!

*Estava fora de perigo

*Teria tempo para, pensar nos meus passos

E também estava muito triste:

*Estava sozinho de mais para minha saúde mental ficar de pé

*O olhar do Carlos em saber que transei com várias pessoas

*Rogério ia me matar quando saísse daqui.

*Carlos estava em perigo?

*Não tinha ideia de quanto tempo ia ficar ali.

Conforme o sangue ia esfriando, minha consciência ia voltando. O gosto de sangue se tornava intenso em minha boca.

Fui à bica me lavar, e esfregava com minha unhas o máximo que eu conseguia. (Nojo) era tudo oque eu sentia.

A melhor forma que consegui eu me limpei.Que merda eu fiz. Ao longo dos 3 primeiros dias, minha punição era ficar sem comer, não levaram pra mim nada. A única coisa que eu ingeria era água da torneira e as unhas que eu roía e engolia.

Mas naquele dia eu recebi algo por debaixo da porta.

Em cima de um papelão veio comida. Não era uma quentinha como a gente comia nas celas. Era algo diferente, quando peguei com as mãos. Era uma comida que mais parecia um monte de restos. De várias pessoas.

A fome que eu estava não me permitiu sentir nojo. Mas também não consegui comer até o final. Comi para não desmaiar e morrer.

Eu andava de um lado a outro para passar o tempo. Contava quantos passos eu podia dar de uma lado ao outro ali dentro. Eu tentava fazer exercícios, e conversava muito sozinho.

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