Aproveitem o especial de natal. amo vocês
comentem cassete!!!
06:00 da manhã. Levanto da cama de Carlos. Sem roupas e vou direto em direção ao banheiro. Sento no vaso e fico olhando para um ponto fixo na parede pensando em uma única frase de motivação. "VAI PAULO, HOJE É O ULTIMO DIA DE AULA! "
Sim! Hoje é o último dia de aula, depois o programa de educação do presidio iria entrar em recesso até o fim das festas.
Carlos, ainda estava dormindo, junto com todos os outros meninos. Tomei um banho gelado, o verão estava chegando com tudo, os ventos frios foram embora junto com setembro e durante outubro e novembro, tivemos amostras do que seria o verão carioca.
Peguei a prova, e trabalhos e matérias impressos dos alunos, que fui juntando durante o ano e fui colocando em envelopes, organizando tudo antes do horário da abertura das celas. Eu tinha que correr, tenho um dia cheio.
Coloco a roupa e peguei o celular na cama de Carlos e ligo para dona Telma. Busco saber se Saldanha já tinha passado, lá para pegar as encomendas. Obvio, dessa vez autorizado pelo diretor Adriano; acreditando que quem fazia os lanches era a esposa de Saldanha.
Abriram a porta eu sai em disparada em direção ao portão do pavilhão.
As obras daquele ano estavam acabando também. Para um lugar que mais parecia um purgatório... nossa casa, era bem jeitosa. Hoje os meninos só iriam pintar os blocos.
As "lavandarias" em cima de cada bloco já estavam prontas. Atendendo os pedidos dos meninos, refiz a área de lazer; coloquei traves novas no campo e areia lavada no chão; tinha um cobertura também com telhas e uma mesa, onde acontecia os eventos do mês. Todas as celas tinham sido reformadas, com mesas, cadeiras, radinhos pra ouvir música, chuveiros e vasos sanitários. E depois do aniversário de Fernando, eu conversei com Adriano, sobre fazer um bolo para os aniversariantes do mês; ele concordou, desde que o comportamento continuasse excelente. Muitas conquistas, Mas ainda tinha muito pra fazer por eles. Ainda tinha muito pra dar dignidade aos mesmos.
Na minha cabeça, essa era minha forma de cuidar deles, sabe, principalmente de quem não podia pagar pelas reformas, que trabalhavam e eu ainda ajudava dando um dinheiro por semana.
Tipo, no começo, só os pedreiros recebiam, os ajudantes não pagam reforma. Quando o dinheiro foi entrando fui dando um dinheiro pelo trabalho. Assim fui formando equipes de fixas de limpeza, para cada bloco; e no fim de semana também eram pagos.
Não vou ser hipócrita, era minha forma de fazer meu corre. Naquele ano eu já eu já estava com um patrimônio considerável. Pelas minhas contas eu tinha cerca de R$:250.000,00. E sim, passei a ser um dos chefes de cela, então tinha participação em alguns valores dos corres. Sequestros por telefone, venda de maconha, venda de agua de fogo, dos chapeiros, dos barbeiros, cantina e etc. Esse dinheiro saia com a senhora negra, que visitava Carlos todo fim de semana.
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RomanceOpa leitores, meu nome é Cesar, e venho contar minha história , espero que gostem! Sentado na varanda de casa, olhando para o jardim e vendo meu filho brincar; minha mente viaja pra anos atrás; anos que eu não sonhava com minha boa casa, com um bom...