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Jughead pov:

Depois que Alicie foi embora, meu mundo desabou, me via perdido, me via sem rumo algum. Ela era minha força, minha casa, e vê-la partindo me destruiu.

Todos os dias eu deixava mensagem, e esperava algum retorno, minha única preocupação era saber se ela estava bem, e se estava viva.

Meu pai passou dias, e semanas procurando por ela, quando ele achava que estava perto, voltava para a estaca zero. E ele estava esgotado, passava a maior parte do tempo bebendo, nunca dormia, ficava a noite inteira sentando no chão do quarto da Alicie, com a esperança de que algum dia ela volte.

Tom ainda fazia parte dos serpentes, meu pai queria expulsa-lo, mas eu não permiti.

Sei que ele vacilou, e mesmo que todos quisessem ele fora da gangue, ele fazia o dobro do serviço para que a gente pudesse perdoar ele, e ele sabia que não era suficiente.

— A e Jughead, seu tio ligou e pediu para você ir buscar seu pai no bar. — Foca falou e eu apenas concordei com a cabeça e levantei da cadeira.

Caminhei até o carro, e Foca veio atrás de mim, eu abri a porta e entrei, e ele fez o mesmo entrando no banco do passageiro. Liguei o carro e dei partida saindo dali.

Não falamos nada durante o trajeto até o bar, e era um silêncio não muito agradável, mas Foca sabia que eu não queria falar sobre ela, e ele respeitava o meu espaço.

Chegando no bar, sai de dentro do carro e caminhei até a porta, pude ver meu pai dormindo sentando no balcão, seu rosto estava sangrando e tinha cortes ao redor da sobrancelha, boca e olho.

— Seu pai entrou em uma briga com o cara da vizinhança, e acabou recebendo um presente no olho. Com certeza terá uma cicatriz, mas nada que seu pai não possa lidar. — Tio Jeffrey falou parando ao meu lado.

— Se Alicie não tivesse ido embora, ele não estaria passando por isso. Ele passa a maior parte do tempo, bebendo e fumando, sempre entra em brigas desnecessárias — Falei passando as mãos no rosto. — Eu não sei mais o que fazer para ajudá-lo, tio. — Lágrimas caíram, e eu as limpei rapidamente e fui em direção a meu pai.

Peguei seu braço e passei por cima do meu ombro, e Foca fez o mesmo do outro lado, levamos ele para fora, colocamos ele no banco de trás, e entramos no carro.

— Precisamos levá-lo para o hospital Jughead, para ver se não tem algo quebrado e cuidar dos ferimentos. — Foca falou quebrando o silêncio.

— Tem razão, vamos lá. — Fiz o retorno e dirigi até a cidade mais próxima, já que aonde nós morávamos, ninguém aceitava os serpentes nos lugares.

[...]

Chegamos no hospital, e logo meu pai foi atendido, ficamos esperando na recepção e todos nos olhavam com cara feia. Estávamos acostumados com isso, até porque todo lugar que a gente ia, tratavam a gente da mesma forma.

— Familiares de Forsythe Pendleton Jones II. — O médico chamou e eu levantei indo até ele.

— Jughead, Jughead Jones, sou filho dele. — Falei olhando para ele.

— Certo senhor Jughead, conseguimos cuidar de todas as feridas. Mas o corte no rosto dele, foi muito fundo, então ficará com cicatriz. — O mais velho falava, e eu não conseguia manter contato visual, já que meus olhos enchiam de lágrimas. — Vou passar alguns remédios para dor, e alguns para ajudar com a cicatrização.

Eu apenas concordei com a cabeça, e ele saiu andando pelo corredor. Olhei para dentro da sala, e vi o grande Fp Jones deitado sobre aquela cama, nunca imaginei que o veria assim novamente, não depois do que aconteceu com a mamãe e Jellybean.

Before The Truth || Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora