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Autora pov:

Alicie, dirigindo pelas estradas escuras, sentia o peso da decisão de deixar para trás não apenas seu pai, mas também Rose e Rebeca. Ao chegar em casa, ela procurou pelas bebidas e entorpecentes que costumavam ser seu refúgio nas horas difíceis. Mas desta vez, algo era diferente; a tristeza não era apenas por sua relação conturbada com o pai, mas também por ter se afastado daquelas que considerava sua segunda família.

Enquanto os efeitos dos entorpecentes começavam a se fazer sentir, Alicie lutava contra a tristeza e a frustração. Em sua mente, ecoavam as palavras ríspidas de seu pai, as comparações infelizes com o passado, e a sensação de ter deixado para trás uma oportunidade de ajudar a encontrar Bill.

No entanto, a determinação que sempre a impulsionara começou a emergir. Mesmo sem o apoio de seu pai, ela sabia que precisava agir. Decidida a não desistir facilmente, Alicie jogou as substâncias tóxicas de lado, optando por enfrentar seus desafios de maneira consciente.

Movida por uma coragem recém-descoberta, Alicie começou a sua busca por Bill. Deixou para trás o conforto da casa e mergulhou na noite escura, onde cada sombra parecia esconder segredos. Sozinha, ela percorreu as ruas da cidade, perguntou a quem encontrou, e seguiu qualquer pista que pudesse levá-la ao paradeiro de Bill.

Enquanto o medo tentava se insinuar, a determinação de Alicie falava mais alto. Ela estava disposta a enfrentar qualquer desafio para salvar seu amigo, mesmo que isso significasse encarar o perigo sozinha. Nos olhos de Alicie, brilhava uma chama resiliente, pronta para desafiar as adversidades que cruzassem seu caminho.

Na escuridão da noite, Alicie enfrentava as sombras tanto internas quanto externas. Cada passo era uma declaração de independência, uma afirmação de que ela poderia ser a arquiteta do próprio destino. O vento frio da noite acariciava seu rosto, como se a encorajasse a continuar.

Alicie percorreu becos e vielas, cada esquina carregando a promessa de uma possível pista. Enquanto isso, o pensamento de seu pai pesava em sua mente, uma ferida emocional que ela tentava ignorar. A rejeição do homem que deveria ser seu porto seguro doía profundamente, mas o propósito de salvar Bill era mais forte.

A cidade noturna se transformava em um labirinto de desafios, mas Alicie persistia. Seus olhos estavam atentos, buscando sinais do paradeiro de Bill, enquanto o coração pulsava com uma mistura de determinação e apreensão.

[...]

Em um momento de silêncio tenso, ela ouviu um sussurro distante que capturou sua atenção. Guiada por um instinto aguçado, ela seguiu o som até chegar a uma área afastada, onde a penumbra escondia segredos sombrios.

Ao contornar um velho galpão, Alicie percebeu uma movimentação suspeita. Seus sentidos estavam alertas, e sua respiração se tornou mais rápida à medida que se aproximava do local. O medo tentava se insinuar novamente, mas ela o suprimia com a lembrança do rosto de Bill e o propósito de resgatá-lo.

Ao espiar pelas frestas, Alicie testemunhou uma cena que fez seu coração acelerar. Bill estava lá, visivelmente enfraquecido, mas ainda vivo. Seu espírito inquebrantável mantinha um brilho de esperança em seus olhos.

Alicie sabia que não podia enfrentar aquilo sozinha. Com a determinação renovada, ela recuou silenciosamente, planejando sua estratégia. A noite, que antes parecia hostil, agora se tornava o cenário de sua resiliência e coragem diante das adversidades.

Alicie, escondida nas sombras do galpão, decidiu enviar uma mensagem rápida para Rose, informando sobre o paradeiro de Bill e sua decisão de agir sozinha.

"Encontrei Bill. Vou resgatá-lo sozinha. Se algo der errado, diga ao meu pai que o amo. Obrigada por tudo, Rose. Amo você. Faremos uma comemoração juntas quando isso acabar."

A mensagem foi enviada, e, quase imediatamente, o celular de Alicie vibrou com a resposta ansiosa de Rose.

"Alicie, pelo amor de Deus, não faça isso sozinha! Envie sua localização agora. Precisamos de um plano!."

Alicie, teimosa como sempre, leu a mensagem de Rose, mas sua determinação não vacilou. Ela preferia enfrentar o desafio sozinha. Digitou rapidamente sua resposta.

"Não, Rose. Eu consigo. Confie em mim. Obrigada por tudo. Amo você."

Antes que Rose pudesse argumentar ou pedir mais uma vez para Alicie reconsiderar, a linha foi abruptamente encerrada. Alicie desligou o celular, focada em sua missão. O desejo de provar a si mesma e aos outros que era capaz de enfrentar os desafios por conta própria a impulsionava.

Enquanto avançava nas sombras em direção ao galpão, o coração de Alicie pulsava com uma mistura de coragem e determinação. A noite se desenrolava diante dela, e ela estava determinada a enfrentar qualquer desafio para resgatar seu amigo, mesmo que isso significasse desafiar os conselhos preocupados de quem a amava.

[...]

Alicie, determinada, avançava silenciosamente em direção ao galpão. As sombras tornavam-se suas aliadas, ocultando seus movimentos enquanto ela se aproximava sorrateiramente. Observou os guardas, notando que estavam distraídos, talvez subestimando a ameaça que ela representava.

Com precisão, Alicie encontrou uma brecha nas defesas dos guardas e conseguiu adentrar o galpão sem ser detectada. Seu coração pulsava forte, mas a determinação a guiava. Ao adentrar o local, ela se deparou com uma cena angustiante.

Bill, por suas mãos amarradas, exibia sinais visíveis de violência. Seu rosto estava ensanguentado, e cortes marcavam seu peitoral. Alicie sentiu uma onda de raiva e tristeza, mas focou em sua missão.

Ajoelhando-se ao lado de Bill, que estava ainda desacordado, ela começou a sussurrar palavras de consolo.

— Bill, sou eu, Alicie. Estou aqui para te tirar dessa. Vai ficar tudo bem. Aguenta firme, por favor.

Alicie trabalhou rapidamente para desamarrar as mãos de Bill, mantendo a voz baixa para evitar alertar os guardas. Quando finalmente as cordas cederam, Bill caiu nos braços de Alicie, ainda semi-inconsciente.

— Sshh, Bill. Estou aqui para te levar para casa. Vamos sair daqui, e você vai ficar bem. Confie em mim. — Sussurrava Alicie, enquanto tentava ajudá-lo a se levantar.

Com cautela, os dois conseguiram escapar do galpão, evitando os olhares dos guardas distraídos. A noite escura tornava-se sua aliada mais uma vez. Juntos, eles se afastaram do local de tormento, com Alicie sussurrando palavras de conforto e encorajamento a cada passo.

No silêncio da noite, a promessa de Alicie ecoava: ela estava determinada a trazer Bill de volta à segurança e, apesar das adversidades, garantir que tudo ficasse bem novamente.

Alicie e Bill, tentando se mover furtivamente pelo terreno, foram surpreendidos pelo som de passos rápidos. O coração de Alicie acelerou quando as luzes dos lanternas dos capangas de Lodge os revelaram. Estavam encurralados.

— Olha só quem encontramos aqui. — disse um dos capangas, com um sorriso sarcástico.

Alicie apertou a mão de Bill, olhando ao redor em busca de uma rota de fuga, mas estava claro que a captura era inevitável. Lodge, emergindo das sombras, observou-os com frieza.

— Parece que sua pequena escapada chegou ao fim, queridinha. — disse Lodge, com um tom de desdém.

Os capangas agiram rápido, cercando Alicie e Bill, privando-os da liberdade que haviam momentaneamente recuperado. O galpão, que parecia ser um refúgio temporário, tornou-se sua prisão mais uma vez.

Alicie, olhando para Bill, sussurrou:
— Eu vou dar um jeito nisso, Bill. Não se preocupe. — Mas mesmo suas palavras carregavam uma incerteza diante da ameaça iminente.

Eles foram conduzidos de volta ao galpão, onde as cordas que antes Alicie desfez agora eram usadas para amarrá-los. Enquanto Lodge observava triunfante, Alicie manteve a determinação nos olhos, prometendo a si mesma que ainda encontraria uma maneira de libertar Bill e derrotar Lodge, custasse o que custasse.

CONTINUA

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