{...}Acabei dormindo o resto daquela tarde, as imagens da minha irmã ainda me perturbavam quando Lalisa não estava por perto, me sentei na cama e vi que Lalisa não estava ali.
A porta do quarto se abriu mas não havia ninguém, escutei algumas batidas na janela, mas não me aproximei, a cortina estava fechada então não consegui ver quem estava ali.
Me levantei da cama e olhei se tinha alguém no corredor mas não havia ninguém e estava tudo escuro, desci as escadas e não tinha ninguém em casa, achei estranho, fui até o jardim mas lá também não tinha ninguém.
Subi para o quarto e fechei a porta, as batidas na janela continuaram, meus batimentos começaram a acelerar, algo iria acontecer, gritei quando a janela se quebrou.
Começaram a atirar dentro do quarto, eu gritava para pararem com aquilo, meus ouvidos doíam, rolei para fora da cama e saí correndo do quarto.
Todas as janelas se quebraram no segundo andar e eu podia escutar atirarem diversas vezes, desci as escadas chorando e corri até a porta da sala, eu precisava saber onde Lalisa estava, eu precisava dela.
Abri a porta da sala e vi aquelas três pessoas reunidas novamente e minha irmã estava ali no meio, bati em minha cabeça tentando acordar daquele pesadelo.
Ela caiu novamente na grama e disse meu nome, neguei com a cabeça chorando, aquilo não era real.
-Jennie, me ajuda..
-ISSO NÃO É REAL!! VOCÊ ESTÁ MORTA.
-JENNIE, ME AJUDA!
Minha irmã gritou de volta e tampei os meus ouvidos chorando, entrei para dentro da casa e fechei a porta, me virei e minha irmã estava parada na minha frente.
-Você não me ajudou mais uma vez.. talvez você goste, vamos testar se fosse o contrário.
Tudo ficou escuro e eu estava ajoelhada naquela grama, Lalisa bateu em meu rosto e caí na grama, minha irmã estava parada na porta da casa sorrindo malvada, não pedi sua ajuda.
-Não vai pedir pena?
-Você não teria coragem de fazer isso comigo.. desde o momento em que ela entrou na sua vida, ela sempre fingiu ser eu, você quer matar a mulher que te traiu, não a versão que você sempre amou.
Lalisa ficou em silêncio e se virou atirando em minha irmã, a vi morrer pela segunda vez, meu corpo se assustou, me levantei e impedi Lalisa de atirar novamente.
Mas ela atirou em mim.
{...}
Meu corpo acordou com o barulho do tiro e me sentei na cama, Lalisa abriu a porta do quarto e colocou um copo de água encima do criado mudo, ela se sentou ao meu lado e segurou minha mão.
-Foi apenas um pesadelo.. está tudo bem.
Ela beijou a palma da minha mão e passei para o seu colo, ela me abraçou e mostrou estar ali.
-Eu peço desculpas a você por ter te feito presenciar aquilo tudo, nunca foi sua culpa, foi minha, agi por impulso por atirar em sua irmã, confesso que estava irritada e chateada com ela, mas não sabia o quanto isso causaria em você..
Ela levou as mãos até meu cabelo penteando meus fios desalinhados.
-Não posso trazê-la de volta, mas posso te dar a sua liberdade de volta, você me mostrou confiança, empatia e nunca me culpou pelo o que eu fiz, é o mínimo que posso fazer por você.
-Eu não quero ir embora.
-Não quer?
Neguei com a cabeça a olhando.
-Eu me sinto bem com você, jamais me senti assim, não posso dizer que o que você fez foi certo, mas jamais te culparia pelos erros e mentiras da minha irmã, não é a mim que você deve pedir desculpas. Eu cheguei a pensar que minha irmã te amava.. mas ela se importava apenas com ela mesmo.
ANOS ATRÁS..
Me tranquei no quarto e gritavam na cozinha, eu podia escutar vidros serem arremessados, minha irmã estava sentada no canto do quarto, ela estava com a cabeça encostada no colo e eu a podia ouvir chorar.
Por mais que eu fosse mais sensível aos gritos eu ainda a ajudei, peguei meus fones de ouvido e liguei uma música calma e coloquei em seu ouvido, ela levantou a cabeça e piscou algumas vezes.
Os barulhos dos vidros aumentaram e começaram a gritar, os passos foram para o corredor e os gritos também.
-VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!
-NÃO POSSO? VOCÊ NÃO MANDA EM MIM.
-SE VOCÊ FOR EMBORA.. EU MATO ELAS.
Mamãe gritou e socou a porta do nosso quarto e me assustei.
-Se você encostar um dedo nas minhas filhas, eu não vou responder por mim.
Papai usou o tom de voz alfa e escutei mamãe gritar, tampei meus ouvidos e naquela altura eu já estava chorando.
-Está me ameaçando?
-Sim.
-VOCÊ ESTÁ AGINDO ASSIM PORQUE VOCÊ PREFERE AQUELA GAROTA DO QUE EU, EU SOU SUA ESPOSA, EU DEVIA SER A SUA PRIORIDADE!
-Ela é minha filha, e eu não vou aceitar que você a trata com indiferença com esse ciúmes idiota, você não tem noção dos danos que você está a causando, você tem noção que o braço dela está roxo por sua culpa?
-ELA MERECEU!
Eu podia ouvir papai respirando fundo, mamãe socou a porta novamente do quarto, minha irmã estava entrando em crise, era minha culpa aquela briga, eu não gostava disso.
Eles continuavam a brigar, eu queria que eles parassem com aquilo, eu não estava aguentando mais aquelas brigas, a janela da sacada estava destravada, se eu me jogasse os problemas e as brigas acabariam.
Andei até a sacada e coloquei um banco para ficar mais alta, minha irmã começou a gritar e os gritos do lado de fora pararam.
-SAI DAÍ, JENNIE.
Escutei tentarem abrirem a porta, minha irmã tentou me tirar dali mas empurrei as mãos dela de mim, ela ainda gritava tentando me segurar, meu pai ficou desesperado no corredor.
-PAI, A JENNIE TÁ NA SACADA!
-JINA ABRE A PORTA!
-SE EU SOLTAR ELA, ELA VAI CAIR.
-MERDA, ISSO É CULPA SUA!
Tirei as mãos da minha irmã de mim e pulei do segundo andar, tudo ficou silencioso, minha cabeça doía e depois disso eu perdi a consciência.
{...}
Continua..
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X - Jenlisa ABO.
RomanceX é uma fanfic levando o intuito é mostrar pra vocês que vampiros não são apenas mortos vivos. Por isso não tem um nome definitivo, não eu não estou louca, "X" trás um aprendizado ao decorrer do enredo. Jennie é uma jovem que se vê em problemas que...