· Nine.

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A Fuga

· Meredith ·

Meu tio não brigou comigo, apenas disse que estava de castigo, que teria de ficar até a manhã de manhã, se tiver sorte, pois ele poderia mudar de ideia e me deixar lá por mais tempo.
O sol nem tinha se posto ainda, estava olhando para o lado de fora da janela, tinha a vista perfeita do quintal de casa, da casa a direita e o da casa dos Pevensie, a esquerda, Susana e Lúcia tinham voltado da casade Nancy, agora estavam limpando as folhas que cairam junto a Pedro, já que era outono, todos os lugares estavam cheios de folhas vermelas, laranja ou amarelo no chão.
Olhei para o céu, aviões com a bandeira da Inglaterra sobrevoam a cidade, como se procurassem os alemães por aí, quando esta burrice iria terminar? Como alguém que não consegue ter um bigode inteiro dominou quase todo o mundo?

Se Aslam estivesse aqui, resolveria da mesma forma que fez com Jadis e já estaria tudo bem.

As horas vinham passando tão lentamente que parecia que estava dias aqui trancada, Andy trouxe uma sopa e pão do jantar para mim, perguntei como Amy estava, ele tinha dito que estava na mesma situação que eu, ótimo.
Era tarde da noite, meu relógio de pulso marcava 22:30, não tinha sono, olhei a janela novamente, havia alguém sentado no balanço da casa dos Pevensie, Ed, a altura da janela para o chão nem parecia tanta, já havia descido por barrancos maiores em Nárnia, busquei uma bolsa "tira-colo" pus uma lanterna lá, peguei meu casaco e abri a janela.

– Seja o que Aslam quiser a partir daqui. — murmurei.

Havia um telhado onde poderia me apoiar, era o da varanda de trás, estava passando meu peso de um pé para o outro com todo o cuidado para não cair ou quebrar alguma telha, peguei a lanterna para tentar enxergar, Edmundo acabou me vendo e foi para perto da cerca.

– Meredith Amare-kirke! Está ficando maluca ou quer morrer?! — deu um sussuro alto.

– Cale a boca e me ajude. — respondi em voz baixa.

Ele pulou a cerca e buscou por um latão de lixo com tampa.

– Não me diga que quer que eu pule nisso Edmundo Jorge Pevensie!

– Quem resolveu dar uma de fugitiva do presídio foi você Meri. — falou irônico cruzando os braços. – e não me chame por Jorge, só mamãe pode me chamar assim quando está brava.

– Eu estou brava com você no momento.

– Pelo amor de Aslam, só desça logo!

Revirei os olhos e me segurei nas quinas do telhado para tentar aterrissar no latão sem cair.

– Cuidado, pode cair daí e quebrar um braço. — avisou

Ora! Não me diga. — falei o olhando com feição de tédio.

Ele pediu que me apressasse assim fiz, pulamos a cerca até a casa de Ed e sentamos ao lado do abrigo para bombardeios que ficava aos fundos.

– Agora é só fazer o caminho inverso. — disse. – mas você ainda não me respondeu, o que tinha na cabeça para fazer isso?

– Fui obrigada a ficar presa naquele quarto até amanhã de manhã, não resisti a tentação de sair.

– E morrer numa queda?

– Sabe que já passei por coisa pior. — impliquei. – lembra quando fomos lutar contra Príncipe Rabadash para libertar Susana? Eu quase morri por causa dos Príncipes Corin e Cor!

Ed riu baixo.

– O Príncipe Cor não sabia nem usar uma espada direito. — ele falou entre risos.

The Silver Age [02]Onde histórias criam vida. Descubra agora