· Ten

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O Sonho

· Amélie ·

Eu não consegui distinguir onde estava, parecia um palácio antigo, mas não parecia estar em ruínas, estava em perfeito estado, um menino que aparentava ter minha idade e um senhor pequeno e barba branca estavam conversando, falavam coisas como "nos antigos tempos, Nárnia era governada por dois reis, duas rainhas e uma princesa, o Magnífico, o Justo, a Destemida, a Gentil e a Inabalável."

– Onde é, ou melhor o que é Nárnia? — sussurrei tentando me aproximar dos dois.

Mas era como se não me vissem ou ouvissem, como se eu não estivesse lá, toquei o ombro do garotinho, que se virou bruscamente.

– O que houve meu príncipe? — perguntou o senhor.

– Não sei Dr Cornelius, uma coisa estranha... senti como se alguém tivesse tocado meu ombro. — murmurou franzindo o cenho.

– Não deve ter sido nada, só fruto de sua imaginação. — deduziu.

Franzi o cenho e fui até o parapeito da torre, era tão alto, estávamos num castelo encima de uma montanha, senti minha cabeça girar, onde eu estava de fato?
Voltei para perto dos dois que ainda falavam sobre histórias antigas e lendas, ouvi um rugido, mas aparentemente os outros não ouviram.

– Amy! Amy! — nunca tinha ouvido a voz que me chamava, me causava um medo mas ao mesmo tempo uma tranquilidade.

Um clarão tomou conta de minha visão, acordei.
Bem, eu estava sentada na minha cama, estava completamente escuro e eu estava de pijamas, então, devo ter dormido e sonhado com tudo, mas, era tão real.
Era real demais para ser só um sonho, olhei para o despertador, ainda era cedo demais para levantar, olhei a porta. Talvez ainda esteja trancada, mas, o que custa tentar?

– Que diable!¹ está trancada. — falei fazendo força.

[¹ Que droga!]

– E se eu estivesse apertada? Ou doente? Morreria aqui sozinha?! — me joguei na cama com a cara fechada.

· Meredith ·

Acordei com batidas na porta, as cortinas estavam fechadas mas havia uma leve claridade, fui até perto da porta.

– Rosie! Abre aí! — meu primo forçou a porta.

– Está trancada Andy. — grunhi.

– Encore?!² — disse indignado.

[ ² Ainda?!]

– Oui, seu pai não pega leve. — falei dando de ombros.

Ele bateu mais ainda na porta e moveu a maçaneta.

– Você não viu nada.

– Você vai quebrar isso a qualquer momento, gênio. — disse começando a me irritar. – onde está Tio Vincent?

– Viajou a trabalho, lembra? Volta só semana que vem, mas, se tivermos sorte, só mês que vem.

Olhei para o teto uni as mãos e murmurei "por favor Aslam, por favor a segunda opção"
Por fim ele desistiu, o que deveria ter feito a muitíssimo tempo e buscou a chave para destrancar a porta.

– Tem visita, acho melhor trocar de roupa. — ele falou apontando para a camisola.

– Não me diga. — semi cerrei os olhos, um brilho de curiosidade brotou em meus olhos. – quem é?

– Nossa sogra. — falou prático tirando o pó da roupa, cujo nem existia.

– O que? — perguntei confusa.

– Um dia eu vou me casar com Lúcia, então ela será minha sogra, você e Edmundo é evidente. — disse dando de ombros e se foi.

Vesti uma blusa branca de manga longa por baixo de um vestido vermelho e desci, Dona Helena estava conversando com minha tia, aparentemente Tia Lou estava tentando ignorar o dia de ontem.

– Bom dia...

– Bom dia minha querida, Meredith. — Dona Helena falou em um sorriso. – está melhor?

Assenti afirmando, minha tia pediu que eu me sentasse na poltrona ao lado do sofá onde estavam, obedeci.

– Helena queria perguntar se quer fazer um passeio com ela e as crianças. — minha tia fingia gostar da ideia. – e, eu falei que podia ir, contanto que quisesse.

Olhei para Dona Helena e logo em seguida para minha Tia, que discretamente fez um sinal de "não" com os dedos.
Assenti concordando com o pedido.

– Eu quero, Sra Pevensie. — disse baixinho. – posso mesmo?

– Claro meu amor. — ela disse se levantando. – Louise, irei levá-la primeiro numa padaria com os meninos, voltamos no fim da tarde.

Ela ergueu a mão direita para que eu segurasse, minha Tia nos acompanhou até a porta, irritadiça, murmurou um:
"Se comporte, mocinha. Não me envergonhe." ao passar ao meu lado.
Assim que saímos pela porta abracei a mulher, que retribuiu de primeira.

– Queria poder tirar seus primos de lá também. — disse enquanto se afastava. – mas, não pude.

– Bem queria ter esse poder também. — falei. – a senhora é um anjo, tenho certeza. — sorri para ela.

Os quatro irmãos estavam sentados na escada a frente a porta de sua casa, ao me verem todos se levantaram num pulo.

– Seu tio lhe bateu? — perguntou Susana.

– Você levou bronca? — em seguida Lúcia.

– Graças a Deus não ficou de castigo. — Pedro falou num sorriso.

– Dormiu bem? — Edmundo perguntou também.

Dona Helena revirou os olhos e sorriu.

– Um de cada vez. — ela pediu.

– Tudo bem, não me bateram, não levei bronca, sim fiquei de castigo, mas agora estou "liberada" — respondi entre sorrisos. – e, sim Ed, dormi bem.

Aquele com certeza foi um dos dias mais felizes que tive fora de Nárnia, apesar de tudo.

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• Notas da Autora •

NÃO ME MATEM!!!

Gente, eu só percebi o tanto de tempo que eu sumi agorinha... JURO EU ACHAVA QUE TINHA SIDO MENOS TEMPO.

Enfim... Depois eu posso contar o motivo, mas por agora fiquem com o capítulo...

Eu disse que Dona Helena é ótima! Inspiração: Molly Weasley e My mom. KKKKKKKK

Amo vcs, bjs da Mariah♡
Cliquem na estrelinha plis☆

The Silver Age [02]Onde histórias criam vida. Descubra agora