— A Caminho da Escola —
· Meredith ·
– Vamos Rosie! — Andy me chamou do outro lado da porta.
– Já vou! Só faltam os sapatos! — respondi.
Ele grunhiu.
– Você e Amy demoram tanto! — disse com tédio.
Abri a porta, ele estava debruçado dela portanto caiu no chão, revirei meus olhos e estendi a mão para o ajudar a levantar, Amy abriu sua porta assim que ele ficou de pé, descemos todos juntos, meu tio estava trancado no escritório, minha tia estava nos servindo bolo e chocolates quentes, era o segundo dia de setembro, início do outono, primeiro dia de aulas.
– Vocês vão pegar o trem com os Pevensie, certo? — minha tia nos informou. – Helena e eu conversamos e deduzimos que seria mais seguro se os sete fossem todos juntos.
Todos concordamos e comemos em silêncio, a maioria das refeições eram assim na casa de meus tios, sem graça.
Fomos até a casa ao lado e tocamos a campainha, ouvi a voz de Lúcia gritando um "Já vai! Susana deixe que eu atendo!" e sua irmã respondendo "Nada disso mocinha!"
Por fim a porta foi aberta por Pedro, Amy ficou instantaneamente corada, espero que um dia ela saiba de Flora...– Bom dia pessoal. — ele falou num sorriso.
– Bonjour. — minha prima respondeu.
Pedro ergueu as sombrancelhas.
– Isso eu entendo! — disse rindo.
Eu estiquei o braço e desarrumei os cabelos dele, o loiro abriu espaço para entrarmos.
– Bom dia irmãozão. — o cumprimentei.
– Irmão? — perguntou Andy.
O expliquei que era a nossa "piada" interna, o que foi inútil, já que ele continuou sem entender, os outros irmãos estavam todos sentados na mesa com o rádio ligado, estava sintonizado no canal das notícias sobre a guerra, no momento listando os nomes dos soldados feridos, mortos ou perdidos, fiquei atrás da cadeira onde Edmundo estava, fazendo sinal de silêncio com as mãos, Lúcia e Susana se entre olhavam com cara de quem iria aprontar uma.
– Porque estão come essas caras? — o moreno pergunta para as irmãs.
– Bom dia! — falei pondo as mãos nos ombros dele o assustando.
– Meredith Rosalie Amare-kirke! — gritou fingindo estar bravo.
Eu ria enquanto ele me olhava irritado, Dona Helena saiu da cozinha com um avental, também assustada.
– Desculpe Dona Helena. — disse tímida.
Ela deu um sorriso e veio me abraçar.
– Bom dia Meredith, tudo certo? — perguntou, assenti. – está gostando de Finchley?
Ela se afastou de mim indo cumprimentar meus primos.
– Sim senhora. — disse sorrindo.
– Ouvi muito a seu respeito, Meredith, ótimas coisas. — afirmou com um sorriso de lado. – este aqui, não para de falar de você.
Edmundo se encolheu na cadeira murmurando um "mãe... por favor não..." fiz força para não dar risada, a Senhora Pevensie pediu para que esperassemos na sala e em menos de dez minutos estávamos na frente da casa prontos para ir.
– Ainda é 6:50, temos muito tempo até o horário da aula. — disse Pedro olhando seu relógio de pulso.
Fomos todos até a rua da estação, Edmundo e eu andávamos levemente mais distantes do grupo, ele procurou minha mão enquanto andávamos possivelmente achando que eu não notaria, sorri fraco e entrelacei nossos dedos, o menino me olhou de canto de olho, começamos a ter uma leve crise de risos.
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The Silver Age [02]
FantasyApós os acontecimentos de The Golden Age, Meredith Amare-Kirke; Meri, e os Pevensie acabam voltando ao mundo em que nasceram, os cinco encontram dificuldades em se acostumar novamente com sua antiga casa. Meri vai morar com seus tios, para que poss...