· Fourteen.

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Adagas e uma Fogueira

· Meredith ·

Chamei por Amélie que veio receosa.

– Prima, venha escolher um vestido, essas roupas de Londres não são lá muito boas para usar aqui, são quentes demais. — disse num sorriso.

– Tem certeza que podemos pegar?

Ora, claro. — fiz careta. – isso tudo é meu e dos Pevensie, depois explico, prometo! — dou uma piscadela para ela.

  Amy escolheu um vestido leve branco e azul, nessa altura os garotos já tinham subido deixando apenas nós, garotas na sala dos tesouros.
Só para não perder o costume, usei uma calça marrom terroso com suspensórios e uma blusa num tom de creme, agora sim, eu novamente, de volta aos velhos tempos!

– Meri... — minha prima me olhava assustada.

– Com o tempo se acostuma com ela assim. — Susana riu.

– Pra mim é mais comum ver Meri vestida assim, mais... Mais natural. — Lúcia falou com um brilho nos olhos. – Su, lembra quando ela saiu da tenda assim pela primeira vez? quando chegamos ao acampamento de Aslam.

– É óbvio.

Dei um sorrisinho.

– Vocês deveriam usar! muito melhor de se mexer do que esses vestidos longos. — afirmei. – se bem que os vestidos de Nárnia são belíssimos... — resmunguei sorridente.

Fomos cada uma buscar suas armas, mas Amy ficou apenas olhando de longe, parecia "perdida" sem saber o que fazer.

– Amy! — Lúcia chamou. – pegue, é para você.

– O que eu vou fazer com um canivete? — perguntou pondo as mãos na cintura. – irmão errado Lu! Andy que tem jeito com essas coisas.

– Vai precisar aqui em Nárnia. — eu disse.

O canivete em questão era pequeno e sua capa de proteção era de bronze em forma de borboleta, havia só uma função: a lâmina; uma pequena faquinha afiada.
Em seguida achei num baú uma adaga, no punho uma desenho de colméia e ao começo da lâmina uma abelha entalhada, já a bainha era apenas couro comum costurado a um cinto, lembrei imediatamente de Amy e a entreguei, desta vez não disse nada, apenas afivelou seu cinto ao corpo.
Peguei minha espada a tirando da bainha e admirando-a, que saudade da minha espada, a luneta estava igualzinha a como me lembrava.
Nunca soube o que o Pai Natal quis dizer com "com ela enxerga mais do que se pensa" afinal, em todos estes anos era apenas numa luneta comum e normal, sem nenhuma função por trás.
Lúcia estava me balançando pelo braço quando tomei conta de mim, estava sonhando acordada praticamente, só restavamos nós duas lá embaixo.

– Vamos, Meri! estão todos lá encima!

· Edmundo ·

Vi Lúcia e Meri saindo da sala dos tesouros, não conti o sorriso, ela estava com sua espada embanhada, um sorriso imenso no rosto, a luz no olhar de quando reinavamos.
Eu, Andy e Pedro tinhamos acendido a fogueira, o céu começava a dar indícios de escurecer e o ar mais gelado, começamos a cortar as maçãs e pôr num espeto, Andrew disse que não deveria ter um gosto tão diferente quanto maçãs caramelizadas, mas era mentira! O pirralho estava errado.
Nunca, em hipótese alguma, me prometa! prometa que nunca ira se torturar a comer maçãs assadas sem nenhum complemento, elas ficam murchas, sem gosto e quentes demais para serem comidas.
Tivemos de nos contendar com maçãs cruas e biscoitos da bolsa de Meri.

– Hm, vocês ainda não nos contaram como conhecem este lugar. — Andrew bateu novamente na tecla, de novo.

– Bem, eu começo. — Meredith endireitou-se. – vamos do início; meus avós quando crianças acabaram entrando numa bagunça de viagens entre diversos mundos, num deles acabaram libertando uma bruxa terrível, Jadis. — senti um arrepio, esta mulher ainda faz parte dos meus piores pesadelos. Meri continuou a falar – e logo após chegaram aqui, em Nárnia, enfim, cortando pra quando conseguimos vir até aqui, na casa de vovô tem um guarda roupa que a madeira é descendente da árvore de proteção de Nárnia, nisso entramos lá dentro.

The Silver Age [02]Onde histórias criam vida. Descubra agora