· One.

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Londres

· Meredith ·

Faltava apenas um dia para que os Pevensie voltassem para Finchley, vovô me disse que minha Tia Louise, irmã de meu pai, tinha trocado cartas com ele, meu avô acha que já está na hora de eu viver com em um lugar mais movimentado, com mais pessoas da minha "idade", para falar sério ainda era estranho para nós dois a questão cronológica.
Não falei nada aos Pevensie, parte de mim não queria ir para lá, pensava sempre em como meu avô iria ficar, aquela casa era parte de mim, e se o portal do guarda-roupa abrisse novamente?
Fora que Tia Lou e o marido não eram lá as pessoas mais agradáveis, Tio Vincent, marido da minha tia, era um engenheiro naval francês, muitíssimo rígido e Tia Louise não saía muito deste rótulo, Amélie era a única que gostava, pelo menos da última vez que a vi, a dois anos pouco tempo antes dela ir estudar num colégio interno só para meninas, Andy era muito pequeno quando o vi pela última vez, então não posso falar muito sobre ele.
Já era noite pouco depois do jantar, eu e  Dona Martha estavamos organizando minha mala, ela me instruía sobre como me comportar lá, dizia coisas como:

" Seja educada ", " não aborreça Vincent, ele é um homem horrível ", " deixe seu quarto arrumado, assim não vão brigar com você "

– Vou sentir tanto a falta da minha garotinha... — parecia que Dona Martha iria chorar.

A abracei.

– Eu vou ficar bem, volto no natal e nas férias de verão, não se preocupe irei escrever sempre que puder. — tentei a consolar.

– A casa não será a mesma sem você Meri. — a senhora deu um sorriso fraco.

– Também não queria ir, mas, acho que depois que meu tio soube, não deu a chance de vovô me perguntar algo.

A mulher revirou os olhos e bufou.

– Com certeza não! — falou um pouco mais alto. – aquele homem é um ditador.

Eu ri, também sentiria muito a falta dela, na verdade de tudo, da casa, do bosque, de vovô, dos outros empregados, do guarda-roupa de Nárnia, as vezes ainda ficava lá entre os casacos como se fosse adiantar de alguma coisa.
Agora, estava deitada em minha cama desenhado, ou melhor tentando desenhar o castelo de Cair Paravel, sempre que tinha a chance de desenhar algo ou falar algo sobre Nárnia, eu fazia, ouvi batidas na porta, disse que seja lá quem estava lá poderia entrar, os quatro Pevensie surgiram liderados por Susana que se sentou ao meu lado.

– Está muitíssimo distante desde hoje cedo Meri. — começou.

– É estranho, você nunca foi disso. — Pedro a complementou.

Pedro ainda tinha seus momentos de tristeza e saudade, mas nos últimos dias estava melhor, ou parecia estar levemente mais alegre, mas todos sabíamos que era só aparência.

– Acho que já é hora de falar... — resmunguei enquanto arrumava a postura. – não vou mais morar com vovô.

Edmundo arregalou os olhos.

– Porque?! — perguntou com um toque de preocupação.

– Vou morar com meus tios, em Londres.

– Aqueles que me disse que moravam em Finchley? — ele deu um pequeno sorriso.

Assenti também dando um sorriso fraco.

– Poderemos nos ver sempre! — Lúcia falou sentando ao meu lado.

– Princesinha, tem um parque próximo de casa, acho que vai gostar, tem um moço que vende sorvete e pipoca. — ele contou animado.

– E uma loja de quadrinhos do lado desse parque. — Pedro deu um sorriso.

The Silver Age [02]Onde histórias criam vida. Descubra agora