Capítulo 05 - Dinheiro

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Luan.

Estou finalmente largando meu turno, finalmente indo para casa e ao contrário do que podem pensar, sim, vampiros só tem aquelas diferenças que eu disse no começo entre nós e humanos, o que eu quero dizer é que ao contrário das lendas que escutam por aí, nos domingos e ficamos exaustos, nós também nos alimentamos, é só a comida que muda.– Meu pensamento me faz dar um sorriso sarcástico.
Paro em frente ao meu carro e abro a porta do passageiro para colocar a minha maleta quando escuto um latinha de refrigerante ser chutada com força, ela para no meu pé e eu estranho, estava sozinho no estacionamento do hospital e era madrugada ainda, eu diria umas 5 da manhã?
Mas assim que fecho a porta do meu quarto, meu olfato não me engana, sinto o cheiro forte se aproximando rápido e então me viro, ainda tudo vazio, há não ser pelos carros ali.
– Eu sei que é você James, sai logo daí.– Afirmo, então escuto seus passos saindo de trás de uma picape laranja que parecia bem antiga.
– Você ainda é bom no olfato.– Ele afirma, sinceramente? James não mudou em nada, o cabelo dele era escuro, cheio de dreads e chegava a cintura, amarrado em um rabo de cavalo baixo, os olhos eram castanhos e a pele bronzeada.
– O que você quer? – Pergunto sério, odiava ter ele por perto, chamava muita atenção e também o pensamento de um outro vampiro próximo a Diana...queima o sangue nas minhas veias.
– Não é assim que se recebe um irmão.– Afirma.
– Não somos irmãos, você apenas deu sorte de ser adotado pela minha família quando nasceu, podemos ter a mesma idade mas não temos o mesmo sangue e muito menos laços familiares.– O lembro.
– Porque não gosta de mim Luan? Você nem tenta esconder.– Indaga.
– Sempre que você aparece, das duas uma, ou é porque se meteu em alguma encrenca e que se esconder ou que eu livre a sua cara ou o seu dinheiro acabou.– Argumento.
Eu havia mandado ele para outro país ano passado, mas aparentemente ele deu um jeito de voltar.
Eu odiava o nariz empinado dele e como ele era arrogante, quando éramos pequenos ele me batia para tirar alguma coisa valiosa que eu tinha, a diferença é que agora ele não pode mais fazer isso, eu acabaria com ele.
– Se o pai tivesse me deixado algo..– Diz.
– Porque ele faria isso? Você não é filho dele e se ele fizesse eu entraria com um advogado na hora.– Afirmo.– Agora desembucha.– Digo.
– A segunda opção, meu dinheiro acabou.– Dá de ombros.
– Já pensou em trabalhar? Vive tem um diploma de Arquitetura.– O lembro.
– Eu sou rico, porque iria trabalhar? – Indaga.
– Não, quem é rico sou eu.– Afirmo, o corrigindo.
– Como queira, – Ergue as mãos se rendendo.– Vai me arrumar uma grana ou não? – Indaga.
– Transfiro pra sua conta mais tarde.– Concluo, pronto para ir embora, dói a volta no meu carro e vejo aquele idiota caminhar para o banco do passageiro.
– O que pensa que está fazendo? – Questiono, nem me dou ao trabalho de destrancar a porta.
– Vou com você pra casa, estou sem dinheiro, não dá pra pagar um hotel.– Afirma.
– Isso não é problema meu e você não vai pra "minha" casa comigo, procura alguma pensão.– Sou ríspido.
– Qual é, Luan, aquela casa tem vários quartos, deixa de ser chato! – Diz.
– Procura uma pensão, vou te enviar o dinheiro mas é a última vez, acha um emprego porque eu não vou te sustentar pelo resta da vida.– Concluo, ele bufa mas não me enfrenta, entro no meu carro e enquanto dirijo para longe dali vejo ele puxar uma mulher para um beco, ia sugar ela e eu não podia fazer nada, era o que os vampiros faziam, os vampiros que não tinham "alma."
Paro no farol e dali mesmo transfiro cem mil reais para a conta dele, James era um vampiro não só sugador de sangue mas de dinheiro também, imagine a revolta dele quando descobriu que era mais fraco que eu, os olhos dele ficam pretos quando se alimenta, só quem tem olhos vermelhos é quem vem de uma família forte e de vampiros que foram líderes no passado, ele não tinha isso, aliás quero ele longe do hospital e longe da minha casa, afinal, logo Diana estará lá, acho que vou dar alta para ela amanhã ou depois, lembrando disso, decido levar ela pra jantar lá em casa de uma vez mas os planos mudaram, no começo era para beber o sangue dela, mas agora era um jantar normal, quer dizer, não entendo porque ela insiste tanto em jantar comigo mas...

Diana.

Ele não estava mais no hospital e me senti um pouco vulnerável sem a presença dele aqui.
– Ainda acordada? – A enfermeira que passa olhando os quartos Indaga.
– Não consigo dormir.– Confesso.
– Está com dor? – Pergunta.
– Um pouco, na cabeça.– Admito.
– Vou te dar a medicação que o doutor deixou caso isso acontecesse mas já aviso que vai sentir muito sono com ela.– Diz e eu concordo, tudo que eu queria era dormir mesmo e sonhar com o Luan, o problema é que meu sonho se transformou num pesadelo.
"Estou andando em um parque, mas não há crianças, não há brinquedos funcionando e nem peixes no lago, há apenas eu e..estou sendo seguida?
Quando me viro, há vários deles, vários vampiros com olhos vermelhos e sangue nas roupas, eles sorriem para mim.
– Golden Blood.– Um deles afirma.
Eles iam me atacar, eles iam me matar.
– Não vão tocar nela.– Luan, de repente aparece e me puxa para trás dele.
– Acha que sozinho vai nos impedir "traidor de espécie".– Outro vampiro Indaga.
– Vou tentar, custe o que custar.– Luan afirma.
– Desde quando brincamos com a comida? Vamos logo! – Outro afirma e todos de uma vez vêm para cima do Luan, ele me manda correr mas não posso deixar ele para trás.
– LUAN! – grito alto, mas o deixam desacordado no chão, ele estava todo ensanguentado.
– Me deixem salvar ele, deixe que ele se alimente de mim e depois eu vou com vocês sem lutar, sem tentar fugir, sem gritar.– Peço.
Mas eles não deixam, me amarram e enquanto sou arrastada para longe, tudo que eu vejo é o meu salvador, inconsciente no chão daquele parque, estava morto?
– LUAN! LUAN! – grito, acordo de repente na cama do hospital, já era dia e eu estava suada e nervosa.
– O que aconteceu? Calma! – A enfermeira pede.
– O doutor Luan? Cadê ele? Eu quero falar com ele! Chama ele! – Digo, me embaralhando nas próprias palavras, até gaguejando.
– Ele está de folga hoje mas..– Antes que ela termine eu a corto.
– Chama ele, por favor! Trás ele! – Começo a chorar copiosamente.

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