Capítulo 27 - Conversa pessoal.

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Luan.

– Demorei a entender que a morte da sua mãe não foi culpa sua, te rejeitei muito por isso mas a verdade é que ninguém estava pronto, eu não sabia de nada e nem ela, é diferente da Diana agora, agora temos mais informações, o final da Diana vai ser outro, diferente do final de Karoline.– Afirma, caminhando até mim, ele estica a toalha e eu sigo o encarando.– Vamos filho, vamos trazer meu neto para esse mundo e salvar a sua mulher.– Ele sorri, foi a primeira vez que se referiu a Diana como "minha" mulher e não dele, será que havia aceitado?
(...)
Me coloco entre as pernas de Diana, estico as mãos e as deposito perto de suas coxas, pronto para pegar nosso bebê, tenho uma toalha na mãos, para tirar o sangue que viria nele...em seu corpo.
– Estou pronto meu filho, basta que venha, faça força você e venha.– Sussurro, então vejo a bolsa ser estourada e vazar sobre a cama, depois, apoio as pernas de Diana em almofadas dando espaço para que ele saia, Viktor está ao meu lado, esperando quieto o momento em que eu precisasse dele, mas isso não acontece, primeiro a cabeça, depois os ombros e o resto do corpinho, assim a criança saiu perfeitamente bem e não chorando mas sorrindo.
– Uma menina, sou pai de uma menininha linda.– Sussurro, segurando ela no colo.
– Eu seguro ela, antes de comemorar, pare o sangramento de Diana, foi assim com a sua mãe.– Viktor diz aquelas palavras com certa dor na voz.

Diana.

Entrego minha pequena a ele, com medo, medo que ele saísse correndo porta á fora com ela, que ele tentasse algo mas eu precisava ajudar Diana e mais que isso, eu mataria Viktor se ele fizesse qualquer coisa, sendo o meu pai ou não, eu tenho tanta força quanto ele agora.
Pego as toalhas secas e me coloco entre as pernas de Diana, tentando parar a hemorragia.
Dor. Uma dor extremamente forte, que me consumia e me deixava totalmente imóvel, eu nem mesmo conseguia abrir os olhos mesmo ouvindo tudo em volta porque me sentia cansada, mas cansada do quê? O que estava acontecendo.
– Pronto, consegui.– Ouço Luan dizer e sinto alguém tocar em mim, era ele?
– Tem certeza? Sua mãe...– Viktor Sussurra.
– Minha mãe não teve um médico que prestasse, confia em mim, sei tanto tirar sangue quanto pará-lo quando necessário.– Luan afirma.
– Então ela vai ficar bem? – Viktor questiona.
– Elas vão, mas preciso que mande alguém buscar analgésicos e rápido, Diana vai sentir muita dor ao acordar e mande que tragam antibiótico e anti-inflamatório também, vou prescrever.– Meu Luan diz, mas espera, "Elas" vão ficar bem, foi o que ele disse?
Eu me obrigo a abrir os olhos com toda força que me resta, tudo parecia tremer ou era eu que ainda estava zonza mas tinha que entender o que estava acontecendo.
– Luan.– Chamo.
– Diana! – Ele diz de volta pegando a minha mão.– Como se sente? – Questiona.
– Como se tivesse sido atropelada.– Afirmo.
– É melhor ficar deitada um pouco e tentar descansar, você passou por muita coisa, vou te dar medicação e água.– Ele diz.
– O que houve comigo? Num segundo eu estava sentindo a dor só parto e agora sinto como se tivesse sido atropelada.– Sussurro.
– Você perdeu muita coisa.– Luan diz, acariciando meus cabelos.– Traga ela aqui para conhecer a mãe dela.– Luan diz a Viktor que se aproxima com um pequeno pacotinho nos braços, estava enrolada em toalhas brancas.
– O quê? Ela é? – Indago.
– Nossa filha.– Luan diz
– Como isso é possível? – Questiono.
Luan pega a bebê no colo e aproxima ela de mim, os olhos eram meus mas a boca fina e rosada, as bochechas cheinhas e o cabelo castanho eram dele.

– Eu vou te explicar enquanto te ajudo a amamentar nossa filha e Viktor manda alguém buscar os remédios, certo, Viktor? – Luan o encara e ele faz que sim pegando a receita da cômoda e saindo do quarto.
– Quando foi que ele ficou tão obediente? – Indago.
– Depois de ver que quase a mesma cena do passado se repetia no presente.– Luan afirma.
Ele pesquisa na internet como amamentar pela primeira vez e depois que eu consigo é que acabo percebendo.
– Não tem leite.– Constato e vejo ele revirar os olhos.
– É claro que não, tenho que parar de pensar nela como uma bebê humana.– Afirma, então se levanta e vai até um freezer pequeno fundo do quarto, tira uma bolsa de sangue de lá e depois me entrega.
– Tenho que dar isso a ela? – Pergunto e ele faz que sim, acabo cedendo, afinal, ela tinha fome.
Luan me explica sobre o parto e tudo que aconteceu apos eu desmaiar, mas acaba que uma pergunta ronda a minha mente.
– E agora, quando você vai me transformar em vampira? Quero viver tanto quanto vocês sendo humana meu tempo diminui, mesmo que eu bebesse meu próprio sangue não teria efeito em mim, sabemos disso muito bem.– Afirmo.
– Podemos não falar disso agora? Vamos aproveitar o momento, nossa filha.– Diz.
– Sabe que não vai poder fugir para sempre e que se você não quiser, pedirei que outro vampiro o faça.– Afirmo.
– Não me ameaça, Diana.– Ele diz.
– Não estou ameaçando, estou apenas informando.– Rebato.
– Porque não falamos de algo muito mais agradável? Que tal escolher o nome da nossa filha? – Sugere e aquilo acaba me arrancando um sorriso e me fazendo esquecer o que mais para frente se tornaria motivo de outra discussão.
– Uma vez eu vi em um filme uma mulher que havia acabado de dar a luz escolhe o nome do bebê dela de uma forma que pudesse culpá-lo no futuro, dizendo que foi ele quem escolheu o próprio nome.– Afirmo.
– E como seria isso? – Ele questiona.
– Falaremos nomes que gostamos um atrás do outro, o que ela sorrir, é o que ela escolheu.– Afirmo.

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