Capítulo 14 - Morte

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Diana.

Acordo pela manhã com o celular do Luan tocando, me espreguiço e toco em seu braço fazendo com que ele acorde também, ele se senta na cama e pega o aparelho, o número era do hospital salvo como "diretor", ele estranha e me olha sem entender o motivo da ligação tão cedo, dou de ombros também surpresa então ele decide atender.
– Bom dia diretor, aconteceu alguma coisa? – Questiona.
– Desculpa te acordar tão cedo Luan mas é algo que é um pouco urgente, só você pode resolver.– O homem afirma.
– O que aconteceu? –: Luan senta na cama cruzando as pernas, coloca o celular no alto falante, esperando que o médico diga tudo que estava acontecendo.
–Seu irmão, eu não sei o que aconteceu ele estava bem, ia ter alta em alguns dias e estava tendo uma transfusão de sangue mas hoje de manhã os aparelhos deles começaram a apitar sem parar, como se ele tivesse tido uma parada cardíaca, não conseguimos entender e quando fomos ver pelas câmeras o que houve, alguém entrou no quarto e sufocou seu irmão com o travesseiro, eu não sei como isso pôde acontecer, a segurança do hospital é de ponta e ainda assim um estranho passou por debaixo dos nossos olhos, me desculpe.– Pede.– E se você quiser processar o hospital, você tem todo o direito, nossa segurança falhou e a culpa é nossa.– O diretor diz.
Luan fica um segundo em silêncio depois de ouvir as palavras que o médico disse o celular estava no alto falante então os meus olhos estavam no meu namorado, o tempo todo ele parecia em transe como se tivesse em choque,  tiro celular de suas mãos e começo a falar com o médico.
– Bom dia Doutor aqui é Diana a namorada do Luan, já fui paciente no hospital não sei se o senhor lembra.– Sussurro.
– Claro que eu me lembro, o que aconteceu Luan? Está passando mal? – Indaga preocupado.
– Ele meio que ficou em choque com as suas palavras mas eu vou cuidar dele, será que o senhor pode me dizer se pelas câmeras dá para ver quem entrou no quarto de James? – Questiono.
– Não dá, ele estava usando aquelas máscaras contra covid, não dá para ver o rosto dele mas podemos tentar puxar alguma digital do travesseiro.– Afirma.
– Isso seria muito bom, o Luan vai até aí reconhecer o corpo e fazer todo o procedimento mas antes eu vou conversar com ele, o senhor entende não é? – Indago.
– Claro que sim, não tem pressa, deixa que ele leve o tempo que precisar para se recuperar ao menos um pouco disso, eu sei que ele e o irmão dele não se davam bem mas ainda assim foram criados juntos, tem um laço, bom, é isso tenha um bom dia Diana, eu desejo meus sinceros pêsames ao Luan.– Conclui.
Coloco o celular do lado, na cômoda e depois me viro para o Luan.
– Ei amor, por favor fica bem.– Sussurro, me aproximando.
Pela primeira vez na minha vida eu vi o meu namorado derrubar algumas lágrimas, então ele me olha e me puxa para os seus braços, me abraçando, ele estava tão vulnerável, tão frágil, nunca tinha visto Luan desse jeito, então contra o meu corpo ele começa a chorar sem parar e aquilo me quebra por inteiro.
– A gente não se dava bem, a gente vivia brigando mas a gente foi criado junto, e eu juro que eu nunca desejei a morte do James, muito menos que ele fosse assassinado mas com os caminhos que ele seguia era meio óbvio que logo alguma coisa aconteceria, queria ter feito mais, queria ter protegido ele mais, queria ter tentado ajudar ele a mudar.– Diz, contra o meu ombro.
– Meu amor, eu sei que você quer o melhor para o seu irmão, mas uma pessoa não muda se ela não quiser, você pode ter todas as boas intenções do mundo e o coração mais generoso que eu conheço mas eu sei que se uma pessoa não quiser mudar, ela não muda e o James era uma dessas pessoas, eu realmente sinto muito.– Afirmo, passando os dedos em seus cabelos.
– Mesmo não tendo um laço de sangue e eu dizendo toda vez que a gente se via que ele não era o meu irmão, ele era a coisa mais próxima que eu tinha de uma família agora eu não tenho ninguém, nem pai, nem mãe, nem irmão e nem ninguém, estou sozinho.– Diz contra meu ombro ensopado por conta de suas lágrimas.
– Você não está sozinho, você nunca mais vai estar sozinho na sua vida você tem a mim e sempre vai ter, eu prometo.– Afirmo conviccta.
Ficamos algum tempo ali abraçados, até que o Luan decide se levantar, ele pega algumas peças de roupa e vai para o banheiro tomar um banho, depois de se despedir de mim mancando, ele segue para seu carro e um dos seguranças dirige para ele, já que ele ainda não estava recuperado do seu tornozelo.
Eu fico e entro em seu escritório para arrumar todas as receitas, todos os medicamentos, tudo que ele ia precisar essa semana mesmo trabalhando de casa afinal ele me contratou para ser sua secretária, não só para ser sua namorada ou um peso e assim eu sigo parte do dia,  queria ter ido com ele no hospital mas ele disse que não era um bom momento para sair porque James tinha colocado meu nome no mundo e o lugar mais seguro era a casa dele naquele momento então eu sigo o dia assim, no escritório, naquele monte de papel, naquela bagunça que ele tinha até que eu escuto a campainha, desço os degraus da escada chego na sala.
– Maria, quem é no portão? – Questiono.
A mulher voltava do portão e entrava na sala, seus olhos me alcançam.
– É um entregador de flores senhora, ele disse que as flores são para você e só pode entregar em mãos mas o doutor Luan me deu ordem para que não deixasse a senhora sair sozinha então eu vou com a senhora até o portão para receber as flores, alguns seguranças também vão se a senhora não se importar.– Afirma.
– Tudo bem, pode vir comigo, eu sei que o Luan está tentando me proteger e sinceramente eu não vou ir contra essa proteção.– Afirmo.

Viktor.

Estava impaciente dentro daquele carro, parecia que essas flores não chegavam nunca mas quando finalmente chegaram eu sorri, vi uma mulher mais velha no portão, o entregador se recusou a entregar as flores para ela então ela volta para dentro e quando retorna está com dois seguranças e uma mulher mais jovem, meu motorista me olha sorridente.
– É ela Senho,r aquela é a Golden Blood.– Afirma, meus olhos vão direto para aquela garota, realmente uma Golden Blood, ela era dona de uma beleza avassaladora, que deixaria qualquer um louco.
– Espera aqui no carro eu já volto.– Afirmo, soltando o cinto.

Caminho em direção aos portões da mansão, a tal Diana assinava alguma coisa que o motoboy deu a ela e quando me aproximo todos os olhos se voltam para mim. – Bom dia, me desculpa incomodar vocês mas é que eu acabei de ser assaltado e eu realmente preciso fazer uma ligação e em seguida ligar para a polícia, alguém pode me emprestar o aparelho celular? Questiono com cara de sonso e perdedor.

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