Capítulo 06 - Prometo

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Diana.

Eu só queria ter certeza que ele estava bem.
– Não sei se é uma boa idéia mas vou te dar um tranquilizante e..– Ela diz
– NÃO! NÃO VOU TOMAR NADA ATÉ VER O MEU MÉDICO AQUI.– grito, sem parar de chorar.
Podia ser infantil da minha parte? Podia, mas aquele pesadelo foi tão real, como um aviso ou uma premonição.
– Tudo bem, vou ligar para a residência dele mas se ele não atender terá que esperar até ele vir amanhã.– Afirma e eu concordo, não conseguia ficar quieta, apertava os lençóis, puxava fios de cabelos, arrancando mesmo.
– Ele está vindo.– Diz.– Eu nem precisei dizer o que aconteceu, quando eu falei que você chamava por ele, ele disse que estava a caminho e desligou.– Explica.
Leva cerca de 20 minutos até ele passar pela porta e vir até mim com um conjunto de blusa e calça de moletom cinza, chinelos e o cabelo bagunçado.
– Golden? O que foi? – Indaga, ele não me chamava de "Golden" como aqueles vampiros do meu sonho, me chama de uma forma carinhosa.
Eu continuo a chorar e quando ele para na minha frente eu passo meus braços pela sua cintura, o abraçando e chorando com o rosto enfiado em sua barriga.
– Foi horrível...eles..eles te mataram.– Afirmo e depôs de três copos com água, o calmante que só pegue de sua mão e ninguém mais, eu explico tudo e o vejo sorrir enquanto segura a minha mão.
– Primeiro que é impossível tantos vampiros de olhos vermelhos, somos difíceis de se encontrarem, segundo que mesmo assim seria mais difícil me derrubar e terceiro que eu não seria burro de fé deixar andar em uma parque totalmente vazio e sozinha, ou seja, foi só um sonho, Golden.– Me explica.
– Mas foi tão real, como uma premonição.– Admito.
– Olha pra mim.– Afirma, erguendo meu rosto gentilmente.– Nada vai acontecer comigo e definitivamente nada vai acontecer com você, se tentarem te levar, eu sou um vampiro, tenho mais força que eles e se te machucarem, eu sou médico...eu te curo.– Diz, acariciando a minha bochecha.
– Mas e você? O que eu faço se "te" machucarem? Se "te" sequestrarem? – Indago e ele parece surpreso.
– Nunca se preocuparam comigo antes...– Sussurra.– Obrigado Golden, mas é sério, não precisa ficar assim, nada vai acontecer, eu prometo, ok? Confiem em mim.– Diz, sorrindo para mim. Ele estava diferente, sem aquela distância entre nós. Acabo adormecendo com ele acariciando meu cabelos e dessa vez, eu tenho um som bom, nós dançávamos na casa dele depois do jantar, será que eu dormi sorrindo?
(...)
Finalmente! Finalmente! Estou tendo alta do hospital, não vou negar que sou um pouco grata ao meu acidente porque graças a ele eu vim parar aqui no hospital e automaticamente conheci meu vampiro do bem que ainda não é meu.
Pego algumas peças de roupas que minha mãe trouxe e tomo um banho daqueles, saio usando um vestido azul clarinho, um ALL stars branco e um cintinho na cintura, queria que o Luan me visse sem aquela camisola hospitalar ridícula, aproveito e uso a minha chapinha que impus como condição para a minha mãe e uma maquiagem leve, me senti de novo eu.
– Seu pai vai tirar o carro do estacionamento e nos esperar em frente, está pronta Diana? – Minha mãe chama, aparecendo na porta.
Até um carro eles alugaram, isso era caro demais mas eles queriam que eu fosse confortável para casa e aliás, trabalhei muito, o mínimo era um pouco de conforto.
– Mãe, pode ir indo na frente? Eu preciso fazer uma coisa rapidinho, antes de ir.– Afirmo e vejo o enorme sorriso aparecer no seu rosto.
– Ou procurar um certo médico? – Questiona e sinto minhas bochechas arderem, todas essas sensações eram novas para mim.
– Pode ir indo..– Afirmo, saindo do quarto e fugindo daquele olhar constrangedor que ela me lançava.
Vou até a recepção e uma enfermeira me olha, sorrindo gentilmente, era difícil ver uma assim, geralmente elas estão ou exaustas ou num dia ruim.
– Oi, eu queria falar com o meu médico, Doutor Luan, ele me deu alta mas fiquei com algumas dúvidas e queria esclarecer antes de ir.– Minto, descaradamente.
– Bem, ele deixou tudo com seus familiares sobre dieta, remédios e essas coisas mas acho que ele não vai se incomodar em te ajudar, ele está na sala dele, é no andar de baixo, sala 11.– Me explica e eu agradeço, dali, desço um andar segurando a minha pulseira presa em meu pulso, estava um pouco nervosa, eu não vou negar.
Paro em frente a porta dele e dou duas batidas.
– Pode entrar.– Diz, lá de dentro.
Seguro a maçaneta e abro a porta, ele está concentrado em fichas e receitas até que me olha de relance e para de assinar e carimbar aquilo tudo.
– Diana? O que foi? Se sente mau? – Questiona.
– Diana? O que foi? Se sente mau? – Questiona.
– Não, na verdade eu vim porque..eu..– Para de gaguejar, Diana!
– Porque? – Reformula a pergunta.
– VOCÊ ME DEU ALTA E NEM SE DESPEDIU E TAMBÉM NÃO PEGOU MEU NÚMERO, COMO VAMOS MARCAR O JANTAR E O TRABALHO! – Grito, merda, eu estava bem nervosa, mais do que o normal, meu coração estava vibrando aqui dentro de mim.
Mas ele entende e abre um largo sorriso, ainda não me acostumei a vê-lo sorrir.
– Eu tenho seu número na ficha médica Golden e também posso te achar só pelo seu cheiro, na verdade, eu sabia que era você na porta desde o início.– Confessa.– Bem, e porque me despedir se nós veremos hoje a noite? – Indaga, ele mantém o sorriso e isso mexe demais comigo.
– Nos veremos? – Sussurro.
– Bem, eu ia te mandar uma mensagem marcando o "nosso" jantar mas você se adiantou.– Para de sorrir Luan, para! – Então, já aviso agora, lá pelas 7 da noite eu passo na sua casa, tenho o endereço na ficha mas te mando uma mensagem pra te avisar.– Confirma, então se levanta, dá a volta na mesa e vem até mim.
– Eu estarei pronta.– Quase gaguejo..quase.
– Tudo bem então, nos vemos á noite.– Conclui, para na minha frente e eu me afasto para ir embora, assim que toco na maçaneta da porta ele me chama.
– Golden..– Sussurra, eu me viro para olhá-lo.– Você fica muito bem sem a camisola hospitalar.– Afirma.
Abro um enorme sorriso, que droga, eu estava totalmente perdida.
Vou para o carro cantarolando e entro no carro, enquanto meu pai dirige eu pego meus fones e conecto ao celular, coloco para tocar "Vampire – Olivia Rodrigo" e acho graça da música me lembrar do Luan.
Meus pensamentos vão para o que devo usar de noite e já sei de primeira, meu vestido vermelho.

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