Capítulo 08 - Flashback

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Diana.

– E mesmo assim está aqui? Por mais boa pessoa que ele seja, ele...bebe sangue.– Afirmo e a vejo sorrir.
– Você também está aqui mesmo sabendo o que ele é.– Diz.
– É diferente, eu sei que ele jamais vai...me machucar.– Sussurro.
Eu estava dando uma certeza para ela agora mas eu quase achei que ele ia me morder e achei que ele tinha armado para mim mas agora estava me mantendo segura aqui na cozinha.
Bem, mesmo que não tenha armado com seu irmão, ele quase me mordeu, isso é um fato.
Terei que tomar cuidado quando estivermos muito próximos a partir de agora, por mais que eu goste dele.
– Eu também sei que ele jamais vai me machucar senhorita, porque ele é bom, eu estou aqui a anos e antes ele machucava as pessoas, eu o vi chegar todo sujo de sangue, ele não fazia questão de esconder e naquela época sim, eu tive medo dele mas agora ele mudou, disse que uma moça na rua disse coisas boas a ele e por isso ele não atacou, que nascer um monstro era algo sem escolha mas "viver" como um, é algo que se pode escolher.– Diz.
De repente, um flash passa na minha mente, de alguns anos atrás, eu estava voltando tarde da lanchonete aquele dia, tinha muitos clientes e eu estava exausta quando passei por um beco e vi uma sombra me seguindo, eu tive tanto medo, achei que algo ruim iria acontecer comigo mas eu me virei rápido antes que ele me alcançasse.
– Por favor, não me machuca.– Pedi.
– O seu cheiro...ele chama monstros como eu, menina.– Ele me disse.
– Eu não tenho culpa disso assim como você não tem culpa de nascer como é mas "viver" como um monstro é uma escolha, você tem a opção de não ser um.– Afirmo.
O rosto dele de repente vem para a claridade e vejo...era o Luan! Como eu me esqueci disso? Como eu me esqueci dele?
– Sai daqui, vai embora! Antes que eu machuque você.– afirma para mim e eu saio correndo, sem olhar para trás.
Fui eu, eu fui a garota que fez o Luan mudar, que o fez parar de atacar as pessoas e beber sangue das doações no hospital.
Fecho os olhos sentindo as lágrimas virem rápido, eu fiz tudo errado! Eu desconfiei dele quando na verdade, ele mudou pelo que eu disse, será que ele se lembra que sou eu a garota de anos atrás?  Eu iria perguntar assim que der, assim que eu puder sair da cozinha cheirando a óleo de fritura.

Luan.

– Eu disse que não queria você aqui e você faz o quê? – Questiono, com James entrando na sala, ele sorri olhando para a mesa de jantar.
– Dois pratos, duas taças, tem companhia irmão? – Indaga.
– Isso não é da sua conta.– Afirmo.
– É uma garota? Humana ou vampira? Porque aí eu saberei se você vai se alimentar do sangue ou de outra coisa.– Sorri, sarcástico.
– O que você quer? Fala logo e some! – Digo, perdendo a consciência.
– O que mais pode ser? Dinheiro, é claro! O dinheiro que você me enviou não caiu na minha conta, está parada por algum motivo.– Diz.
– Isso é problema seu com o banco do seu cartão, eu não tenho nada com isso.– Afirmo.
– Qual é irmão, mesmo que vá ao banco eu vou ter que esperar vários dias e preciso de um lugar para ficar hoje, o pouco que eu tinha eu já gastei em um hotel de estrada, eu mereço mais que isso! – Argumenta.
– Eu não sou seu irmão.– Afirmo, revirando os olhos.– Mas suba comigo e eu te dou em notas e aí você some daqui.– Concluo.
– Tem minha palavra, maninho.– Ele sorri, sarcástico.
– Se me chamar de irmão novamente eu vou te jogar pra fora como um cachorro e sem dinheiro nenhum.– Afirmo.
– Tudo bem, tudo bem...– Diz, erguendo as mãos em sinal de rendição.
Vamos na direção das escadas e ele para no primeiro degrau.
– Que cheiro é esse? – Questiona.
– Cheiro? O único cheiro aqui é o de fritura, mandei a cozinheira fritar uns pastéis.– Minto .
– Isso também, tem cheiro de óleo e mais alguma coisa, só que o cheio do óleo está impedindo que eu sinta o outro.– Afirma.
– Quer o dinheiro ou não? Está atrapalhando a minha noite.– O lembro.
– Então é uma vampira? – Indaga.
Não respondo, desço as escadas e o seguro pelo braço o puxando para o meu escritório, então destravo o cofre com a minha íris, era mais seguro caso algo me acontecesse esse cofre jamais abriria..
Pego os bolos de dinheiro e enfio em uma bolsa.
– 100 mil, agora some da minha casa e da minha vida.– Afirmo, jogando a bolsa de dinheiro para ele.
– Pode deixar.– Diz, então começa a caminhar para a saída e eu o sigo para ter certeza que estava mesmo indo embora.
– Volto quando o dinheiro acabar? – Me indaga, na porta.
– Faça isso e eu te mato, essa é a última vez que te dou dinheiro.– Afirmo, sério.
– Não é, da próxima vez se não me der por bem...coisas podem acontecer pra te fazer abrir a mão, até mais irmão.– Conclui, entrando no carro rápido quando começo a ir na sua direção.
Ele acabou de me ameaçar?
Pisa no acelerador e passa pelos grandes portões, vou até um dos seguranças, eram humanos e sei que conseguiriam impedir James de entrar.
– Quando ele virar a esquina dessa rua eu quero ser informado com antecedência e não quando ele já estiver aqui dentro, entendeu? – Indago.
Eu pensei em colocar um vampiro de segurança mas ele não ia conseguir se controlar com o cheiro de Diana tão perto.
Quando volto para dentro, minha Golden está na sala, ela tem os olhos vermelhos e com lágrimas.
– Não precisa ter medo Diana, ele já foi e eu nunca mais vou encostar no seu pescoço outra vez.– Afirmo, porque eu não queria que ele "me" temesse.
– Eu naoe sou com medo..eu..– Ela funga.– Estou grata! – Sussurra.
– Grata? – Indago, sem entender.
– Fui eu, não é? A garota que te mudar, a pessoa que te disse que ser um monstro e nascer como um não eram a mesma coisa.– Afirma, eu abro um enorme sorriso.
– Finalmente se lembrou, não é? Você me salvou.– Sussurro, eu não tinha certeza que ela era uma Golden na época mas o cheiro do sangue dela não mudou e eu a reconheci no instante em que ela deu entrada no hospital.
– E você me salvou de volta.– Conclui, vindo até mim e se jogando em meus braços. Aquilo que estávamos construindo, estava ficando mais e mais forte a cada dia.

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