Capítulo 28 - Anjo e demônio.

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Diana.

– Bem, já sabemos que ela é mais inteligente que qualquer bebê do mundo, acho que ela pode escolher o próprio nome, não é filha? – Ele segura a mãozinha dela.
Nós dois olhamos para a nossa pequena e falamos juntos para que ela escolhesse o nome dela...
– Que tal Mirella? – Sugiro mas ela não faz nenhum movimento.
– Ana Clara? – Luan indaga mas ela segue firme sem nenhum movimento.
– Violeta? – Chuto e Luan me olha como se eu tivesse cometido um crime.
– Vou fingir que eu não ouvi isso.– Diz.
– É um nome de uma flor! – Defendo.
– E da cor dos olhos de Viktor.– Argumenta, e sim, ele tinha um ponto, porque não pensei nisso mesmo?
Luan então se aproxima ainda mais e olha no fundos dos olhos da nossa bebê.
– Ravena? – Questiona e ela abre um enorme sorriso e começa a balançar as mãozinhas como se quisesse ir para o colo do pai dela.
– Temos um nome.– Ele diz.
– Ravena? Porque "Ravena" exatamente? – Sussurro.
– Além de ser um nome muito forte, foi o nome da minha mãe de criação.– Ele explica.– Você não gosta? – Questiona.
– Claro que gosto mas principalmente, nossa filha gosta, esse vai ser o nome dela.– Concluo.

(...)
Meses depois.

Luan.

A criação de Ravena ia muito bem, mais que o normal até, ela crescia muito rápido, quem olhasse para ela diria que ela tem uns dois anos mas Viktor me disse que vampiros diminuem isso ao fazer 18 anos, não necessariamente pararam de envelhecer, do demora mais.
Alguns vampiros apareceram tentando nos atacar mas eu, Viktor e outros vampiros que trabalham na casa conseguimos impedir, mesmo as árvores, alguns ainda sentiam o cheiro de Ravena, de Diana e talvez o meu.
– Tem que transformar ela, como ela vai se defender sendo humana? Você se protege, Ravena vai se proteger ao crescer mas e ela? Vai depender de vocês até a morte que aparentemente vai ser mais rápida que a sua? Vai conseguir viver se ela? Vai mesmo deixar ela ser um estorvo? – Viktor insiste enquanto voltamos para dentro da casa depois de matar alguns vampiros mais.
– CHEGA! – Grito com raiva, ele não me dava um tempo se quer para pensar, gritando na minha cabeça sem parar. Quem aguenta isso?
– Se você não o fizer, eu farei! – Ele diz, me fazendo parar no lugar.– Ela me pediu isso porque é mais sensata que você.– Diz, e aquilo é o suficiente para me fazer ir até ele e o segurar pelo colarinho da camisa.
– Não se atreva.– Ameaço.
– Se não o quê? Acha que porque tem olhos brancos é imbatível? Temos o mesmo nível de força e eu não tenho medo de você.– Diz, sorrindo.– É meu último aviso, ou você faz ou faço eu.– Conclui, me empurrando para trás.
Ele em seguida segue andando casa á dentro.
Ela não sabia o que estava pedindo, a transformação de um humano para um vampiro é dolorosa, não é só simplesmente morder, se fosse, ela ja seria um faz tempo, eu só quero empurrar isso o máximo que posso.
Não tenho o direito de não querer que a mulher que eu amo vire um monstro?
Subo as escadas ainda todo sujo de sangue, abro a porta do quarto, Diana está balançando o berço com Ravena dentro, tentando fazer nossa filha dormir, seus olhos vagueiam pelas minhas roupas sujas e sei o que ela está pensando.
"Que ela pode nos ajudar se eu a transformar"
"Que eu não deveria lutar sozinho"
"Que eu sou egoísta.." e sou, mas não vou fazer isso...eu não quero que ela seja...o que eu sou.
Seria como transformar a alma pura de um anjo em demônio, como prender um anjo no inferno.
Quem pode me julgar por isso?
– Não vai dizer nada? – Pergunto.
– Não há mais o que dizer.– Afirma.

Diana.

Ele queria dizer algo, eu sentia.
– Porque já solta de uma vez o que está segurando? – Questiono.
– Você pediu a ele, sabendo o que é pra mim...como eu o odeio e você pediu a ele que te transformasse? Sabe o que isso causa em mim? A sensação de...– Ele para de falar.
– De quê? Diz.– Afirmo.
– Traição.– Conclui.
Fecho os olhos.
Isso era ter um relacionamento? Brigar constantemente? Mas suas roupas também dizem que ele saiu lá fora para lutar, para me proteger e Ravena também mas essa é a questão, eu quero ajudar.
– Faça você então caramba! Você não me entende? Eu quero passar o maior tempo possível com a minha família, vocês! – Afirmo.– Quero poder te ajudar nas lutas, quero que nossa filha tenha bastante tempo para nós.Estou pedindo algo que vai mudar tudo e eu sei que você se acha um monstro mas se for assim, Ravena também é um monstro, porque ela é como você, agora olhe para ela e diga em voz alta isso, tem coragem? – Indago.
Os olhos dele segue para Ravena, que dormia serenamente.
– Não.– Ele diz.
– E porque não? – Questiono.
– Porque ela não é um monstro, pelo menos não aos meus olhos.– Argumenta.
– Você a amaria mais se ela fosse humana? – Questiono.
– Diana..– Ele adverte.
– Só responde.– Afirmo.
– Claro que não.– Diz.
– É assim que eu te vejo Luan, você não é um monstro aos meus olhos e eu sei que seu amor por mim não vai mudar eu sendo vampira humana, mas entenda, eu quero fazer isso para ficar o máximo de tempo que eu puder com vocês, ou você quer que eu morra antes? – Questiono.
– É doloroso Golden, você vai sentir tanta dor ao se transformar que vai desejar estar morta, é bem diferente de mim, da Ravena ou do Viktor, nós nascemos assim...– Ele explica.
– Estou disposta a aguentar a dor se isso me der mais tempo.– Digo confiante.– Como é a transformação? – Questiono.

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