Dilema do bisbilhoteiro

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Scarlet fez horas extras na escola hoje, determinada a encerrar todo o planejamento das aulas e os preparativos para a próxima semana antes de voltar para casa.

Ultimamente, ela não conseguia se livrar da sensação inquietante de que um certo pirata palhaço poderia se materializar inesperadamente à sua porta, exigindo seu tempo e atenção. Para evitar possíveis interrupções, ela concluiu que trabalhar até tarde na escola era a aposta mais segura para garantir que conseguiria realizar todas as suas tarefas.

À medida que o sol da tarde se põe no horizonte, lançando longas sombras nos corredores vazios, Scarlet finalmente decide que é hora de ir embora. Ela reúne seus materiais, protege sua sala de aula e volta para sua amada pequena casa.

No entanto, quando ela se aproxima da porta da frente, uma estranha sensação de desconforto toma conta dela.

Seus dedos roçam a maçaneta e ela imediatamente percebe que algo está errado. A porta, normalmente trancada com precisão, está entreaberta. A cautela atraiu seus instintos, Scarlet empurrou a porta hesitantemente e entrou em sua residência outrora pacífica. O que a cumprimenta é nada menos que chocante.

Suas preciosas bugigangas estavam quebradas no chão, sua beleza manchada pela força cruel. Papéis e livros, que antes adornavam suas estantes com ordem e propósito, estavam espalhados ao acaso, alguns até parcialmente rasgados.

"Quem faria uma coisa dessas?" A voz de Scarlet treme de descrença e uma onda crescente de emoção. Seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ela fica diante da porta da frente, incapaz de compreender a extensão da devastação que está além.

Demorou vários momentos agonizantes antes que ela pudesse ter coragem de se aventurar mais em sua casa, sua mão trêmula finalmente fechando a porta atrás dela.

Ao passar pela soleira, um silêncio pesado a envolve, amplificando a sensação de desolação que se apodera de cada canto de sua outrora feliz morada. Scarlet abaixa a bolsa no chão com a mão trêmula, os dedos dormentes de choque. Ela examina a sala, observando a cena comovente que se desenrola diante de seus olhos.

“Tudo... está tudo quebrado,” ela murmura, sua voz embargada sob o peso de sua dor. Suas palavras pairam no ar, um reconhecimento doloroso da perda que ela está vivenciando. A primeira lágrima escapa de seus olhos, traçando um caminho salgado por sua bochecha, e um soluço suave e involuntário escapa de sua garganta.

Scarlet se encontra no meio do caos, seus soluços e lágrimas se fundindo com os destroços de suas amadas decorações. O tempo fica confuso naquele momento desorientador, e ela não consegue dizer se minutos ou horas se passaram quando uma batida repentina na porta da frente a assusta.

Fungando e enxugando rapidamente os olhos, ela não pôde ignorar os sinais reveladores de vermelhidão nos olhos e no nariz, evidência de seu recente colapso.

Reunindo o pouco de compostura que lhe resta, ela grita: “A porta está aberta”, sua voz trazendo os leves traços de sua turbulência emocional. A porta se abre e o som distinto de passos medidos entra em sua casa.

“Docinho?” A voz, inconfundivelmente de Buggy, atravessou o silêncio pesado como uma tábua de salvação. A cabeça de Scarlet se vira, seu rosto manchado de lágrimas agora fixando os olhos nos dele.

O semblante do pirata reflete sua própria devastação, seu coração doendo por ela neste momento doloroso. Incapaz de se conter, ele diminui a distância entre eles, seus braços envolvendo-a com uma ternura protetora que oferece consolo.

O beijo do palhaço (Buggy)Onde histórias criam vida. Descubra agora