À medida que as apresentações do circo chegam gradualmente ao fim, Buggy permanece no centro do palco, com os braços estendidos em uma pose triunfante. Seu semblante antes irritado se transformou em uma expressão de felicidade desenfreada. Os holofotes banharam-no com um brilho quente e lisonjeiro, enfatizando sua presença imponente.
A multidão irrompe em aplausos entusiasmados, mostrando seu apreço pela performance inspiradora, assim acredita Buggy. Mas assim que os aplausos atingem o seu apogeu, Buggy, numa reviravolta inesperada, leva um único dedo aos lábios, um gesto brincalhão mas de comando que silencia o público.
O silêncio que cai sobre a multidão é imediato e completo, enquanto eles observam o enigmático capitão pirata com a respiração suspensa, imaginando o que ele tem reservado a seguir.
Scarlet, como o resto do público, obedece ao comando tácito e cai em um silêncio respeitoso. Ela não pode deixar de sentir uma mistura de fascínio e expectativa, seus olhos fixos em Buggy enquanto ele estava ali, o mestre de cerimônias neste mundo circense surreal, deixando todos esperando em suspense pelo próximo ato deste show cativante.
“Agora,” a voz firme de Buggy ecoa pela tenda, sua ressonância chamando a atenção do público. “Para o último ato do show desta noite, preciso de um voluntário do público para me ajudar no palco.” Seus olhos brilham com uma excitação travessa, seu olhar examinando o mar de rostos diante dele.
Um silêncio estranho cai sobre todos, pontuado apenas pelo suave farfalhar das roupas enquanto as pessoas se mexem desconfortavelmente em seus assentos.
No intervalo desses segundos suspensos, torna-se evidente que ninguém se atreve a dar um passo à frente. A expressão outrora alegre no rosto do palhaço começa a diminuir, suas feições lentamente mudando de euforia para determinação sombria.
"Ninguém?" A voz de Buggy transborda de aborrecimento enquanto ele anda inquieto pelo palco, seus olhos examinando o público com um olhar crítico. Sua frustração era palpável, pois estava claro que ele esperava que alguém, qualquer pessoa, se apresentasse e se juntasse a ele no centro das atenções.
"Luz!" ele grita de repente. Rapidamente, um segundo holofote, indesejável e ofuscante, ilumina Buggy de um ângulo diferente, o que só serve para agitar ainda mais o palhaço.
"Eu não, seu idiota!" ele exclama, irritado com o acidente técnico. "A multidão! Examine a maldita multidão e escolha alguém, idiota! Vamos, use seu cérebro pelo menos uma vez!"
O segundo holofote, agora destacado de Buggy, começa a percorrer metodicamente o público. Ele se move e se move, um holofote implacável buscando sua vítima inocente até que ele pare repentinamente.
O brilho do holofote incide sobre Scarlet, mas não com a mesma intensidade que teria se estivesse diretamente sobre ela. Seu batimento cardíaco começa a acelerar enquanto ela lentamente vira a cabeça para o lado, seu olhar se voltando para os alunos, uma sensação de pavor crescendo dentro dela.
Então, a compreensão a atinge como uma onda arrepiante. Os holofotes não estão voltados para ela; é dirigido a Sarah, a menina tímida que gosta de ler. Sarah fica congelada em sua cadeira, com os olhos arregalados e aterrorizada, sem saber como responder a essa atenção repentina e indesejável que caiu sobre ela.
"Maravilhoso!" Buggy exclama com entusiasmo forçado, batendo palmas. “Vamos”, ele acena para Sarah com um sorriso exageradamente feliz que não alcança seus olhos. Apesar de sua fachada, Sarah permanece congelada em sua cadeira, os olhos arregalados fixos na figura intimidadora no palco.
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O beijo do palhaço (Buggy)
Hayran KurguScarlet Moore, uma professora em Orange Town, se levanta de sua cadeira entre todas as outras pessoas forçadas a visitar o espetáculo de circo esta noite. Esta foi a primeira vez que ela encontrou o olhar de Buggy fixado exclusivamente nela, sua exp...