“Por favor, Buggy, pare de me seguir”, implora Scarlet, suas tentativas de esconder sua crescente irritação se tornando cada vez mais desafiadoras enquanto ele continua caminhando ao lado dela pela cidade. A visão peculiar dessa dupla incompatível já havia atraído olhares curiosos dos transeuntes, e Scarlet se viu desejando mais do que nunca se distanciar de alguma forma do palhaço.
A presença de Buggy criou uma aura visível de desconforto nas proximidades. As pessoas instintivamente mantêm uma distância cautelosa, trocando sussurros abafados pelas costas da dupla. Scarlet, sempre sentindo um sentimento de pertencimento à comunidade unida de Orange Town, agora se sente uma estranha.
O coração de Scarlet dói ainda mais com uma mistura de decepção e empatia enquanto ela observa um de seus alunos, um menino de olhos brilhantes chamado Paul, caminhando ansiosamente em sua direção. Seu sorriso radiante e braços estendidos sinalizam sua vontade de cumprimentar sua querida professora, momento que Scarlet valoriza em seu papel de educadora.
No entanto, a inocência do gesto de Paul foi abruptamente extinta como uma vela apagada quando sua mãe, que caminhava logo atrás dele, avistou a paisagem incomum diante dela. No momento em que seu olhar pousa sobre Scarlet acompanhada pela figura enigmática de Buggy, sua expressão escurece e ela se move com autoridade maternal e rápida.
Com uma carranca severa e um aperto firme no braço de Paul, ela rapidamente o afasta, impedindo efetivamente sua abordagem. A decepção gravada no rosto de Paul refletia o emaranhado de emoções que giravam dentro de Scarlet. Foi um lembrete comovente das barreiras impostas pelo preconceito e do medo, bem como da dor infligida a corações inocentes.
“Eles odeiam ele, não eu”, ela sussurra para si mesma, tentando se lembrar da realidade que enfrenta. Mas, apesar de suas tentativas de racionalizar a situação, isso pouco contribui para aliviar a dor em seu coração.
Enquanto Buggy e Scarlet observam à distância o incidente com o jovem Paul e sua mãe, Buggy não consegue evitar uma risada baixa. “Bem, com certeza nos esquivamos de uma bala de canhão, não foi? Aquele garotinho poderia ter corrido e te dado um grande abraço, espalhando seus dedos pegajosos por todos os lados e provavelmente espalhando um pouco de ranho em você, eca."
Scarlet, porém, não compartilha dos sentimentos de Buggy. Ela se vira para ele, sua expressão é uma mistura de frustração e tristeza. “Sabe, Buggy, eu não me importo nem um pouco com isso. Gosto quando meus alunos vêm até mim.”
Buggy levanta uma sobrancelha, genuinamente surpreso com a resposta de Scarlet. “Você realmente gosta quando as crianças vêm até você?” ele pergunta, uma pitada de confusão em sua voz.
Scarlet acena com a cabeça, seus olhos refletindo um sentimento genuíno. “Sim, de certa forma. Quer dizer, não é que eu não aprecie alguns momentos de solidão”, ela admite com um pequeno sorriso auto-reflexivo. “Mas poder interagir com crianças é a principal razão pela qual adoro a minha profissão. A inocência deles, a curiosidade deles, tudo isso me lembra a beleza do mundo.”
"Você não sabe?" ela o questiona, levantando uma sobrancelha com curiosidade. Buggy balança a cabeça e dá uma explicação. "Não, eles são uns bastardos irritantes que não apreciam minha arte."
"Mas," Scarlet se interrompe, debatendo se realmente cabe a ela questionar o homem e possivelmente irritá-lo no processo, "você é um palhaço..."
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O beijo do palhaço (Buggy)
FanficScarlet Moore, uma professora em Orange Town, se levanta de sua cadeira entre todas as outras pessoas forçadas a visitar o espetáculo de circo esta noite. Esta foi a primeira vez que ela encontrou o olhar de Buggy fixado exclusivamente nela, sua exp...