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      Capítulo 11

Um mês depois

Trinta dias se passaram desde seu casamento com Wuxian , e Wangji ainda não ousara ter aquela conversa .
Cada vez que tentava, o ômega o olhava com tanto afeto e admiração que achava difícil comunicar sua decisão de manter o casamento em um ambiente puramente platônico.
Tudo o que ele conseguiu fazer foi manter distância, embora Wuxian  não parecesse se importar, pois sempre o cumprimentava com um sorriso no rosto.

Wangji  sabia que era infantil ter que se esconder do esposo em sua própria casa, mas no momento era a única coisa em que conseguia pensar. Não queria que Wuxian pensasse que não era o suficiente ou que não fosse atraente. Era mais do que evidente que sua aparência física era algo que o incomodava, embora ele não pudesse imaginar como ele havia chegado a essa conclusão, já que era muito bonito.
Na verdade, bonito demais para o seu gosto.
Suspirando, Wangji  observou Wuxian  se aproximar dele. Naquela manhã, decidiu trabalhar no cercado de cavalos e, aparentemente, o ômega não teve problemas em encontrá-lo.

— Lá vem seu esposo — disse Wanyin, fazendo com que os outros dois homens levantassem a cabeça e olhassem para Wuxian.

Wangji  sabia que havia uma escassez de ômegas neste lugar, mas não era certo que o olhassem assim. Normalmente, Wuxian  não chegava perto de seu local de trabalho e, quando o fazia, era apenas para vê-lo. Mas isso não impediu Wangji  de desgostar da maneira como seus funcionários paravam de cuidar do trabalho para olhar para Wuxian.
Não que estivesse com ciúmes, longe disso, mas deveriam estar mais cientes de sua tarefa do que do esposo de outro alfa.

— Percebi. É difícil não fazer isso quando todos param de trabalhar e ficam pasmos.
Imediatamente, os dois homens desviaram o olhar de Wuxian  e continuaram seu trabalho, enquanto Wangji  pensou ter visto uma sugestão de sorriso no canto dos lábios de Wanyin.

— Olá. — A voz de Wuxian  fez algo nele estremecer. —Deixei Yanli dormindo com Guadalupe e me ocorreu vir ver o que você está fazendo.

Wangji  sabia que Wuxian  confiava totalmente em Guadalupe, pois desde que a apresentou à mulher, eles se tornaram bons amigos.

Wuxian  não parecia se importar que fosse mexicana, vinte anos mais velha que ele, e por ser uma mulher corpulenta, já que nunca discordou ou reclamou dela. Muito pelo contrário, já que Wuxian  tinha contado a todos o quão feliz estava por tê-la e que grande ajuda ela representava.

Essa era outra coisa que Wangji  gostava dele. Era como se visse o mundo com outros olhos e se espantasse com as pequenas coisas tão intensamente quanto com as grandes. Parecia-lhe que tudo era novo e poder contar com ajuda considerava um luxo que sempre agradecia. .

— Estamos contando os cavalos e verificando sua condição física — explicou Wangji .

— Parece muito interessante — Wuxian  respondeu, enquanto se aproximava da cerca onde os animais estavam alojados e se encostava nela.

— É bastante monótono — disse Wangji  com alguma grosseria.

Mas Wuxian  não pareceu notar, pois ele não tirou o sorriso do rosto. Para o ômega, Wangji  parecia esplêndido em suas roupas de trabalho e suado. Um homem rude que era todo dele, embora ainda não tivesse chegado a hora da intimidade. Mas isso viria quando se acomodasse no rancho e Yanli pudesse dormir sozinha. Era nisso que acreditava.

No entanto, Wanyin percebeu sua grosseria e franziu a testa enquanto lhe passava uma corda.
— Terminamos, chefe.
— Oh, Wanyin, eu não vi você — Wuxian  disse, fazendo Wangji  querer bufar. Como veria se não tinha desviado os olhos dele?

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