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Era tarde, mas o céu estava mergulhando em escuridão. A chuva batia implacavelmente nas janelas.
As pessoas corriam para se abrigar, com roupas encharcadas e guarda-chuvas invertidos contra o vento estrondoso. Os trovões ecoavam e as árvores balançavam. Não chovia assim há muito tempo. Entretanto, os órfãos do Orfanato Wool se limitavam apenas a escapar do tédio.
Eles logo se enjoavam de suas brincadeiras confinadas dentro do prédio. No entanto, Charlotte só queria encontrar um lugar para escapar dos barulhos de trovoadas, ela sempre se assustava e não queria que alguém a visse chorando.
Caminhando o mais rápido que podia e se envolvendo mais ainda em seu casaco ela encontrou o lugar que algumas vezes esteve para ficar sozinha, mas estava ocupado. Tom Riddle chegou primeiro.
- Você vai ficar aí? - a menina disse agradecendo mentalmente por suas lágrimas não estarem caindo.
- Vou. - Tom disse simplesmente.
- Por favor, me deixe ficar aí. - a menina quase implorou.
- Por que quer tanto ficar aqui? - Tom disse. E sem receber resposta continuou - Tem medo deles descobrirem?
- Como você sabe? - Charlotte demonstrou medo.
- Eu sei de tudo mas não vou ceder meu lugar.
A menina desistiu, pensou que ele podia contar a alguém e não queria brigar, principalmente com ele. E partiu sua busca pra outro lugar.
Enquanto Charlotte buscava um refúgio, uma escuridão repentina envolveu o Orfanato. As luzes se apagaram, deixando os corredores e quartos mergulhados em total escuridão. O silêncio se instalou, quebrado apenas pelo eco distante dos trovões. A menina precisava agora encontrar o local onde os outros estavam no breu. Seus olhos encheram de água novamente e com suas mãos na parede ela foi andando rápido em desespero. Mesmo crescendo sua vida toda ali, pensou que ainda era difícil distinguir o caminho no escuro. Ela finalmente observou uma luz ao fim do corredor que estava, andando mais um pouco ela percebeu que eram várias luzes, os outros estavam ali.
Chegando lá as outras crianças apontaram suas lanternas para Charlotte que fechou os olhos com a claridade.
- Ela estava chorando - alguém sussurou em compreensão.
Enxugando seu rosto, Sra. Cole, proprietária do local a avistou.
- Oh, querida, procurávamos por você - disse entregando um abraço e uma lanterna. Pegou em sua mão e a direcionou a um sofá. Sra. Cole estava ciente e tinha a ajudado muitas vezes antes sobre seu medo por trovões. - Agora, crianças, não saiam daqui, vou procurar o outro. - disse desaparecendo pelo corredor.
Um dos meninos murmurou algo como "coitada" e as crianças sentaram em um círculo e começaram a compartilhar histórias de terror.
Charlotte ainda estava sentada no sofá enrolada em seu grande casaco ainda tremendo quando ouvia um ruído do lado de fora, constrangida, quando ouviu um barulho que não conseguiu identificar. A menina não gritou mas parecia petrificada.
E logo após, as crianças ouviram um barulho de vidro se quebrando. As crianças olharam em curiosidade e começaram a levantar e gritar pela Sra. Cole. Não demorou muito para a proprietária e Riddle entrar pela porta. Ao entrar, Tom sentou-se ao lado de Charlotte.
- Fui pegar um livro para trocarmos. - Tom disse entregando o livro fechado. - Espero que você tenha bom gosto.
E após dito isso, a eletricidade voltou. Os órfãos comemoraram e Billy Stubbs apareceu revelando um coelho grande e laranja.
- Desculpa - ele disse com as bochechas rosadas, apertando o coelho contra si - Otts derrubou o vidro.
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Depois de alguns dias, a Sra. Cole permitiu que Billy Stubbs ficasse com o coelho listrado, desde que as outras crianças possam brincar com ele também.
- Ei - Charlotte chamou Tom e se aproximou. - esse livro é chato - prolongou a palavra final - nunca vou conseguir terminá-lo.
- Igualmente, você tem um gosto péssimo. Não quero ler sobre unicórnios, muito menos sobre uma árvore gigante.
- Não é uma árvore, é um pé de feijão. - disse em protesto.
- Tanto faz. - Tom disse simplesmente.
Após uma pausa curta, Charlotte se pronunciou.
- A propósito, me chame de Lottie.
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Nos recantos escondidos e sombrios da história, Charlotte desvendaria um mistério que poderia mudar tudo.
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𝐂𝐨𝐫𝐚çõ𝐞𝐬 𝐂𝐨𝐫𝐫𝐨𝐦𝐩𝐢𝐝𝐨𝐬 - A História Não Contada
FantasyNo sombrio 𝐎𝐫𝐟𝐚𝐧𝐚𝐭𝐨 𝐖𝐨𝐨𝐥, duas almas solitárias sob o mesmo teto frio compartilham sonhos e segredos. 𝐓𝐨𝐦 𝐑𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞, um menino de olhos penetrantes e mente perspicaz, sempre se destacou entre os outros órfãos. Então havia 𝐂𝐡𝐚𝐫�...