Nos permitimos

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A sala ainda está bagunçada, não tive coragem de arrumar. Aliás, não estou com coragem nem de levantar. Permaneci no mesmo lugar em que estávamos ontem à noite, no sofá da sala.

As marcas de unhas e mordidas ilustram lembranças, não de brigas ou discursões. Ilustram cenas inesquecível que vivenciamos há algumas horas atrás.

Deveria ter sido apenas o reencontro de duas pessoas que já se gostaram muito num passado recente. Mas não foi bem assim!

É incrível como você consegue lembrar de cada detalhe dos meus pontos fracos, você sabe como ninguém o jeito de me levar a loucura. Vir tão cheiroso assim foi covardia, e é engraçado que você usa o mesmo perfume de quando namorávamos. - que até hoje eu não sei o nome -.

Era mais ou menos 19:00 horas quando ouço tocarem a campainha. Eu já sabia que seria você, por isso que abri a porta sorrindo! E para a minha alegria, lá estava você sorrindo também... se abraçamos forte e permanecemos presos naquele abraço tão esperado, falei ao teu ouvido o quanto senti sua falta e você apenas me apertou mais e mais.

Eu não precisava de mais nada naquele momento, estar com você ali já era o suficiente para que houvesse paz em meu coração.

Entramos e fomos direto a sala de jantar. - como um cavaleiro, eu puxei a cadeira para que você não tivesse trabalho ao sentar -. Enquanto jantávamos eu não parava de te olhar, talvez com um olhar de estranheza mesmo ou talvez um dejavi, era como se eu estive voltado no tempo e vivemos os mesmos momentos que vivíamos quando estávamos juntos.

Ao fim do jantar fomos para a sala assistir um pouco. No caminho eu te elogiava repetidamente e você apenas sorria... sentamos no sofá e calamo-nos. Não saía mais nada de nossas bocas, talvez pelo fato de já ter dito tudo o que poderia ter tido, agora era a hora de nos permitir.

Então nos permitimos... nos beijamos e nos entrelaçamos em nosso tentáculos humanos. Nos permitimos a tornar daquele momento o mais inesquecível possível, nos permitimos a não dá trela para o que passou.

Nos permitimos tanto, que acabamos finalizando a noite ali mesmo, no sofá da sala.

Os quatro cantos da casaOnde histórias criam vida. Descubra agora