Os quatro cantos da casa

Preciso te encontrar o quanto antes

De repente, assim sem espera. Me vem uma saudade com gosto amargo. Me vem um frio repleto de arrependimentos. A vontade de voltar no tempo se fez companhia de todas as manhãs. É um desejo fora do normal esse que tenho de te reencontrar, pelo menos para te dizer tudo aquilo que não disse, ou simplesmente segurar tuas mãos olhando dentro dos teus castanhos, esperando assim você me corresponder.

Por onde caminhas ou nobre moça, há tempos que não ouço o teu respirar... saudades dos poucos momentos que passamos juntos. Me manda notícias, preciso saber se estás bem, se ainda vives.

Essa noite matutando em meus botões, lembrei do dia em que te deixei escapar das minhas mãos. Dói lembrar que eu poderia ter dito algo sabe? Mas nunca fui bom com palavras... acho que esse sempre foi o problema "nunca saber o que dizer". Eu simplesmente poderia ter dito "fica". Talvez você ficasse. Mas não, escolhi deixar-te ir imaginando que com a sua ausência lições seriam tiradas. E mais uma vez acabei caindo do cavalo! A única lição que foi deixada é que "não sei viver sem você". E que não sei como posso me acostumar com a ausência de teus olhos castanhos me olhando pela manhã, realmente não sei como pude escolher ficar sem teus sussurros de bom dia, sem teus sorrisos após meus beijos... não sei porque fui tolo o bastante para deixar-me frágil e entregar-me a uma escolha tão sem sentido como essa, sabendo que assim o sofrimento seria bem maior.

Preciso te encontrar o quanto antes para dizer o que nunca fui capaz de dizer, para demonstrar o que nunca fui capaz de demonstrar. Eu daria tudo por cinco minutos da minha com você, só para dizer-te todos os "Eu te amos" rente a minha garganta, só para gritar aos quatro cantos do mundo que sinto sua falta e que não sei viver sem você.

E que a moça de olhos castanhos ainda me faz falta sabe, e o pior é não saber se o moço de poucas palavras a faz falta também.